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Um negócio fracassado: e outros contos de humor
Os contos tchekhovianos ajudaram a alçar o gênero a um dos mais altos patamares na literatura contemporânea. Nesta coletânea encontram-se reunidas 38 histórias cujo traço mais marcante é o humor. Escritos entre 1882 e 1887, estes relatos do cotidiano da Rússia pré-revolucionária destrincham com palavras certeiras as pequenas misérias e injustiças que săo inerentes ao convívio entre seres humanos.
Năo é de se espantar que, ao percorrer estas páginas, o leitor perceba que está com um sorriso no canto dos lábios; pois este é o humor tchekhoviano, quase melancólico, que ri de si mesmo, como em “Um negócio fracassado”, o primeiro conto desta prazerosa coletânea. Tradução do russo e prefácio de Maria Aparecida Botelho Pereira Soares. Anton Tchekhov. L&PM, 2010, 208 páginas.
Não há crime nas Montanhas e outros contos de suspense
Esta antologia, inédita no Brasil, resgata cinco contos clássicos de Raymond Chandler, incluindo três aventuras com o detetive Carmady, uma de Steve Grayce e uma com John Evans. Os detetives criados por Chandler são homens acostumados com as duras regras de sobrevivência nas ruas das grandes cidades; não seguem regulamentos, mas rigorosos códigos de honra.
Carmady prefere casos simples, mas que, quando esbarra em mistérios maiores, não resiste e vai além do que recomenda o senso profissional. Grayce é capaz de sorrir, mesmo quando percebe que está se envolvendo com uma grande encrenca. Evans não faz perguntas antes da hora, tenta não se aborrecer à toa e aprecia um bom prato. Ao longo dos contos, em estilo ácido e cruel, Chandler mostra que há crimes em qualquer lugar. Raymond Chandler. Best Seller, 2008. 350 páginas.
O homem que queria ser rei e outras historias
Dez contos do Prêmio Nobel Rudyard Kipling. O conto “O homem que queria ser rei” ganhou adaptação para o cinema no filme homônimo dirigido por John Huston, com Sean Connery, Michael Caine e Christopher Plummer no elenco. Uma divertida história de dois aventureiros na Índia do século XIX que decidem procurar um lugar no mundo onde poderiam reinar
Nesta coletânea estão reunidos dez contos de Rudyard Kipling, o primeiro autor britânico a ser agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura, em 1907. Kipling também publicou Mogli, o menino lobo, Kim e diversos poemas e contos. “Kipling é reconhecido como um intérprete incomparável do império britânico.” Times. Rudyard Kipling. Best Seller, 2011. 224 páginas.
Contos d’escárnio – Textos grotescos
Oitavo livro – o quarto de prosa de ficção – que dá continuidade ao projeto de publicação das obras reunidas da escritora Hilda Hilst. Composto em tom de sátira, o livro traz todas as características que marcam a prosa hilstiana: o enredo não guarda qualquer linearidade, às vezes o texto é lírico, outras vezes confirma o grotesco do título, diversos gêneros (desde o teatro até o certame poético) vão se sobrepondo e as personagens alternam momentos de confessionalismo a outros de crítica radical.
O alvo de Hilst é o mercado de livros de pouca qualidade e a celebração do baixo nível que a autora enxerga na cultura brasileira. Crasso, o narrador de nome romano e comportamento chulo, descortina suas lembranças e as envolve em um novelo ao lado de outras micronarrativas. O resultado é uma espécie de pequeno Decamerão em que, no caso, reinam a bandalheira, o mau gosto e o excessivamente medíocre. Hilda Hilst. Biblioteca Azul, 2012. 112 páginas.
A Cidade Ilhada
Desejo e memória nos contos inesquecíveis de Milton Hatoum que reuniu em A cidade ilhada contos que são relances da experiência vivida recolhidos em tramas brevíssimas, de dicção enxuta, em que tudo ganha nitidez máxima – e máximo poder de iluminação. Com mão discreta e madura, Hatoum trabalha esses fragmentos da memória até que adquiram, sem que se adivinhe como ou quando, outro caráter: frutos do acaso e da biografia pessoal, eles afinal se mostram como imagens exemplares do curso de nossos desejos e fracassos.
Uns e outros, aliás, respondem pela rede subterrânea que amarra entre si os contos deste livro. Se o desejo leva os personagens a dilatar o raio de sua ação e a transpor as barreiras da infância e da moral, da classe e da província, estes mesmos elementos não se dão por vencidos e apenas aguardam a hora certa para se abater sobre os heróis como uma fatalidade erótica ou histórica. Milton Hatoum. Companhia de Bolso, 2014. 104 páginas.
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