Ontem fez um ano que fui convidado a escrever sobre meu processo criativo no 2 mil toques, projeto do amigo escritor André Timm. Tudo o que eu disse ali ainda é verdade, mas achei que valia a pena dar uma incrementada. Então vamos lá…
Você não leu o texto publicado no 2 mil toques? Confira meu processo criativo.
Não pode haver distrações próximas: nada de Internet, TV a cabo, celular. Com a Internet, às vezes, eu consigo lidar; com a TV, basta não passar perto da sala e fechar a porta e cortar a sedutora canção de séries e filmes. O celular é desligado ou silenciado, deixado com a tela para baixo para evitar o pisca-pisca das notificações – às vezes o mantenho por perto para cronometrar um tempo mínimo (15 minutos para aquecimento mais 1 hora) de escrita quando sinto que estou muito relapso com o ofício.
Um dia ruim ou pouco produtivo é quando, lá pelo meio do texto, perco o rumo ou apenas o prazer do que foi escrito até então: bate a vontade de escrever outra coisa ou de não escrever mais nada. Busco evitar tais dias seguindo a máxima de Hemingway, isto é, parando enquanto ainda quero continuar e enquanto ainda sei o que quero escrever; assim, no dia seguinte, a escrita é retomada sem muita dificuldade.
Um péssimo dia de escrita é quando não consigo desligar meu editor interno, voltando, relendo e reescrevendo repetidamente e de várias formas uma mesma sentença ou parágrafo. Não adianta espernear: quando a coisa não flui mesmo, eu largo tudo e procuro ler alguma coisa – às vezes a leitura desbloqueia a mente e retomo o texto.
Escrevo quase sempre em casa e em um Notebook; cadernos e smartphones são repositórios de ideias e rascunhos breves e nada mais – nenhum dos dois permite a velocidade necessária para acompanhar meus pensamentos frenéticos enquanto escrevo a primeira versão de algo. Dividem espaço na escrivaninha: chocolates, banana, iogurte, um copão desses de cinema – tudo para evitar o caminho de perdição até a cozinha que passa pela sala de TV.
E você, qual é o seu processo? Compartilhe abaixo ou lá no 2 mil toques. 😉
Para saber mais:
- Processo Criativo de 7 Escritores Brasileiros Premiados: confira como trabalhar sete vencedores do Prêmio Sesc de Literatura.
- Eu não escrevo todos os dias! (mas bem que queria…): um desabafo sobre escrever diariamente.
- Processo de escrita, poesia e prosa – Com Sérgio Fantini – 1/3:
a primeira parte de uma entrevista com o escritor mineiro Sérgio Fantini, mestre do conto e da poesia. - Série 7 coisas que aprendi: página principal do projeto que convida escritores em diversas fases da carreira a compartilharem suas experiências.
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