T. K. Pereira é escritor de coração e analista de sistemas por necessidade. Sob o manto do Escriba Encapuzado, idealizou o projeto 7 coisas que aprendi, foi finalista do concurso literário Brasil em Prosa 2015, e publicou contos em antologias diversas. Vozes (2019) é seu primeiro livro de contos solo.
Saiba antes de ler: além de romances e livros sobre a arte da escrita, tenho o hábito de ler historietas avulsas por aí. Senti a vontade de comentar sobre esses textos breves, portanto, eu comentarei por aqui sobre contos, novelas e outras leituras mais enxutas. Note-se que este post não é uma resenha, mas um apanhado de considerações breves suscitadas após a leitura do texto.
Bolas de Feno ao Vento é outro miniconto de ficção científica do escritor Luiz Braz (alter ego de Nelson de Oliveira) que integra a coletânea Pequena coleção de grandes horrores, prevista para este março pela Terracota Editora.
Apresentando um tom mais sério, este não é tão divertido quanto Só Poeira (também comentado por aqui), mas é igualmente criativo. O autor trata dos pequenos acontecimentos, coincidências, incidentes e clichês do cotidiano da raça humana, atribuindo-lhes uma explicação que paira além da nossa realidade monótona e destrutiva.
A questão da extinção me pareceu um tanto desproporcional – talvez deslocada –, mas ainda assim gostei bastante do texto. Trata-se de uma leitura interessante e recomendada, embora esta suscite menos interpretações do que a história de Só Poeira.
Ambos os contos estão disponíveis aqui (site do jornal Cândido, publicado pela Biblioteca Pública do Paraná).
Para saber mais:
Li e Comento: minhas breves considerações sobre contos, novelas e outras narrativas curtas.
Desafio Vocabular é uma série de breves artigos que coloca o leitor cara a cara com termos pouco usuais do nosso idioma. Ao contrário do que possa parecer, nenhuma das palavras selecionadas foi retirada de dicionários, mas de minhas próprias leituras casuais. Quer participar da brincadeira? Entre em contato.
Sabe o que é HODIERNO? Leia a frase abaixo e veja se descobre o significado dessa palavra.
Minha rabugice nada tem a ver com a idade. Eu apenas não suporto esses meninos hodiernos!
E aí? Descobriu? Provavelmente, não é o que você está pensando. Confira a resposta a seguir.
HODIERNO
Do Dicionário Aurélio:
Adjetivo.
1. Relativo aos dias de hoje; atual.;
Do Dicionário Houaiss:
n adjetivo
1. que existe ou ocorre atualmente; atual, moderno, dos dias de hoje.
Se você chegou perto, parabéns; é um grande conhecedor da Língua Portuguesa! Se você errou feio, não se preocupe; é apenas mais um dos meros mortais que se habituam a um vocabulário recorrente.
Que HODIERNO seja sua palavra de hoje. Tente usá-la em uma frase ao longo do dia. Seus amigos o agradecerão pela cultura. Só não vale usar a frase “você sabe o que é HODIERNO?”.
Ah, e não deixe de compartilhar sua frase nos comentários.
Saiba antes de ler: não sou crítico literário nem detentor da verdade absoluta. O texto abaixo relata as impressões que tive após a leitura deste livro e não traz quaisquer revelações quanto ao enredo.
A Rainha da Primavera é um romance infantojuvenil da jovem escritora paranaense Karen Soarele. Disponibilizado gratuitamente como e-book (.PDF ou .EPUB) e à venda por impressão sob demanda, a obra é uma concisa introdução ao universo fantástico apresentado em Línguas de Fogo, primeiro trabalho publicado da autora.
O livro tem como público-alvo, principalmente, leitores na faixa etária entre 10 e 15 anos – na qual, obviamente, eu não me incluo já há um tempo razoável. A convite de Soarele, porém, arrisquei-me na leitura do e-book (mil vivas ao Kindle!). Ao fim das 87 páginas, porém, frustrei-me ao ver tantos elementos promissores desperdiçados.
Numa ilha que só pode ser encontrada a cada dez anos vive Flora, que há muito anseia por uma vida de aventuras. Quando um guerreiro de olhos rubros e mãos ensanguentadas e um velho de rosto deformado a encontram, seu desejo está prestes a ser realizar. Vindos de um reino ameaçado pela guerra, os dois forasteiros revelam a Flora o segredo de sua origem e a convocam a uma jornada por um mundo além dos confortos de seu lar ancestral.
A premissa de A Rainha da Primavera pode não soar completamente original, mas desperta o interesse. Infelizmente, a obra é prejudicada pelo tamanho, curto demais para possibilitar o desenvolvimento equilibrado de personagens, história e ambiente.
Em mais páginas, protagonistas e antagonistas poderiam ter suas personalidades exploradas com maior profundidade, eventos poderiam ser contextualizados e locais poderiam ser mais detalhados.
Nota-se no texto certo desapego aos detalhes. Em diversos momentos o leitor trava contato com aspectos instigantes do cenário, como a ilha que só pode ser visitada a cada década e seus misteriosos habitantes de pele cinza-esverdeada, uma Guerra Sem Fim, dádivas divinas, entre outros. Nada disso, porém, recebe mais do que descrições breves ou mesmo meras citações.
Em contrapartida, não se alongar em explicações pode ser parte da estratégia de introduzir novos leitores ao mundo de Línguas de Fogo, atraindo-os para o livro principal, onde estariam todos os detalhes não explorados. É uma atitude válida, mas incompreensível em um trabalho cuja proposta é, justamente, expandir esse universo ao contar uma história de seu passado.
Trata-se, ainda, de um risco que pode resultar em efeito contrário se os “ganchos” não forem bem trabalhados; e, novamente, o tamanho do livro dificulta tal tarefa. Todavia, esta questão nem incomodaria tanto se não prejudicasse também o enredo.
A narrativa poderia ter sido mais enriquecida se certos aspectos tivessem sido esmiuçados, como os eventos em torno do passado da protagonista e da sintonia que a torna tão especial aos dois forasteiros.
Por nunca terem os propósitos por trás de suas ações abordadas, os antagonistas também acabam diminuídos a figuras pouco complexas. Não há tons de cinza, tudo é preto e branco; é mau porque é mau, faz guerra por amor à guerra. Contudo, o que poderia soar inverossímil e imaturo numa literatura adulta ou jovem-adulta é aceitável em um infantojuvenil.
Narrando a história em terceira pessoa, Soarele apresenta uma escrita fluída e direta, como convém a esse tipo de obra. Em alguns momentos, porém, a autora tende a se repetir, talvez no intuito de reforçar ao leitor uma imagem ou sensação.
Senti falta de equilíbrio no ritmo da história, que ora se arrasta, ora acelera demais, por vezes até entregando muitas informações numa só tacada – certas revelações teriam maior impacto se não fossem feitas nos primeiros capítulos, por exemplo. A conclusão também se dá de forma muita abrupta.
A Rainha da Primavera é, enfim, uma inocente narrativa mais adequada ao público infantojuvenil. Aqueles que já conhecem o trabalho da autora em Línguas de Fogo, primeiro volume da série intitulada Crônicas de Myriade, tirarão maior proveito desse romance interessante, mas de potencial excessivamente limitado por seu tamanho.
Assim, eu concedo 2 penas-tinteiro (ou estrelas).
E esta é a humilde opinião de um escriba.
Em tempo: está prevista para este ano a publicação do segundo volume das Crônicas, ainda sem título definido. Já A Rainha da Primavera está disponível no blog da autora (veja o link abaixo).
Para saber mais:
Karen Soarele:blog oficial onde é possível adquirir todos os livros da autora, inclusive a versão gratuita do e-book A Rainha da Primavera.
Desafio Vocabular é uma série de breves artigos que coloca o leitor cara a cara com termos pouco usuais do nosso idioma. Ao contrário do que possa parecer, nenhuma das palavras selecionadas foi retirada de dicionários, mas de minhas próprias leituras casuais. Quer participar da brincadeira? Entre em contato.
Sabe o que é PLANGENTE? Leia a frase abaixo e veja se descobre o significado dessa palavra.
Pobres são os homens que devem aturar mulheres plangentes pelo menos uma vez por mês.
E aí? Descobriu? Provavelmente, não é o que você está pensando. Confira a resposta a seguir.
PLANGENTE
Do Dicionário Aurélio:
Adjetivo de dois gêneros.
1. Que chora.
2. Lastimoso; triste.
Do Dicionário Houaiss:
n adjetivo de dois gêneros
1. que plange ou chora
2. que se lastima; triste
Se você chegou perto, parabéns; é um grande conhecedor da Língua Portuguesa! Se você errou feio, não se preocupe; é apenas mais um dos meros mortais que se habituam a um vocabulário recorrente.
Que PLANGENTE seja sua palavra de hoje. Tente usá-la em uma frase ao longo do dia. Seus amigos o agradecerão pela cultura. Só não vale usar a frase “você sabe o que é PLANGENTE?”.
Ah, e não deixe de compartilhar sua frase nos comentários.
Saiba antes de ler: além de romances e livros sobre a arte da escrita, tenho o hábito de ler historietas avulsas por aí. Senti a vontade de comentar sobre esses textos breves, portanto, eu comentarei por aqui sobre contos, novelas e outras leituras mais enxutas. Note-se que este post não é uma resenha, mas um apanhado de considerações breves suscitadas após a leitura do texto.
Escrito por Luiz Braz (pseudônimo de Nelson de Oliveira), Só Poeira é um criativo e divertido miniconto de ficção científica que integra a coletânea Pequena coleção de grandes horrores, obra inédita a ser lançada em março deste ano pela Terracota Editora.
Num futuro próximo, quatro irmãos desenvolvem o primeiro androide. Orgulhosos de sua obra, feita à exata semelhança do ser humano, eles anunciam sua criação e revelam que esta possui um mecanismo de autodefesa projetado para protegê-la em toda a sua perfeição. Anos mais tarde, porém, isso pode se revelar uma má decisão.
Escrito numa linguagem fácil e permeado pelo humor, o texto apresenta um desfecho que se pode supor, mas mesmo assim surpreende. A citação aos profetas me pareceu uma crítica religiosa velada. A escolha do nome dos irmãos foi uma ótima sacada: Karamazov, como na obra do russo Fiódor Dostoievski. Considerando-se a interpretação de seu significado – ‘aquele que com seu comportamento desacertado provoca a própria punição’* –, a escolha foi bem apropriada.
O conto está disponível aqui (site do jornal Cândido, publicado pela Biblioteca Pública do Paraná).
* Os irmãos Karamázov. Círculo do Livro. São Paulo, Brasil. Tradução de Natália Nunes e Oscar Mendes.
Para saber mais:
Li e Comento: minhas breves considerações sobre contos, novelas e outras narrativas curtas.
Desafio Vocabular é uma série de breves artigos que coloca o leitor cara a cara com termos pouco usuais do nosso idioma. Ao contrário do que possa parecer, nenhuma das palavras selecionadas foi retirada de dicionários, mas de minhas próprias leituras casuais. Quer participar da brincadeira? Entre em contato.
Sabe o que é MISANTROPO? Leia a frase abaixo e veja se descobre o significado dessa palavra.
Minha melhor amiga tinha um namorado misantropo. Mas que ele era bonito ele era.
E aí? Descobriu? Provavelmente, não é o que você está pensando. Confira a resposta a seguir.
MISANTROPO
Do Dicionário Aurélio:
Substantivo masculino.
1. Que ou aquele que tem ódio ou aversão à sociedade;
2. P. ext. Que ou aquele que evita a convivência,
que prefere a solidão, que é solitário, insociável;
antropófobo [Antôn.: filantropo.]
3. P. ext. Diz-se de, ou homem melancólico.
Do Dicionário Houaiss:
n adjetivo e substantivo masculino
1. que ou aquele que odeia a humanidade
ou sente aversão às pessoas
2. Derivação: por extensão de sentido.
que ou aquele que prefere a solidão, não tem vida social,
não gosta da convivência com outras pessoas;
eremita, ermitão, solitário
3. Derivação: por extensão de sentido.
que ou aquele que não demonstra alegria
Se você chegou perto, parabéns; é um grande conhecedor da Língua Portuguesa! Se você errou feio, não se preocupe; é apenas mais um dos meros mortais que se habituam a um vocabulário recorrente.
Que MISANTROPO seja sua palavra de hoje. Tente usá-la em uma frase ao longo do dia. Seus amigos o agradecerão pela cultura. Só não vale usar a frase “você sabe o que é MISANTROPO?”.
Ah, e não deixe de compartilhar sua frase nos comentários.
Como já devem saber, 2013 é para mim o ano da profissionalização; é quando pretendo, entre outras coisas, participar de uma oficina de escrita. Lendo a respeito, topei com o excelente artigo “Escritor em construção”, publicado na edição 15 da revista Metáfora.Nele, Luciano Velleda mostra que a oferta de tais cursos tem crescido no Brasil, mas defende que é preciso avaliar bem antes de optar por um.
Nessa mesma matéria, o escritor gaúcho e ministrante de oficina, Charles Kiefer, faz quatro recomendações precisas aos interessados: primeiro, avalie até que grau o autor é reconhecido; segundo, saiba se este tem uma boa didática, pois pode ser excelente escritor, mas não saber ensinar; terceiro, tenha contato com a obra do professor; quarto, esteja aberto à crítica.
Velleda enumera algumas oficinas conceituadas e formadoras de bons escritores, como a de Assis Brasil, de onde saíram, por exemplo, Marcelino Freire, que hoje tem a própria oficina, e Leonel Caldela (O Caçador de Apóstolos). Prestando um serviço aos aprendizes de escritor por aí, reproduzo a lista abaixo, com informações de contato e preços cobrados. Fui um pouco além e acrescentei outras duas que têm certo destaque e podem ser boas opções.
Marcelino Freire (esq.), Assis Brasil (centro) e Leonel Caldela (dir.).
Quero aproveitar para deixar registrado aqui minha indignação, afinal, onde estão as oficinas mineiras? Ainda não encontrei nada semelhante em Belo Horizontem exceto por professores de outros estados que de tempos em tempos dão as caras por aqui. Alô, alô, escritores mineiros, quando começarão a olhar para os aspirantes conterrâneos (e agregados)?
ATUALIZAÇÃO: enfim encontrei! O Letras e Ponto oferece oficinas de contos e literatura semestrais. Mais tarde falarei sobre eles por aqui. Por ora, confiram mais sobre esse excelente espaço proporcionado pela escritora Dagmar Braga.
“Por dentro das Oficinas”
por Luciano Velleda
Oficina Literária Raimundo Carreiro
Recife (PE)
Informações: (81) 9495-2583
www.raimundocarrero.com.br
Duração: sem término definido
Valor: R$ 150,00 / mês
Oficina de Escrita Criativa, com Rosângela Petta
São Paulo (SP)
Informações: (11) 3255-2003 / 3257-6268
www.oficinadeescritacriativa.com.br
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Duração do curso de ficção: 4 meses
Valor: R$ 3.300
Oficina de criação literária, com Marcelino Freire