WorldbuildingEste é o sexto de 30 artigos sobre construção de mundos escritos por Stephanie Cottrel Bryant e traduzidos por muá, Diogo Ruan Orta. Publicado em 2007 para participantes do NaNoWriMo, este tutorial prático e baseado em livros sobre o tema permanece uma ferramenta útil.

Ontem escrevemos sobre o desafio de criar um mapa. Hoje o assunto são as raças do mundo e onde posicioná-los no mapa que criamos ou começamos a rascunhar. Pegue seu caderno e um relógio aí e separe alguns minutinhos para a leitura e o exercício do dia.

Quer mais dicas? Vá ao perfil WattPad do T. K. Pereira e procure por um livrinho chamado Guia do Construtor de Mundos. Recomendo dar uma conferida, já que os textos de lá complementam os deste tutorial – sim, foram escritos pela mesma autora. Segue o chefe por lá pra ficar por dentro.

30 Dias de Construção de Mundo, por Stephanie Cottrell Bryant
Dia 6: Raças

Pegue seu mapa. É provável que agora você tenha uma boa noção de onde estão os climas e de que há povos vivendo em alguns locais-chave. Agora se pergunte: como se parecem os povos que evoluíram nesse lugar? Não se preocupe com raças conquistadoras ainda – foque apenas nos nativos que evoluíram ali. Se há muito sol, os habitantes podem ter a pele mais escura. Em áreas de temperaturas elevadas, um nariz mais largo e chato é uma vantagem evolucionária. Em climas mais frios, tende-se a adquirir gordura, o que também é vantajoso.

Baseado nos climas que você distribuiu por seu mapa, como se parecem os povos que vivem ali? Anote algumas características típicas, e depois, talvez, uns dois aspectos considerados mais ou menos atraentes.

Raças de FantasiaParte do propósito deste exercício é se afastar dos típicos heróis da fantasia e ficção científica anglo-saxônica e se aproximar um pouco mais da representação do tipo de diversidade racial e genética atualmente disponível ao escritor de ficção especulativa. Não quer dizer que você não possa escrever sobre uma pessoa branca em ficção especulativa, apenas que é importante ter em mente que você NÃO PRECISA fazê-lo.

Em regiões de fronteira, tal qual um oceano ou montanha, você terá ainda mais diversidade racial. Onde quer que dois grupos se encontrem, haverá ainda mais miscigenação. Durante seus eventos cataclísmicos, uma fronteira pode ter surgido ou desaparecido abruptamente.

O surgimento repentino de uma fronteira significa que um grupo racial pode agora se afastar de outro, e quando se reconectarem depois, eles perceberão um ao outro como diferentes, tanto cultural quanto geneticamente, do grupo original que ambos constituíam. Se uma fronteira desapareceu, de repente você terá diferentes grupos raciais encontrando um ao outro, em geral pela primeira vez, com impactos variados em sua civilização e linha histórica.

A tecnologia também é capaz de remover uma barreira. Naus capazes de singrar os mares trouxeram Europeus Ocidentais para o Novo Mundo, alterando para sempre a composição genética dos habitantes da América do Sul; hoje é muito difícil encontrar um descendente de uma linhagem maia “pura”; a “miscigenação” com colonizadores brancos mudou a composição racial daquele grupo particular de pessoas.

Exercício de Hoje:

Dedique 10 minutos a pensar sobre como se pareceriam os povos que evoluíram em uma área maior de seu mundo. Depois dedique mais 5 minutos para responder à pergunta: “e se este grupo encontrou aquele outro grupo?”. Eles lutariam? Comercializariam? Ambos? Haveria casamentos inter-raciais e miscigenação de tipos genéticos, com linhagens puras de ambos os grupos raciais coexistindo (não necessariamente pacificamente)? Como se daria esse encontro, pra começo de conversa?

Amanhã tem mais exercício! Quer compartilhar o seu? Use os comentários. 😉


Os exercícios de construção de mundo estão sob uma licença Creative Commons que permite tradução, distribuição para grupos de escrita, venda (com permissão), reimpressão (para uso não comercial) ou cópia exata, todos com os devidos créditos à autora do texto original, Stephanie Cottrell Bryant.

Esta tradução NÃO pode ser distribuída de forma alguma senão em trechos curtos dos textos (até 100 palavras), desde que seja visivelmente dado crédito ao tradutor (Diogo Ruan Orta) e desde que haja um link direcionando para o site Escriba Encapuzado.

Favor respeitar o trabalho árduo de tradução do amigo Diogo.


Para saber mais:

  1. Dia 5: O Mapa – 30 Dias de Construção de Mundo: neste quinto exercício da série, você vai aprender a buscar inspiração para seu mapa.

Especial NaNoWriMo:

  1. 30 dias para escrever um livro – saiba mais sobre o evento no primeiro artigo da série sobre o evento.
  2. As críticas e o valor do desafio – saiba porque o evento é visto com desconfiança por escritores e demais profissionais do mercado editorial.
  3. Como escrevi um livro em 30 dias – onde detalho minha participação no evento em 2012.
  4. Diário de escrita – onde falo sobre valor de se manter um diário e compartilho o meu próprio.
  5. Guia de sobrevivência – dicas para aqueles que ousarem aceitar o desafio!
  6. National Novel Writing Month: página oficial do evento (em inglês).