T. K. Pereira é escritor de coração e analista de sistemas por necessidade. Sob o manto do Escriba Encapuzado, idealizou o projeto 7 coisas que aprendi, foi finalista do concurso literário Brasil em Prosa 2015, e publicou contos em antologias diversas. Vozes (2019) é seu primeiro livro de contos solo.
Imagino que para um profissional da palavra não há frustração maior do que ter rejeitados os textos ao quais se dedicou com empenho e zelo. No ramo jornalístico isso é comum, infelizmente.
Não significa, porém, que estejam todos destinados a uma gaveta poeirenta ou à lata de lixo. É o que acredita a jornalista Lorena Otero, que já deu as caras por aqui na crônica O efeito nhé.
Sabendo que não adianta chorar pelo leite derramado, ela arregaça as mangas para compartilhar seu talento com o mundo em seu recém-lançado blog.
Desafio Vocabular é uma série de breves artigos que coloca o leitor cara a cara com termos pouco usuais do nosso idioma. Ao contrário do que possa parecer, nenhuma das palavras selecionadas foi retirada de dicionários, mas de minhas próprias leituras casuais. Quer participar da brincadeira? Entre em contato.
Sabe o que é IGNOTO? Leia a frase abaixo e veja se descobre o significado dessa palavra.
Quem já não se sentiu meio ignoto na sétima série?
E aí? Descobriu? Provavelmente, não é o que você está pensando. Confira a resposta a seguir.
IGNOTO
Do Dicionário Aurélio:
Adjetivo.
1. V. ignorado.
Do Dicionário Houaiss:
n adjetivo e substantivo masculino
1. que ou o que é desconhecido, não sabido
Se você chegou perto, parabéns; é um grande conhecedor da Língua Portuguesa! Se você errou feio, não se preocupe; é apenas mais um dos meros mortais que se habituam a um vocabulário recorrente.
Que IGNOTO seja sua palavra de hoje. Tente usá-la em uma frase ao longo do dia. Seus amigos o agradecerão pela cultura. Só não vale usar a frase “você sabe o que é IGNOTO?”.
Ah, e não deixe de compartilhar sua frase nos comentários.
Saiba antes de ler: esta é a segunda parte do texto sobre o filme A Viagem. Para melhor apreciá-lo é essencial a leitura da primeira parte, que pode ser conferida aqui.
Meu desencanto com o filme foi motivado, principalmente, pela comparação entre as obras. Não me entendam mal, afinal, eu gostei do filme. Mas ele não correspondeu exatamente às minhas expectativas; queria ser surpreendido, ver algo que mal consigo definir; eu esperava mais. Quando deixei o cinema, ainda estava incerto sobre o que havia compreendido do filme. Pensei que talvez não tivesse sido capaz de assimilar algo secreto, significados ocultos, um apelo humano.
Talvez desejasse perceber conexões mais fortes entre as histórias do que um simples livro que é lido ou um filme que é visto séculos depois. Não acho que a influência desses pequenos legados tenha sido bem trabalhada pelos Wachowski, pois o elo parece sutil, tênue demais na maioria dos casos.
Por exemplo: o filme sobre a vida do editor Cavendish, assistido no futuro pelo clone Sonmi-451, tem impacto marcante em sua história; por outro lado, o manuscrito do romance sobre a vida da jornalista Luisa Rey não afeta em nada os eventos que envolvem Cavendish e suas atribulações no asilo. Da mesma forma, qual é o valor do diário de Adam Ewing para a curta vida do músico Robert Frobisher?
Sobre a história deste, houve ainda algo intrigante e com potencial ignorado pelos roteiristas: como explicar que o compositor Vyvyan Ayrs tenha sonhado com um lugar cuja descrição é bem semelhante ao da lanchonete onde trabalha, no futuro, o clone Sonmi-451?
Resta-me supor que tratam-se de falhas da adaptação. Talvez no livro tais ligações sejam mais palpáveis, pois no filme, a maioria parece limitada à mera presença. Somos tomados pela agradável sensação de reconhecimento – ó, ele está lendo o diário do advogado da primeira história –, mas não é possível extrair mais nada dessas relações.
Ei, aquele é o Tom Hanks reencarnado?
A questão da reencarnação também empalideceu. O troca-troca de atores nos papéis me levou a imaginar que todos os protagonistas e antagonistas recorriam nas diferentes linhas do tempo, o que não ocorre. Como no livro, só os portadores da marca de nascença em forma de cometa representam uma mesmo alma reencarnada.
Pode-se interpretar que o espectador acompanha a trajetória (ou a viagem. Sacaram? Hein, hein?) desse espírito através das eras – um ponto de vista que torna o filme simplista demais. Por outro lado, como demonstrado no infográfico abaixo, é interessante constatar que este ser se encaixa em diversos arquétipos nas diferentes épocas, o que pode representar uma espécie de evolução natural.
Clique na imagem para ver maiores detalhes (o carregamento pode demorar um pouco).
Assim, além deste espírito reencarnado, o que reincide no filme são situações e arquétipos. O vilão da história de Luisa Rey não é o vilão da história de Timothy Cavendish reencarnado, é apenas o mesmo ator representando a reincidência daquele arquétipo.
Embora ocasione tal confusão, a alternância de atores tem um lado positivo, pois gera uma sensação de familiaridade com os personagens, como se o espectador os conhecesse de outras vidas. Isso também o permite identificar-se com o protagonista-mor (a alma reencarnada) em suas experiências.
À luz dessas considerações, a recorrência do amor surge forçada e inverossímil em algumas histórias. Por que o doutor Isaac Sachs se apaixona magicamente por Luisa Rey como se seu sentimento fosse um legado de vidas passadas quando isso nunca fica claro? E como explicar o fato de que ela não parece corresponder a tal paixão?
Afinal, vale a pena assistir ou não?
O filme é uma experiência muito mais interessante quando se foca o portador da marca em forma de cometa. Isso é especialmente verdadeiro na história da jornalista Rey: ela reencontra o homem que amou, emociona-se com as cartas que escreveu, e escuta a música que compôs em sua encarnação anterior.
A Viagem é um filme ambicioso por ousar contar uma, ou melhor, seis histórias de modo tão pouco convencional. Neste quesito, não creio que os Wachowski tenham falhado. Contudo, ao tomar conhecimento da fonte e das diferenças entre esta e a adaptação, toda a produção parece se reduzir a um simples exercício de estilo.
Dois adendos: primeiro, a chance de ver Tom Hanks como um escritor psicótico e Hugo Weaving (o eterno agente Smith) travestido de enfermeira compensa qualquer deficiência do longa; segundo, imagino se os críticos não menosprezaram tanto o filme só para se utilizarem da piada pronta proporcionada pelo título aberrante da versão nacional.
Há muito mais a ser dito sobre Cloud Atlas (o livro). Para os curiosos recomendo uma conferida nos links abaixo.
Para saber mais:
Cloud Atlas Wiki: site colaborativo que objetiva ser a maior fonte de referência sobre o livro de Mitchell e o filme dos Wachowski (em inglês).
Análise de Cloud Atlas: o autor deste blog escreveu uma série de posts onde esmiuça diversos aspectos da obra e de cada uma de suas histórias (em inglês).
Diferenças entre as histórias do livro e do filme: artigo excelente traçando paralelos entre as histórias de ambas as obras (em inglês).
David Mitchell sobre A Viagem: o escritor de Cloud Atlas comenta sobre a adaptação cinematográfica de sua obra no The Wall Street Journal (em inglês).
Jogo da Adivinhação: no site da revista Veja há um jogo (bem bobinho) inspirado no filme; o objetivo é relacionar atores e personagens.
Saiba antes de ler: este post ficou tão grande que foi dividido em duas partes complementares. Talvez o leitor não tenha paciência para ler tudo, mas eu precisava escrever sobre esse filme.
“Passado. Presente. Futuro. Tudo está conectado.” Esta é a instigante premissa de A Viagem, a nova produção dos irmãos Wachowski (Matrix) que estreou recentemente nos cinemas. Na expectativa de uma experiência, no mínimo, surpreendente, fui conferi-la na semana passada.
Ainda que a história não tenha sido exatamente a que eu tinha em mente, não me desapontei ao término de suas quase três horas. A decepção veio no dia seguinte.
Deixei o cinema sem saber exatamente o que pensar. Decidido a tentar decifrar o filme, topei com o livro que o inspirou e foi aí que perdi muito do meu fascínio. Antes de expor as razões de meu desencantamento, porém, quero compartilhar considerações sobre ambas as obras.
Atenção: adiante há revelações sobre os enredos (spoilers).
Sobre o livro
Escrito pelo britânico David Mitchell e publicado em 2004, Cloud Atlas (Atlas de Nuvens, em tradução livre) apresenta seis contos que conduzem o leitor desde o Pacífico Sul do século dezenove até um futuro pós-apocalíptico longínquo. A obra é um quebra-cabeça. Primeiro, o autor inicia e interrompe cada um de cinco contos antes de sua conclusão. O sexto conto é o único narrado do princípio ao fim, quando, então, os seus antecessores são retomados em ordem cronológica reversa.
A grande sacada de Mitchell é encerrar cada conto com o protagonista lendo ou observando a história cronologicamente anterior a sua, o que estabelece o elo entre as narrativas – através de um diário ou de um filme, as histórias repercutem pelo tempo e o espaço. Deste modo, a viagem do leitor termina exatamente onde começou: no Pacífico Sul do século dezenove.
A estrutura do livro não é tão confusa quanto parece (clique para ver).
Estão presentes no livro esta interligação em forma de legado e a questão da reencarnação – a exceção de um, os protagonistas dos contos trazem uma marca de nascença que os identifica como uma mesma alma incorporada em outra vida. Mas esses temas não são o foco de Cloud Atlas.
Segundo o autor, a obra trata da predação de “indivíduos por indivíduos, grupos por grupos, nações por nações, tribos por tribos” que, retratada em diferentes contextos (épocas), explicita seu caráter eterno, recorrente. Mitchel diz ser possível inferir tal interpretação do título: “as nuvens seriam as manifestações mutáveis do Atlas, que por sua vez representa a natureza humana imutável” (?!). A reencarnação, por exemplo, “é só um símbolo (…) da universalidade da natureza humana”.
Em se tratando de recorrências, há as que se destacam ao longo da obra: os movimentos de ascensão e declínio (explicitas na forma de escaladas e quedas ou implícitas em epifanias morais); a contestação da veracidade das histórias pelos protagonistas que as conhecem; e a citação ao número seis (a música que é um sexteto, o personagem que é chamado Sixsmith, a dívida de sessenta mil libras, os seis catecismos dos clones).
Sobre o filme:
Cloud Atlas era considerado por muitos como um livro impossível de adaptar para o cinema. O próprio Mitchell reconheceu que sua estrutura aninhada, de uma história contida em outra, era rígida demais para a telona. A solução encontrada pelos Wachowski foi apresentá-las em paralelo, intercalando-as nos momentos em que as similaridades de situações explicitavam as ligações e recorrências – por exemplo, nas cenas de confronto contra o vilão de cada história.
A sugestão de ressurreição também está presente aqui, mas de modo exacerbado – e até mal pensado. Não só há ênfase na marca de nascença que surge em diferentes protagonistas ao longo das épocas, mas os atores também se tornam recorrentes, alguns interpretando personagens completamente diferentes, outros representando sempre um mesmo arquétipo (o vilão, o oportunista).
Os atores se revezam, surpreendem e divertem em papéis diversos.
Em Cloud Atlas, dois contos apresentam certo aspecto de romance: a do jovem músico e a do clone que se revolta contra o sistema. Em A Viagem, o amor está em toda parte e surge como mais uma característica que interliga as histórias – e a maioria dos desfechos é encerrada com um par romântico estabelecido. Assim, o filme torna-se uma experiência mais sentimental que o livro.
Essas são as principais diferenças entre as obras. Obviamente, há outras que incluem desde a ênfase na luta pela liberdade, a mudança do nome de ao menos um personagem, a remoção de trechos existentes e a inclusão de outros inexistentes no livro de Mitchell (veja na parte dois do texto o link para um interessante artigo que identifica estas e outras diferenças).
Há escritores divididos que não sabem se querem ser autores, críticos literários, blogueiros. A polêmica frase foi parafraseada de um comentário do escritor Raphael Draccon durante uma entrevista concedida ao podcast Ghost Writerem 2012.
À época, vi-me refletindo, não pela primeira vez, sobre meu papel neste cantinho virtual. Atualmente, tais palavras são como uma bussola. Mas é preciso interpretá-las com cuidado, sob o risco de ferirem-se egos sensíveis.
A crítica do autor não trata de classificações, estereótipos, de quem pode ou não considerar-se um escritor. Está bem claro que a mensagem é outra, direcionada especificamente àqueles que abraçaram o desejo de ter trabalhos publicados: o foco é fundamental, afinal, livros não se escrevem sozinhos. Em outras palavras, pare de reclamar da falta de tempo, corte as horas desperdiçadas em baboseiras no mundo virtual ou real, e dedique-se à produção de seu livro.
Draccon não é só conversa, mas um exemplo a ser seguido. Adorado pelos leitores, o escritor mantém um blog pessoal e um site dedicado à trilogia Dragões de Éter. Contudo, é fácil notar que sua presença nestes espaços é ocasional. Não é comum vê-lo publicar posts e mais posts e depois reclamar da falta de tempo para concluir aquele texto em que está trabalhando.
Autores como Eduardo Spohr (A Batalha do Apocalipse) e André Vianco (Os Sete) também se tornam menos acessíveis quando dedicados a um novo projeto – os dois possuem blogs. Por outro lado, há inúmeros casos de escritores que não passam um único dia sem postar algo em seu site, sem acompanhar discussões acaloradas em grupos e redes sociais, disseminar memes bobinhos e polêmicas vazias. São os mesmos que se queixam da correria do dia-a-dia e choram por viver às turras para concluir aquele(s) livro(s) que há anos estão tentando escrever.
O que eles têm que eu não tenho?
Draccon, Spohr, Vianco e outros autores não são seres com poderes paranormais. O dia deles tem vinte e quatro horas como o de todos os demais mortais, e, como estes, eles também tem de lidar com o cotidiano vertiginoso, com responsabilidades de toda ordem, muitas nem um pouco relacionadas à carreira literária. O segredo de seu sucesso é óbvio: eles levam a coisa a sério. Em outras palavras, são escritores profissionais.
Pare de perder tempo e reclamar da vida. Mãos à obra!
Não existe falta, mas si o mau uso do tempo. Alguém que passa horas navegando em sites na Internet, assistindo a filmes repetidos na TV, jogando videogame, e batendo pelada diária com os amigos não poderá reclamar de não ter tempo para escrever. Quando algo é importante de verdade, encontra-se uma forma de dedicar tempo a isto, nem que apenas por alguns minutos ao dia.
Nada disso significa que seja preciso abandonar um blog definitivamente ou nunca mais dar as caras no Facebook ou no Twitter. Pelo contrário, a Internet ainda é o melhor meio de entrar em contato com seu público, divulgar sua obra e angariar novos leitores. Mas se o objetivo é ser um escritor com livros publicados, então às vezes será preciso isolar-se do mundo para se dedicar totalmente à escrita.
Escritor ermitão?
Todos sabem que o oficio de escritor é bem solitário, mas somente quem se pretende a sério como tal abraça este fato. É preciso estar preparado para passar horas diante de uma folha em branco (real ou virtual), tendo como companhia apenas os pensamentos e o desejo de criar.
Não é qualquer um que está disposto a abrir mão de um cineminha ou um dia na piscina do clube só para ficar enfurnado num quarto digitando palavras que talvez ninguém sequer venha a ler um dia. Mas é isso que fazem os escritores profissionais que tem obras publicadas.
O ideal é organizar-se, estabelecer períodos de dedicação exclusiva a este ou aquele projeto. Decida, por exemplo, que pelos próximos dois meses você se dedicará apenas a materializar em livro aquela ideia brilhante que há meses te atormenta.
Foque-se na escrita, custe o que custar: afaste-se das redes sociais, evite peladas e baladas, deixe o blog às moscas.
Uma dica: experimente preparar textos com antecedência, agendando publicações automáticas para seu o período de isolamento; acredite, funciona que é uma beleza.
Para saber mais:
Ghost Writer 6 – Entrevista com Raphael Draccon: escute as sábias palavras do escritor neste episódio do podcast.
Em 2012 assumi de vez o desejo de tornar-me escritor e firmei o compromisso pessoal de me dedicar a isso seriamente. Dando continuidade à jornada, os objetivos para este novo ano são mais ambiciosos. Como antes, materializo e torno públicas as minhas resoluções para 2013, o ano da profissionalização.
Audácia em 6 resoluções
Estudar técnicas de estrutura literária
A boa escrita exige mais do que familiaridade com as palavras, assim como um livro não se sustenta apenas sobre uma ideia criativa. É preciso conhecer os instrumentos utilizados para compartilhar histórias: modos de narração, criação de personagens, desenvolvimento de cenas, entre outros aspectos.
Aprender por conta própria é possível – a Internet disponibiliza inúmeros recursos para isso –, mas há quem defenda que o ideal é ser instruído, desafiado e avaliado por profissionais experientes, cujos currículos listem trabalhos publicados e reconhecidos. No meu caso, optarei por ambos: além de continuar usufruindo das dicas de sites como Ficção em Tópicos, Writer’s Digest e Vida de Escritor, participarei de uma oficina de escrita criativa.
Fazer um curso sobre mercado editorial
Engana-se quem pensa que o trabalho do autor termina com o ponto final. Há ainda um caminho longo e repleto de pedras a percorrer, mas a viagem pode ser mais agradável para os que sabem o que esperar dela.
Modalidades de publicação, direitos autorais, acordos contratuais; estes e muitos outros são conhecimentos fundamentais para quem pretende iniciar uma carreira de escritor. O curso mais completo e acessível que encontrei até o momento é prestado on-line por Thalita Rebouças, escritora renomada com mais de 11 anos de experiência.
Acompanhar as narrativas digitais e o mercado de e-books
Dois temas que têm atraído meu interesse nos últimos anos. O primeiro diz respeito às novas maneiras de contar histórias, criando experiências mais interativas – há projetos interessantíssimos nesta área, alguns da autoria de brasileiros. O segundo tem se destacado com a chegada da Amazon ao país, e, naturalmente, pretensos escritores como eu devem estar sintonizados.
Participar de eventos literários
O ofício de escritor é solitário por natureza, mas é importante não se tornar um ermitão. Cercar-se de tudo relacionado à literatura não só permite estar atento às tendências como também possibilita contato (e aprendizado) com escritores em diversos estágios da carreira e, mais importante, com leitores.
Escrever um livro
A participação no NaNoWriMo demonstrou que, com a medida certa de estímulo, preparação e dedicação, produzir uma obra não é o pesadelo que eu imaginava. O objetivo é pôr logo em prática a experiência adquirida nos estudos citados acima. Ideias não me faltam, mas devo optar por uma de duas que há algum tempo me imploram para serem escritas.
Comecei determinando períodos exclusivos para isso, livres de preocupação com trabalho e outras responsabilidades; durante eles ficarei inacessível para a maioria das pessoas, a exemplo do que fiz em novembro passado, quando escrevi oito contos, totalizando mais de 50 mil palavras. Maiores detalhes sobre o livro não serão compartilhados tão cedo, porém, tenciono manter um diário de produção que divulgarei posteriormente por aqui.
Quem mais se atreve a escrever um livro em 2013?
Buscar pareceres profissionais de textos autorais
Tenho trabalhos inacabados que pretendo finalizar e disponibilizar para a avaliação de um profissional antes de publicá-los – o que também vale para meu primeiro livro, assim que a primeira versão estiver finalizada. Espero que este retorno, somado à participação em oficina criativa, contribua para meu amadurecimento como escritor.
Ainda sob o capuz
Aí estão minhas resoluções para 2013. Algumas são atrevidas, admito, mas há pouco valor na conquista sem um pouco de ousadia. Obviamente, também pretendo escrever bastante nesse ano, afinal, isso é o que faz um escritor. Mas, com exceção dos artigos do blog e uma ou outra historieta despretensiosa, a minha produção ainda não deverá ser disponibilizada aos leitores.
Tal decisão é tremendamente angustiante, pois o desejo de ser lido (e reconhecido, é claro) é maior que tudo. Conter a ansiedade de divulgar trabalhos que ainda não estão completamente finalizados não será fácil – de fato, este será um dos grandes desafios do ano –, mas creio que é preciso por ora.
E vocês, aprendizes, o que planejam para este novo ano?
Para saber mais:
25 resoluções de escritor para 2013 (e além): tendo dificuldades em elaborar suas resoluções de ano novo? Dê uma olhada nas listadas neste interessante artigo; algumas delas podem se aplicar a você (em inglês).
O problema das resoluções de ano novo: artigo do Jornal do Empreendedor. Recomendo a leitura.
Mercado editorial para escritores iniciantes: os bastidores de tudo o que você precisa saber para publicar e divulgar o seu livro. Curso ministrado on-line pela escritora Thalita Rebouças.
Ficção em Tópicos: Diego Schutt compartilhar dicas valiosas sobre desenvolvimento de ideias, estrutura, estilo, criação e muito mais. O site mais completo sobre a arte de escrever.
Vida de Escritor:site do escritor e parceiro Alexandre Lobão, repleto de dicas sobre escrita e mercado. Também publica os artigos da série 7 coisas que aprendi.
Writer’s Digest: disponibiliza dicas, livros, arquivos digitais, propostas de escrita, e um vasto acervo de recursos para escritores (em inglês).
Amazon.com.br: versão nacional da maior varejista on-line do mundo. Atualmente, só o Kindle e seus livros estão disponíveis para compra.
Resoluções de Escritor:post de 2012 onde discorro sobre o valor de assumir resoluções publicamente.
Repleto de bênçãos, conquistas, momentos especiais e histórias compartilhadas; assim foi o ano de 2012 para mim. Impossível estar mais feliz com um saldo tão proveitoso. É gratificante constatar as influências positivas da escrita nos últimos dozes meses desta montanha-russa chamada vida.
Esse foi um tempo decisivo; abracei meu lado escritor e, como tal, comprometi-me com algumas resoluções. Agora, na aurora de um novo ano, é chegado o momento de rever metas, refletir sobre o que foi cumprido ou não, e compor novas diretrizes para um promissor 2013.
Um bom ano
Em 2012, tomei para mim seis compromissos e compartilhei-os aqui com os fieis leitores. A razão era materializar minhas aspirações para que não se perdessem no rol das resoluções que nunca são cumpridas. Agora é hora de ver como me saí. Vamos lá?
Estudar e aperfeiçoar o uso do tempo
O tempo é o que fazemos dele. Graças a uma radical mudança de atitude e ao uso de uma metodologia de gerenciamento do tempo, 2012 foi muito mais produtivo que o ano anterior. Escrever não é mais um mero passatempo e se tornou tão importante para mim quanto família e amor.
Determinar horário e local para escrever
Sou mais produtivo de manhã. Vez por outra, sob uma súbita inspiração, a tarde dá bons resultados. Contudo, a noite é um período perdido. Após o trabalho, a mente, mesmo fervilhando de ideias, recusa-se a fazer mais do que registrá-las sem esmero.
O local é irrelevante, desde que não haja barulho nem interrupções; quando inspirado, estes não são problema, senão, um alfinete caindo no vizinho do outro lado da rua já é uma grande perturbação.
Escrever por 21 dias
O objetivo era fixar o hábito de escrever num mesmo horário e local, ou seja, assumir a postura de um verdadeiro profissional.
Ainda que tenha escrito com maior frequência que em 2011, não consegui manter o ritmo ininterrupto que esperava, nem mesmo durante minha participação no Mês (Inter)Nacional de Escrita de Romances (do inglês National Novel Writing Month ou NaNoWriMo) – dos 30 dias previstos, eu escrevi durante 23, e destes somente os últimos 17 foram seguidos.
Experimentar outro gênero
Deixando um pouco de lado a fantasia medieval, meu gênero favorito, eu enveredei por gêneros tão diversos quanto horror, erótico, policial. Alguns textos foram publicados no blog (vejam a seção Histórias), mas a maioria permanece inédita.
Há ainda oito contos frutos da minha participação no NaNoWriMo que serão revisados antes que eu tenha coragem de disponibilizá-los aos leitores.
Ser mais social
Limitei-me a acompanhar alguns sites sobre escrita, mas não interagi tanto com seus autores quanto esperava, em parte por ter de optar em dar mais atenção à escrita e ao seu estudo.
No entanto, por intermédio do projeto “7 coisas que aprendi”, iniciado em parceria com Alexandre Lobão, eu travei contato com escritores diversos e pude aprender bastante com seus depoimentos (vejam a seção Aprendiz de Escritor).
Recrutar leitores pessoais
Tive dificuldades para encontrar leitores críticos. Não queria pessoas próximas demais cujas críticas fossem resguardadas, nem totais desconhecidos que pudessem apropriar-se de meu trabalho (medo tolo, eu reconheço).
Acabei encontrando três leitores, dos quais só um é fixo – como verdadeiro profissional das palavras, suas criticas sinceras (e cruéis) são exatamente o tipo de retorno de que preciso. Também criei mecanismos de avaliação dos textos publicados no blog; mesmo com uma participação ainda modesta, os leitores contribuem imensamente para minha formação como escritor.
O que esperar de 2013
Sou um espírito inquieto e ambicioso. Sim, o passado foi ótimo, mas o futuro pode (e deverá) ser ainda melhor. Os planos são muitos, por isso preciso refletir com calma sobre o que focar neste ano que se inicia. Falarei mais a respeito no próximo post, mas já adianto isto: este será o ano da profissionalização.
E vocês, aprendizes de escritor e fieis leitores, o que planejam para este novo ano?
Para saber mais:
Resoluções de Escritor: reveja o post onde falo sobre o valor de assumir resoluções publicamente.
O problema das resoluções de ano novo: texto interessantíssimo do Jornal do Empreendedor que aborda, inclusive, o problema dos livros de autoajuda. Recomendo a leitura.
5 resoluções de ano novo para escritores: reservar tempo para escrever, abraçar seu estilo de escrita, revisar enquanto escreve, sair da zona de conforto, e denominar-se escritor. Saiba mais neste interessante artigo no Writer’s Digest (em inglês).