Diogo Ruan Orta é um leitor fanático. Detesta redes sociais e vive em rigorosa dieta de informação desde que concluiu que há pouquíssima vida inteligente no mundo virtual. Antissocial, acredita ter meia dúzia de amigos verdadeiros – destes, dois vivem sob o mesmo teto que ele. Não tem pretensões de se tornar escritor (no Brasil? Que piada!), mas sente que escrever é seu carma e uma forma saudável de dar vazão aos seus instintos psicopatas.
Diz um futuro provérbio: nunca faça acordos com um dragão. Mas o Escriba Encapuzado decidiu abrir uma exceção. A Editora Draco marca presença no mercado editorial nacional há mais de 5 anos e tem se destacado no incentivo à literatura produzida por aqui.
O catálogo da Draco é vasto e diversificado; encontram-se ali livros para todos os gostos: fantasia, ficção científica, terror, chick lit, policial, erótico, etc. Entre as fileiras de autores, há tanto nomes novos e promissores – Eric Novello, Cirilo S. Lemos, Kássia Monteiro – quanto figuras da velha guarda – Roberto de Souza Causo, Gerson Lodi-Ribeiro, Carlos Orsi.
Outra característica fantástica: a Editora Draco disponibiliza quase todo o seu acervo no Kindle Unlimited, programa de aluguel de livros da Amazon onde é possível ler vários livros pagando-se uma mensalidade módica de R$ 19,90.
Tesouros do Dragão
Daí o leitor se pergunta: quais são os benefícios dessa parceria para mim? Paciência, jovem padawan. Tenho ideias em mente, mas ainda preciso discuti-las com o cara do capuz, afinal, este espaço é dele. Por ora, o que faremos é divulgar também por aqui as ações da Editora Draco: eventos, lançamentos, promoções. Publicaremos algumas resenhas à medida que formos desbravando o catálogo: o chefe e eu temos vários livros da Editora Draco; com a parceria, eles serão priorizados em nossas listas de leitura.
Contos Gratuitos
E pra começar, a Editora Draco está disponibilizando de graça alguns eBooks dos Contos do Dragão, um acervo de histórias curtas e baratinhas, perfeitas para se ler durante o café (e a crise). Lembrando sempre que não é preciso ter Kindle para se ler os eBooks da Amazon: basta utilizar o Leitor em Nuvem.
Ninguém
Karen Alvares
Um jovem hacker passa seus dias à procura de horrores na Deep Web, até que o próprio Horror finalmente o encontra. E as consequências são piores que a morte. Da autora revelação no gênero de terror e do elogiado thriller Alameda dos Pesadelos.
The Schroedinger Show
Carlos Orsi
Quando a avançadíssima indústria cultural do futuro resolve explorar os paradoxos da mecânica quântica, toda a galáxia treme. Um conto de ficção científica de Carlos Orsi, autor de As Dez Torres de Sangue.
Saltimbanco
Marcelo A. Galvão
Ao fazer um pedido especial aos deuses, um jovem artista descobre que até mesmo as divindades têm um senso de humor peculiar. Conto de Marcelo A. Galvão, autor de Vida e morte do último astro pornô na Terra.
A toca das fadas
Clara Madrigano
Jack e seu irmão encontraram a toca das fadas. Ou é o que Jack acredita. Mas conforme sua obsessão cresce, as coisas deixam de ser divertidas, e as fadas talvez não sejam doces como o mel de que se alimentam.
Arcano XV
Ivan Mizanzuk
No Tarô, o Arcano XV é a carta do Diabo, que representa os perigos existentes em reprimirmos os impulsos naturais. Mas como sabemos o que é verdadeiro? Seria a natureza capaz de mentir? Prólogo para Até o Fim da Queda, romance de estreia de Ivan Mizanzuk.
Charlotte sometimes
Fábio Fernandes
Um homem, uma noite, um bar. O que ele faz ali? Entre os vapores do gelo seco e as névoas da amnésia, Júlio busca uma resposta para tantas dúvidas que o assombram. Mas ele pode não gostar do que vai encontrar entre os escombros da sua memória – ou será a memória de outra pessoa?
Em 1986*, o já fenomenal escritor norte-americano Stephen King publicou na revista The Writer um ensaio sobre como se tornar um escritor de sucesso… em 10 minutos. Pretensioso, não?
Para celebrar o lançamento do livro Sobre a Escrita – A Arte em Memória no Brasil, o Escriba Encapuzado traz o ensaio devidamente traduzido. Na primeira parte, publicada ontem, King revela como despertou para sua vocação.
A segunda parte você confere agora: o Mestre do Terror e do Suspense (e também da Fantasia, por que não?) apresenta conselhos que prometem transformar aspirantes atenciosos em escritores de sucesso.
Confira agora as 12 dicas de Stephen King para escritores iniciantes.
Tudo o que você precisa saber sobre escrever com sucesso: em dez minutos (Parte 2)
por Stephen King
Então aqui está, sem lenga-lenga. Levará 10 minutos para ler, e tudo pode ser aplicado agora mesmo… se você escutar.
1. Seja talentoso
Este, claro, é o matador. O que é talento?, eu escuto alguém bradando, e aqui estamos nós, prontos para entrar em uma discussão equivalente a de “qual é o sentido da vida”? repleta de declarações pomposas e inutilidade total. Para os propósitos do escritor iniciante, talento pode muito bem ser definido como sucesso eventual – publicação e dinheiro. Se você escreveu algo pelo qual alguém lhe enviou um cheque, se você o cheque tinha fundos e você o descontou, e se você pagou a conta de luz com o dinheiro, eu te considero talentoso.
“Cadê aquele anormal bronco e ganancioso?”
Agora alguns de vocês já estão berrando. Alguns de vocês estão me chamando de anormal bronco e ganancioso. E alguns de vocês estão me chamando por palavrões. Você está dizendo que Harold Robbins é talentoso?, guincha alguém num dos Grandes Departamentos de Inglês da América. V.C. Andrews? Theodore Dreiser? E quanto à você, seu palerma disléxico?
Absurdo. Pior que absurdo, descontextualizado. Não estamos falando de bom ou ruim aqui. Eu estou interessado em te contar como publicar suas coisas, não em julgamentos críticos de quem é bom ou ruim. Em regra, os julgamentos críticos chegam depois que o cheque é gasto, afinal. Tenho minhas próprias opiniões, mas a maior parte do tempo eu as mantenho para mim mesmo.
Pessoas que são publicadas regularmente e são pagas pelo que estão escrevendo podem ser santos ou diabretes, mas é claro que eles estão alcançando muito mais pessoas que querem o que eles oferecem. Logo, eles estão se comunicando. Logo, eles são talentosos. A maior parte de escrever com sucesso é ser talentoso, e no contexto do marketing, o único escritor ruim é aquele que não é pago. Se você não é talentoso, você não terá sucesso. E se você não está tendo sucesso, você deve saber quando desistir.
Quando é o momento? Não sei. É diferente para cada escritor. Não após escorregar em seis rejeições, certamente, nem após sessenta. Mas após seiscentas? Talvez. Após seis mil? Meu amigo, depois de seis mil canetadas vermelhas, já passou da hora de você tentar pintura ou programação de computadores.
2. Seja organizado
Datilografe. Espaço duplo. Use um papel branco pesado bonito, nunca aquela coisa apagável de pele de cebola. Se você rasurou seu rascunho demais, faça outro.
3. Seja autocritico
Se você não rasurou seu rascunho demais, você fez um trabalho porco. Apenas Deus acerta na primeira vez. Não seja preguiçoso.
4. Remova cada palavra extrínseca
Você quer subir em um palanque e pregar? Ótimo. Arranje um e tente o parque local. Você quer escrever pelo dinheiro? Vá direto ao ponto. E se você remover todo o lixo excessivo e descobrir que não conseguiu chegar ao ponto, então rasgue o que escreveu e recomece… ou tente algo novo.
5. Nunca leia um livro de referencia enquanto estiver trabalhando num primeiro rascunho
Você quer escrever uma história? Ótimo. Largue o dicionário, a enciclopédia, seu Almanaque Mundial e o tesauro. Melhor ainda, jogue o tesauro na lixeira. A única coisa mais assustadora do que um tesauro são aqueles livretos que universitários compram perto das provas por serem preguiçosos demais para ler os romances indicados. Qualquer palavra que você tenha que caçar no tesauro é a palavra errada. Não há exceções a essa regra.
Você acha que pode ter errado alguma palavra? Tudo bem, eis as suas escolhas: procurar pela palavra no dicionário, assegurando-se de tê-la escrito corretamente – e em troca quebrar sua linha de pensamento e o arroubo de escritor– ou só soletrá-la foneticamente e corrigir depois.
Por que não? Você achou que estava indo a algum lugar? E se você precisar saber qual é a maior cidade do Brasil e perceber que não a tem em sua cabeça, por que não escrever em Miami ou Cleveland? Você pode conferir… mas depois. Quando você sentar para escrever, escreva. Não faça nada mais além de ir ao banheiro, e apenas quando for absolutamente inadiável.
6. Conheça os mercados
Apenas alguém estúpido enviaria uma história sobre morcegos-vampiros gigantes assolando uma escolar para a revista McCall. Apenas alguém estúpido enviaria uma história tenra sobre mãe e filha acertando as diferenças na véspera de Natal para a Playboy… mas sempre há quem faça isso. Não estou exagerando; vi essas histórias nas pilhas de baboseiras de revistas atuais.
Se você escreve uma boa história, por que enviá-la de modo boçal? Você mandaria sua criança para fora numa tempestade de neve vestindo bermudas e uma camiseta sem mangas? Se você gosta de ficção científica, leia revistas do gênero. Se você quer escrever histórias de confissão, leia revistas do gênero. E por aí vai.
Não se trata apenas de conhecer o que é cabe na história atual; com o tempo você pode começar a perceber ritmos gerais, gostos e aversões editoriais, toda a inclinação da revista. Às vezes as leituras podem influenciar sua próxima história e gerar uma venda.
7. Escreva para entreter
“Não estão se divertindo?!”
Isso significa que você não pode escrever “ficção séria”? Não. Em algum lugar ao longo do caminho, críticos perniciosos passaram a impor aos leitores e escritores americanos a noção de que ficção de entretenimento e ideias sérias não se sobrepõem. Isso surpreenderia Charles Dickens, para não dizer Jane Austen, John Steinbeck, William Faulkner, Bernard Malamud, e centenas de outros. Mas suas ideias sérias devem sempre servir a sua história, não o contrário. Repito: se você quer pregar, arrume um palanque.
8. Pergunte-se frequentemente, “Estou me divertindo?”
A resposta não precisa ser sempre sim. Mas se é sempre não, é hora de um novo projeto ou uma nova carreira.
9. Como validar críticas
Mostre seu texto para um número de pessoas – dez, digamos. Ouça atentamente o que eles dizem. Sorria e acene muito. Em seguida, reveja o que foi dito com muita atenção. Se os seus críticos estão dizendo a mesma coisa sobre algum aspecto de sua história – uma reviravolta na história que não funciona, um personagem que soa falso, uma narrativa empolada, ou meia dúzia de outros possíveis –, mude esse aspecto.
Não importa se você realmente gostava da reviravolta de tal personagem; se um grande número de pessoas está dizendo que algo está errado com seu texto, então está. Se sete ou oito delas estão criticando a mesma coisa, eu ainda sugeriria mudá-la. Mas se todos – ou a grande maioria – criticou coisas diferentes, você pode desconsiderar o que todos dizem.
10. Conheça todas as regras para a devida submissão
Porte de retorno, envelope auto-endereçado, essas coisas.
11. Um agente? Esqueça. Por ora.
Quem nunca?
Agentes recebem 10% do dinheiro ganho por seus clientes. 10% de nada é nada. Agentes também precisam pagar aluguel. Escritores iniciantes não contribuem para isso nem para qualquer outra necessidade da vida. Venda suas histórias por conta própria. Se já concluiu um romance, envie cartas de apresentação para editores, um a um, acompanhadas de capítulos de amostra e/ou do original completo.
E lembre-se da Primeira Regra de Stephen King Sobre Escritores e Agentes, fruto de amarga experiência pessoal: você não precisa de um agente até que esteja ganhando o suficiente para alguém roubar… e se estiver ganhando tanto, você será capaz fazer uma seleção de bons agentes.
12. Se for ruim, mate.
No que diz respeito a pessoas, assassinato por piedade é contra a lei. No que diz respeito a ficção, esta é a lei.
Isso é tudo o que você precisa saber. E se você ouviu, você pode escrever qualquer coisa que quiser. Agora creio que vou desejar-lhe um dia agradável e assinar.
Meus dez minutos acabaram.
* Acredita-se que o ensaio original tenha sido publicado em 1986 em uma das edições da The Writer Magazine e posteriormente republicado na edição de 1988 do The Writer’s Handbook. O texto é claramente a base do que se tornaria o livro Sobre a Escrita – A Arte em Memórias.
E aí, você achou válidas as dicas do Rei? Dê sua opinião nos comentários.
Stephen King, Mestre do Terror e do Suspense, autor de mais de 50 romances, centenas de contos, uma porção de novelas, poemas, ensaios e livros de não ficção. Imagine o quanto um escritor iniciante pode aprender com uma fera dessas.
Agora pare de imaginar, corra até a livraria mais próxima e garanta seu exemplar de Sobre a Escrita – A Arte em Memória, livro que é tanto uma autobiografia de King quanto um manual de conselhos para quem quer escrever.
Para celebrar o lançamento (com 15 anos de atraso) do livro no Brasil , o Escriba Encapuzado publica um valioso ensaio escrito pelo próprio Mestre em 1986 para as páginas da revista The Writer.
Para facilitar a leitura, o texto foi dividido em duas partes: na primeira, o escritor revela como descobriu sua vocação para a escrita; na segunda, a qual será publicada amanhã, ele lista 12 conselhos que te ajudarão a ser um escritor de sucesso.
Confira a seguir a primeira parte do ensaio.
Tudo o que você precisa saber sobre escrever com sucesso: em dez minutos (Parte 1)
por Stephen King
I. A Primeira Introdução
É ISSO AÍ. Sei que até parece um anuncio de uma vil escola de escritores, mas eu vou mesmo contar tudo o que é preciso para que você busque uma carreira de sucesso e financeiramente gratificante escrevendo ficção, e vou mesmo fazê-lo em dez minutos, exatamente o tempo que levei para aprender. Na verdade, você levará cerca de vinte minutos para ler este ensaio, mas só porque preciso te contar uma história, e depois preciso escrever uma segunda introdução. Mas esse tempo não deve ser contabilizado nos tais dez minutos.
II. A História, ou, Como Stephen King Aprendeu a Escrever
Quando eu estava no colegial, fiz o que é esperado de colegiais arteiros: meti-me numa típica enrascada colegial. Eu escrevi e publiquei um jornalzinho satírico chamado O Vômito da Aldeia. Num artiguinho, satirizei alguns professores do Colégio Lisbon (no Maine), onde eu estudava. Não foram sátiras muito gentis; elas variavam do escatológico à crueldade pura.
Eventualmente, uma cópia do jornalzinho chegou às mãos de um membro do corpo docente, e como eu havia sido imprudente o suficiente para colocar o meu nome ali (erro do qual ainda não me recuperei completamente, afirmam alguns críticos), eu fui levado à secretaria. Àquela altura, o zombador sofisticado já tinha voltado a ser o que era: um moleque de quatorze anos que tremia nas botas e imaginava se levaria uma suspensão… que nós chamávamos de “férias de três dias” nos indistintos idos de 1964.
Eu não fui suspenso. Fui forçado a pedir algumas desculpas – todas devidas, mas ainda assim eram como cocô de cachorro em minha boca – e a passar uma semana na sala de detenção. E o orientador providenciou o que, sem dúvida, ele pensou ser um canal mais construtivo para meus talentos.
Tratava-se de um emprego – condicionado à aprovação do editor – escrevendo sobre esportes para o Lisbon Enterprise, um desses semanários de doze páginas com os quais qualquer morador de cidade pequena estará familiarizado. O tal editor foi o homem que me ensinou, em dez minutos, tudo o que sei sobre escrever. O nome dele era John Gould – não o famoso humorista da Nova Inglaterra nem o romancista que escreveu The Greenleaf Fires, mas um aparentado de ambos, eu creio.
Ele me contou que necessitava de um escritor de esportes e que nós poderíamos “testar um ao outro”, se eu quisesse.
Eu contei a ele que sabia mais sobre álgebra avançada do que sobre esportes.
Gould assentiu e disse, “Você aprenderá”.
Eu disse que pelo menos tentaria aprender. Gould me deu um imenso rolo de papel amarelo e prometeu um ordenado de meio centavo por palavra. As duas primeiras peças que escrevi tratavam de uma partida de basquete colegial no qual um membro da equipe da minha escola quebrou o recorde de pontuação do Colégio Lisbon. Uma dessas peças era pura reportagem. A segunda era um artigo.
Eu levei ambas para Gould no dia seguinte ao jogo para que ele pudesse colocá-las no jornal, o qual saia às sextas-feiras. Ele leu a peça objetiva, fez duas pequenas correções, e meteu nela uma tachinha. Então ele partiu para o artigo com uma grande caneta preta e me ensinou tudo o que eu necessitava saber sobre meu oficio. Quisera eu ter ainda a tal peça – ela merece ser emoldurada, mesmo com as correções editoriais –, mas consigo recordar muito bem como ela ficou depois que Gould terminou.
Eis um exemplo:
(após as marcas editoriais indicadas na cópia original de King)
Na noite passada, no popular ginásio do Colégio Lisbon, partidários e fãs de Jay Hills foram surpreendidos por um desempenho atlético sem precedentes na historia da escola: Bob Ransom, também conhecido por Bob “Bala” tanto por seu tamanho quanto por sua precisão, marcou trinta e sete pontos. Ele pontuou com elegância e velocidade… e também com uma estranha cortesia, cometendo só duas faltas em sua busca cavaleirosa por um recorde que escapava aos atletas de Lisbon desde 1953…
Quando Gould terminou de rasurar minha cópia como indicado acima, ele olhou para cima e deve ter visto algo em meu rosto. Creio que ele pensou ser horror, mas não era: era revelação.
“Eu só removi os trechos ruins, sabe”, ele disse, “A maior parte está muito boa”.
“Eu sei”, eu disse, concordando com as duas coisas: sim, a maior parte daquilo era boa, e sim, ele apenas havia removido as partes ruins. “Não farei de novo”.
“Se isso for verdade,” ele disse, “você nunca precisará trabalhar de novo. Você pode viver disso.” Então ele jogou a cabeça pra trás e gargalhou.
E ele estava certo; estou vivendo disso, e enquanto continuar vivendo, eu espero nunca ter que trabalhar de novo.
III. A Segunda Introdução
Tudo o que se segue já foi dito antes. Se você se interessa o bastante por escrita para ser um comprador desta revista*, você já terá escutado ou lido (quase) tudo isso antes. Milhares de cursos de escrita são ministrados pelos Estados Unidos todos os anos; seminários são constituídos; conferencistas convidados falam, respondem perguntas, bebem o tanto de gin e tônica que suas diárias permitem, e tudo se resume ao que se segue.
Eu vou te contar essas coisas de novo porque as pessoas normalmente só escutam – escutam de verdade – alguém que ganha muito dinheiro fazendo a coisa da qual ele está falando. É triste, mas é verdade. E te contei a história acima não para soar como um personagem saído de um romance de Horatio Alger, mas para estabelecer um argumento: vi, escutei, e aprendi.
Até aquele dia no pequeno gabinete de John Gould, eu escrevia primeiras versões de histórias que ultrapassariam 2.500 palavras. As segundas versões chegariam às 3.300 palavras. Depois daquele dia, as primeiras versões de 2.500 palavras se transformaram em segundas versões de 2.200 palavras. E dois anos mais tarde, eu vendi meu primeiro livro.
Amanhã: a segunda parte com 12 dicas de Stephen King para ser um escritor de sucesso.
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Se eu ficar…
A última coisa de que Mia se lembra é a música. Depois do acidente, ela ainda consegue ouvir a música. Ela vê o seu corpo sendo tirado dos destroços do carro de seus pais mas não sente nada. Tudo o que ela pode fazer é assistir ao esforço dos médicos para salvar sua vida, enquanto seus amigos e parentes aguardam na sala de espera… e o seu amor luta para ficar perto dela.
Pelas próximas 24 horas, Mia precisa compreender o que aconteceu antes do acidente e também o que aconteceu depois. Ela sabe que precisa fazer a escolha mais difícil de todas. Se ela ficar… Gayle Forman. Novo Conceito, 2014. 224 páginas.
Alfred Hitchcock e os Bastidores de Psicose
Audacioso e surpreendente, o filme Psicose, de 1960, provocou uma verdadeira comoção junto ao público e se tornou uma das obras mais queridas do mestre do suspense Alfred Hitchcock. A história por trás das câmeras é igualmente fascinante, como narra Stephen Rebello no livro Alfred Hitchcock e os bastidores de Psicose.
Baseada em um romance que teve como inspiração uma série de crimes reais, a produção transformou-se numa verdadeira obsessão para o consagrado diretor e, apesar da desaprovação de seu estúdio, a Paramount, Hitchcock decidiu ir em frente e concretizar sua visão artística, arcando com todos os custos. Rebello entrevistou os principais nomes do elenco e da equipe técnica e produziu um relato detalhado, cheio de episódios reveladores. Stephen Rebello. Intrínseca, 2013. 256 páginas.
O Lado Bom da Vida
Pat Peoples, um ex-professor de história na casa dos 30 anos, acaba de sair de uma instituição psiquiátrica. Convencido de que passou apenas alguns meses naquele “lugar ruim”, Pat não se lembra do que o fez ir para lá. O que sabe é que Nikki, sua esposa, quis que ficassem um “tempo separados”. Tentando recompor o quebra-cabeças de sua memória, agora repleta de lapsos, ele ainda precisa enfrentar uma realidade que não parece muito promissora.
À medida que seu passado ressurge em sua memória, Pat começa a entender que “é melhor ser gentil que ter razão” e faz dessa convicção sua meta. Tendo a seu lado o excêntrico (mas competente) psiquiatra Dr. Patel e Tiffany, a irmã viúva de seu melhor amigo, Pat descobrirá que nem todos os finais são felizes, mas que sempre vale a pena tentar mais uma vez. Matthew Quick. Intrínseca, 2013. 256 páginas.
As Vantagens de Ser Invisível
Cartas mais íntimas que um diário estranhamente únicas hilárias e devastadoras – são apenas através delas que Charlie compartilha todo o seu mundinho com o leitor. Enveredando pelo universo dos primeiros encontros dramas familiares novos amigos sexo drogas e daquela música perfeita que nos faz sentir infinito o roteirista Stephen Chbosky lança luz sobre o amadurecimento no ambiente da escola um local por vezes opressor e sinônimo de ameaça. Uma leitura que deixa visível os problemas e crises próprios da juventude.
Stephen Chbosky. Rocco, 2007. 224 páginas.
Água para Elefantes
Desde que perdeu sua esposa, Jacob Jankowski vive numa casa de repouso, cercado por senhoras simpáticas, enfermeiras solícitas e fantasmas do passado. Durante 70 anos Jacob guardou um segredo: nunca falou a ninguém sobre o período de sua juventude em que trabalhou no circo. Até agora. Aos 23 anos, Jacob era um estudante de veterinária, mas teve sua vida transformada após a morte de seus pais num acidente de carro.
Órfão, sem dinheiro e sem ter para onde ir, ele deixa a faculdade e, desesperado, acaba pulando em um trem em movimento, o Esquadrão Voador do circo Irmãos Benzini. Admitido para cuidar dos animais, Jacob sofrerá nas mãos do Tio Al, o empresário tirano do circo, e de August, o chefe do setor dos animais. É também sob as lonas que ele se apaixona duas vezes: por Marlena, a esposa de August e por Rosie, a elefanta que deveria ser a salvação do circo. Sara Gruen. Arqueiro, 2007. 272 páginas.
Se você teve qualquer problema para comprar o livro, grite aí embaixo nos comentários, beleza?
Write to Done é uma fonte valiosa de informações para romancistas, blogueiros, publicitários e autores de não ficção. Editado por Mary Jaksch, autora de obra traduzida em 7 idiomas, este site parceiro disponibiliza o eBook gratuito The (nearly) Ultimate Guide to Better Writing e inúmeras dicas que serão compartilhadas aqui em traduções regulares.
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Espíritos de Gelo
É um livro que navega pelo tempo e investiga fenômenos mágicos. Resgata aspectos de culturas milenares ao passo que viaja pela contemporaneidade – envolvendo desde séries de TV e os mais novos roteiros de Hollywood a bandas de rock e suas histórias surpreendentes. Seus personagens vivem e revivem histórias que parecem… Verdadeiras lendas urbanas.
Neste livro nada absolutamente nada é previsível. Quais são os limites físicos e psicológicos de um ser humano? O que ele é capaz de suportar? Quem pretende entrar no universo de Espíritos de gelo e descobrir isso precisa se preparar para viver emoções intensas – pois quando amor dinheiro e poder se misturam qualquer final pode ser trágico.”Se você não se lembrar do que aconteceu nas últimas horas nós faremos com que sofra ainda mais como se estivesse em um dos Nove Círculos do Inferno… Raphael Draccon. Leya, 2013. 176 páginas.
Féerica
E se uma fada se revelasse em um reality show? Violet Lashian tem apenas um objetivo: ser famosa em seu mundo. Mas quem nunca se seduziu por esse pensamento? Ignorada pelas fadas de uma sociedade que preza a padronização, a jovem de cabelos roxos decide abandonar seu sofrimento em busca de um lugar entre as estrelas de Hollywood.
Bastidores de reality shows. Festas badaladas. Encontros amorosos com jovens milionários. Entrevistas em rede mundial. Fama instantânea, dinheiro e poder. De repente, a feérica se vê cercada pela realidade com que sempre sonhou. Mas será que Violet é capaz de manter a pureza de sua raça mágica em um mundo corrompido pelo deslumbre material? E quais seriam as reais consequências de sua revelação para a existência oculta de seu povo? Você descobrirá tudo isso e muito mais nos próximos capítulos deste livro. Carolina Munhóz. Casa Da Palavra, 2013. 352 páginas.
Amor Lobo – Crônicas de Amor, Sangue e Lobisomens
Mas não é um amor comum, banal, cheio de açúcar e afeto. Amores de lobisomens são viscerais, crus, onde a presença do amante-lobo penetra nos seus poros, molha a pele de fluídos e nos joga para um mundo selvagem, viril, banhado pela lua cheia. Um mundo de sobressaltos, onde o homem sensual ou a mulher linda que compartilha a sua cama pode se transformar, de repente, em uma criatura faminta e feroz.
Em Amor Lobo, nove conhecidos autores brasileiros nos mostram como esses amores podem ser tão diferentes – e tão únicos. Românticos e trágicos. Violentos, épicos, mais fortes do que a vida. Ou cheios de lírico desencanto, de reflexões sobre um sentimento que une e separa homens e mulheres desde o início os tempos.Giulia Moon e outros autores. Giz, 2013. 184 páginas.
O Grito Vermelho
Horror. Drama Psicológico. Suspense Sobrenatural. Um crime: doze corpos encontrados em uma região mística do norte da Mongólia. Um agente especial francês que batalha contra seus mais íntimos inimigos: os próprios pesadelos.
Um assassino letal e misterioso que cruza o caminho das investigações do governo francês e do Vaticano e põe em risco a segurança dos agentes e dos padres. Segredos são aos poucos apresentados e revelam as angústias e os pecados impressos nos homens. O Grito Vermelho: o lamento silencioso da alma. Bruno Godoi. Novo Século, 2013. 320 páginas.
Imagine Zumbis na Copa
A Copa do Mundo chega à sua Grande Final. E é justamente durante este jogo decisivo que o fim da humanidade pode ter se iniciado. Por trás das câmeras e sobre o gramado, três pessoas enfrentam suas próprias batalhas, antes de perceberem que o maior pesadelo de uma nação pode não ser uma derrota em casa e que nenhuma tragédia esportiva na história chegou ao nível do que está para acontecer dentro dos portões do Maracanã. Felipe Castilho, Tainan Rocha. Giz, 2014. 48 páginas.
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Um negócio fracassado: e outros contos de humor
Os contos tchekhovianos ajudaram a alçar o gênero a um dos mais altos patamares na literatura contemporânea. Nesta coletânea encontram-se reunidas 38 histórias cujo traço mais marcante é o humor. Escritos entre 1882 e 1887, estes relatos do cotidiano da Rússia pré-revolucionária destrincham com palavras certeiras as pequenas misérias e injustiças que săo inerentes ao convívio entre seres humanos.
Năo é de se espantar que, ao percorrer estas páginas, o leitor perceba que está com um sorriso no canto dos lábios; pois este é o humor tchekhoviano, quase melancólico, que ri de si mesmo, como em “Um negócio fracassado”, o primeiro conto desta prazerosa coletânea. Tradução do russo e prefácio de Maria Aparecida Botelho Pereira Soares. Anton Tchekhov. L&PM, 2010, 208 páginas.
Não há crime nas Montanhas e outros contos de suspense
Esta antologia, inédita no Brasil, resgata cinco contos clássicos de Raymond Chandler, incluindo três aventuras com o detetive Carmady, uma de Steve Grayce e uma com John Evans. Os detetives criados por Chandler são homens acostumados com as duras regras de sobrevivência nas ruas das grandes cidades; não seguem regulamentos, mas rigorosos códigos de honra.
Carmady prefere casos simples, mas que, quando esbarra em mistérios maiores, não resiste e vai além do que recomenda o senso profissional. Grayce é capaz de sorrir, mesmo quando percebe que está se envolvendo com uma grande encrenca. Evans não faz perguntas antes da hora, tenta não se aborrecer à toa e aprecia um bom prato. Ao longo dos contos, em estilo ácido e cruel, Chandler mostra que há crimes em qualquer lugar. Raymond Chandler. Best Seller, 2008. 350 páginas.
O homem que queria ser rei e outras historias
Dez contos do Prêmio Nobel Rudyard Kipling. O conto “O homem que queria ser rei” ganhou adaptação para o cinema no filme homônimo dirigido por John Huston, com Sean Connery, Michael Caine e Christopher Plummer no elenco. Uma divertida história de dois aventureiros na Índia do século XIX que decidem procurar um lugar no mundo onde poderiam reinar
Nesta coletânea estão reunidos dez contos de Rudyard Kipling, o primeiro autor britânico a ser agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura, em 1907. Kipling também publicou Mogli, o menino lobo, Kim e diversos poemas e contos. “Kipling é reconhecido como um intérprete incomparável do império britânico.” Times. Rudyard Kipling. Best Seller, 2011. 224 páginas.
Contos d’escárnio – Textos grotescos
Oitavo livro – o quarto de prosa de ficção – que dá continuidade ao projeto de publicação das obras reunidas da escritora Hilda Hilst. Composto em tom de sátira, o livro traz todas as características que marcam a prosa hilstiana: o enredo não guarda qualquer linearidade, às vezes o texto é lírico, outras vezes confirma o grotesco do título, diversos gêneros (desde o teatro até o certame poético) vão se sobrepondo e as personagens alternam momentos de confessionalismo a outros de crítica radical.
O alvo de Hilst é o mercado de livros de pouca qualidade e a celebração do baixo nível que a autora enxerga na cultura brasileira. Crasso, o narrador de nome romano e comportamento chulo, descortina suas lembranças e as envolve em um novelo ao lado de outras micronarrativas. O resultado é uma espécie de pequeno Decamerão em que, no caso, reinam a bandalheira, o mau gosto e o excessivamente medíocre. Hilda Hilst. Biblioteca Azul, 2012. 112 páginas.
A Cidade Ilhada
Desejo e memória nos contos inesquecíveis de Milton Hatoum que reuniu em A cidade ilhada contos que são relances da experiência vivida recolhidos em tramas brevíssimas, de dicção enxuta, em que tudo ganha nitidez máxima – e máximo poder de iluminação. Com mão discreta e madura, Hatoum trabalha esses fragmentos da memória até que adquiram, sem que se adivinhe como ou quando, outro caráter: frutos do acaso e da biografia pessoal, eles afinal se mostram como imagens exemplares do curso de nossos desejos e fracassos.
Uns e outros, aliás, respondem pela rede subterrânea que amarra entre si os contos deste livro. Se o desejo leva os personagens a dilatar o raio de sua ação e a transpor as barreiras da infância e da moral, da classe e da província, estes mesmos elementos não se dão por vencidos e apenas aguardam a hora certa para se abater sobre os heróis como uma fatalidade erótica ou histórica. Milton Hatoum. Companhia de Bolso, 2014. 104 páginas.
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