Estas são as Notas Literárias, sua dose semanal de literatura. Originalmente publicadas na coluna Café Literário, do portal Café com Notícias, elas agora marcam presença no Escriba Encapuzado. Toda quinta-feira o leitor confere por aqui um universo de novidades, curiosidades e inspiração. Caso queira sugerir pautas para este espaço, basta entrar em contato.
Salve amigo leitor, salve amigo aprendiz. Esta semana as Notas Literárias trazem novos livros de Stephen King e J.K. Rowling, uma divertida HQ, dicas de concursos literários e muito mais. Confira.
Clássico da Fantasia
A Editora Saída de Emergência anunciou para março o lançamento de A Espada de Shannara, de Terry Brooks, um dos mestres do gênero. Quando publicado em 1977, o livro figurou como best-seller do The New York Times por mais de cinco meses. Brooks revelou que se sentiu inspirado a escrever o romance após ler O Senhor dos Anéis, a obra-prima de J.R.R. Tolkien. A capa da edição nacional, que conta com tradução da escritora e historiadora Ana Cristina Rodrigues, já foi divulgada.
Segurem o rei!
Stephen King tem o dom de produzir histórias. Seu novo livro, Mr. Mercedes – sobre um ex-policial amargurado –, sequer foi publicado e o mestre do suspense já anunciou o lançamento de outro: Revival está previsto para novembro e tem como protagonistas um roqueiro e um pastor.
Não bastassem os novos trabalhos, um dos contos de King, Ayana, será adaptado para uma série de TV, a exemplo do recente Under the Dome, baseada no livro Sob a redoma (Suma de Letras, 2012). Quer saber mais sobre o mestre do suspense? Confira essas 12 curiosidades sobre Stephen King publicadas no Literatortura pela colunista Clariana Touza.
Bicho-da-seda
Quem também lança um novo livro este ano é Robert Galbraith, também conhecido como J. K. Rowling, autora da série de livros Harry Potter. Continuação de O Chamado do Cuco (Rocco, 2013), The Silkworm traz uma nova aventura do detetive veterano de guerra Cormoran Strike – desta vez cabe a ele investigar o desaparecimento do autor de um livro comprometedor. O romance está previsto para 24 de junho, no Reino Unido; no Brasil, só deve ser publicado em novembro.
Vida de escritor
O passarinho Hector sonha em publicar seu primeiro livro. Depois de muitas tentativas, ele finalmente consegue, mas percebe que isso lhe trará algumas complicações. Os Passarinhos – Vida de Escritor (Balão Editorial, 2014) é uma coletânea de tirinhas criadas pelo quadrinista e escritor Estevão Ribeiro.
Arte de Estevão Ribeiro
Originalmente publicadas na Internet, as historinhas fizeram tanto sucesso que renderam outros dois livros: Hector & Afonso – Os Passarinhos (Balão Editorial, 2010) e Os Passarinhos e Outros Bichos (Balão Editorial, 2011). Nesse terceiro volume, Hector continua desfrutando da companhia de figuras ilustres da literatura, como Paulo, o Coelho; Ágata Triste, George Q. Q. Patin, Piu Gaiman e outros.
Conselhos e concursos
Eis alguns textos valiosos para aprendizes de escritor: descubra a rotina diária de 13 grandes escritores e o que eles fazem para continuar escrevendo neste excelente artigo de Junior Silva, colunista do site Papo de Homem; saiba por que o sucesso de uma obra depende do esforço de seu autor em divulgá-la na coluna de Jana Lauxen, no Homoliteratus; aprenda com essas 12 dicas do escritor George R. R. Martin listadas por Luiz Ehlers no site Revista Fantástica.
Depois dessas pequenas doses de inspiração, humildade e aprendizado, que tal pôr a mão à obra e participar de algum destes concursos literários previstos para 2014 listados pelo escritor e professor Marcelo Spalding no site da Oficina de Escrita Criativa com Ênfase em Criação Literária?
Rapidinhas
Cineasta brasileira prepara adaptação de livro de Amós Oz
Monique Gardenberg está trabalhando no quinto tratamento do roteiro baseado em A Caixa Preta, célebre romance epistolar de Oz. O filme será realizado em Israel, mas o elenco ainda não foi divulgado.
Em entrevista, Álvaro Alves de Faria, 72 anos, um dos mais importantes poetas de sua geração, disse estar decepcionado com a atual poesia brasileira: “essa mídia enaltece uma ‘poesia’ sem consistência nenhuma, um amontoado de coisas inúteis”.
Charles Dodgson era tão avesso à fama que desejou “nunca ter escrito livros”. Quiçá por isso tenha assinado sua obra mais aclamada com o pseudônimo Lewis Carrol.
Edição de colecionador com tiragem limitada não é uma biografia e será lançada na décima edição do cruzeiro temático “Emoções em alto mar”. Acompanhamento minucioso de Roberto Carlos teria atrasado o lançamento em 5 anos.
Livros que fizeram a cabeça de Renato Russo
Entre as referências do líder da Legião Urbana estão trabalhos de Thomas Mann, Oscar Wilde, Aldous Huxley, Jorge Amado, Carlos Durmmond de Andrade, Fernando Pessoa e até mesmo Anne Rice e J. R. R. Tolkien. Confira a lista completa no Homoliteratus.
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Salve amigo leitor, salve amigo aprendiz. Em edição extraordinária, as Notas Literárias de hoje recomendam um evento para a garotada de todas as idades em Belo Horizonte, trazem toques de despertar para quem se diz sem tempo para ler, uma carta inédita de J.R.R. Tolkien e mais. Confira.
Músicas e histórias
Existe em Belo Horizonte um tradicional projeto de música e narração de histórias dedicadas a crianças de todas as idades: o Era uma vez no MMM ocorre no último domingo de todo mês no Museu das Minas e do Metal, situado no prédio rosa da Praça da Liberdade.
A primeira edição do ano será dia 23 de fevereiro, às 11h, e reunirá a narradora Sandra Lane, o violonista Vilmar de Oliveira, e o bailarino e percussionista Evandro Passos no espetáculo De grão em grão todo mundo enche o papo. Participa também do evento a narradora e escritora Beatriz Myrrha, que promove seu livro, Pomar brasileirinho(Fino Traço Editora, 2013).
A entrada é franca e a retirada de senhas se inicia meia hora antes do espetáculo.
Dieta de informação
Você é daqueles leitores que se agoniam por nunca ter tempo o bastante para ler? Olha com remorso para a sempre crescente pilha de livros em sua estante ou e-reader? Não pode evitar passar por um sebo ou livraria sem sair carregando alguns títulos?
Não se preocupe, ó leitor exasperado, você não está só. A solução tampouco está fora de seu alcance. Que tal considerar uma dieta de leitura, como recomendado por Danilo Venticinque, colunista da Revista Época? Nicole Ayres, do site Homoliteratus, também tem dicas para quem quer ler todos os livros que deseja
Ei, mas ele está lendo… dicionários!? – Arte de Manu Pombrol
Maus exemplos famosos…
Intérprete da protagonista da adaptação cinematográfica de Cinquenta Tons de Cinza, a atriz Dakota Johnson não gostou dos livros da escritora britânica E. L. James. Em entrevista à Vanity Fair, Dakota disse: “(…) foi preciso muita leitura [na preparação para o papel], o que eu adoro, mas ela [Anastasia Steele, a protagonista] é uma estudante de literatura, então é meio chato”. Ceeerto…
Já no Brasil, o ator Caio Castro afirmou ler apenas “por obrigação” e “para estar ‘antenado’ quando alguém lhe fizer alguma pergunta”. A declaração gerou revolta em artistas como Ingrid Guimarães, Pedro Paulo Rangel e Miguel Falabella.
Seria tão bom se todos os sonhos bons se tornassem realidade e as tristes realidades não passassem apenas de sonhos”. Marcelo dos Santos Soares, morador de rua.
Rapidinhas
Oportunidade para ilustradores de fantasia
A Revista Bang fez uma chamada aos ilustradores de fantasy art. Interessados em terem seus trabalhos publicados na versão impressa da revista devem entrar em contato pelo e-mail bang@saidadeemergencia.com
Nunca antes publicada, carta do autor de O Senhor dos Anéis escrita em 1955 para seu editor trata das dificuldades enfrentadas na conclusão do último livro da clássica trilogia. A revelação mais polêmica, porém, foi a de que o romance de Aragon e Arwen deveria ter sido cortado na versão final.
Estas são as Notas Literárias, sua dose semanal de literatura. Originalmente publicadas na coluna Café Literário, do portal Café com Notícias, elas agora marcam presença no Escriba Encapuzado. Toda quinta-feira o leitor confere por aqui um universo de novidades, curiosidades e inspiração. Caso queira sugerir pautas para este espaço, basta entrar em contato.
Salve amigo leitor, salve amigo aprendiz. Esta semana as Notas Literárias apresentam dois livros sobre preconceito para crianças, os 10 livros mais vendidos dos últimos 50 anos, livros adaptados para o cinema, um inspirador texto do autor Eric Novello, e mais. Confira.
Preconceito para crianças
Eis dois livros infantis que abordam de forma criativa a questão do preconceito de gênero ou sexismo. Em O Caso dos Brinquedos Trocados (Castelo, 2009), de Leila Pereira, duas meninas e dois meninos recebem presentes trocados no Natal graças à trapalhada de um dos ajudantes de Papai Noel. Quando meninos ganham livros e meninas bolas de futebol, o que pode acontecer?
Já em O fusquinha cor-de-rosa (Paulinas, 2013), de Caio Riter, um brinquedo especial tem de lidar com um dilema existencial, afinal, fusquinha é coisa de menino, mas rosa é coisa de menina. Excelente dica da Cláudia De Villar, colunista no Homoliteratus.
Das páginas às telas
Você sabia que quatro dos nove indicados ao prêmio de Melhor Filme do Oscar 2014 tiveram seu roteiro adaptados de livros? São eles: 12 anos de escravidão (Seoman, 2014), Philomena (Verus, 2013), Dever de Capitão (Intrínseca, 2013) – este inspirou o filme Capitão Philips, com Tom Hanks –, e O Lobo de Wall Street (Planeta, 2014), que já teve lançada sua continuação intitulada A Caçada ao Lobo de Wall Street (Planeta, 2014).
Em outras categorias, os destaques deste ano são O Grande Gatsby (Melhor Figurino; Melhor Design de Produção), A Menina que Roubava Livros (Melhor Trilha Sonora Original) e, é claro, O Hobbit – A Desolação de Smaug (Melhor Edição de Som).
Os mais vendidos
Afinal, qual é o mais vendido?
Reunindo dados de vendas dos últimos 50 anos, o escritor inglês James Chapman elaborou, em 2009, uma lista dos 10 livros mais vendidos. No topo e inabalável está a Bíblia, seguida de perto por O Livro Vermelho, que reúne citações do renomado chinês Mao Tse Tung. Na 3ª posição está a série do bruxo Harry Potter, passando uma rasteira cruel no 4º colocado, o clássico O Senhor dos Anéis.
O quinto mais vendido é de um brasileiro. Adivinha quem? O Alquimista ficou logo a frente de O Código Da Vinci, este seguido pela “saga” Crepúsculo (sério?!). As 8ª, 9ª e 10ª posições foram para E o vento levou, a autoajuda Quem pensa enriquece e O Diário de Anne Frank.
A lista é polêmica, já que deixa de fora o Alcorão, o Bhagavad Gita (livro religioso hindu), o Manifesto Comunista de Karl Marx e Friedrich Engels, Um Conto de Duas Cidades de Charles Dickens, O Pequeno Príncipe de Antoine de Saint-Exupéry e outros clássicos. Até o fechamento destas Notas, eu não encontrei nenhuma lista (baseada em números de venda) mais atual que a de Chapman – se o leitor souber, favor compartilhar nos comentários.
Território de incertezas
Kate não parece estar gostando da leitura.
Em um texto interessantíssimo, Eric Novello revela um pouco de seu processo criativo e trata da relação incerta entre autor e leitores-beta, aqueles poucos privilegiados que têm acesso ao conteúdo de um trabalho antes deste ser publicado.
Com uma década de experiência, Novello tem em seu currículo participações em antologias, revistas e jornais, e quatro romances, entre eles Neon Azul (Draco, 2010) e A Sombra no Sol (Draco, 2012) – o quinto chega este ano sob o título Amores, exorcismo e uma dose de Blues.
Paraísos dos Livros
Qual foi a última vez que você foi a uma biblioteca? E a uma livraria, um sebo? Em tempos de conexões instantâneas a serviços e produtos virtuais, a necessidade de se frequentar esses espaços é cada vez menor. Pra quê bater perna pelo centro da cidade à procura daquele livro tão desejado quando este pode ser encontrado em Domínio Público, encomendado em uma livraria online ou nos sebos da Estante Virtual?
Sem dúvida, esta é uma das bibliotecas mais lindas do mundo.
É indiscutível que a tecnologia tem seu valor na promoção da leitura. Ainda assim, ela nunca provocará o mesmo fascínio de adentrar verdadeiros templos da leitura como essas 9 bibliotecas fantásticas situadas em diversas partes do mundo. E nenhuma loja virtual jamais será capaz de superar livrarias charmosas como as listadas Maria Cecillia, editora do blog Hoje eu tô virada!
Estão vivos!
Iniciativas que buscam dar vida nova a objetos abandonados por aí são bem comuns, mas o fotógrafo americano Terry Border foi um pouquinho literal demais. Utilizando edições de livros clássicos surrados, alguns arames e muita criatividade, Border fez uma declaração de amor em forma de arte.
Foram expostas na The Morgan Library, em Nova York, as artes originais do clássico infantil O Pequeno Príncipe, pintadas pelo próprio autor, Antoine de Saint-Exupéry. Intitulada The Little Prince: A New York Story, a exposição, que inclui os manuscritos adquiridos pela biblioteca em 1968, explora o processo criativo por trás da obra, cujo teor original é duas vezes maior que o livro publicado. Os trabalhos de Saint-Exupéry podem ser conferidos até 27 de abril.
Em tempo: as aquarelas originais foram reunidas numa edição especial de 70 anos publicada em abril de 2013 (e sem previsão de lançamento no Brasil).
Rapidinhas
Um bom motivo para ler…
Eis um vídeo muito bonito sobre um idoso analfabeto que decide aprender a ler por um bom motivo. O vídeo está em inglês sem legendas, mas é facilmente compreensível. Tudo bem que é uma peça de propaganda, mas isso não desmerece a bela mensagem. Não quero estragar a surpresa, então vão lá e vejam.
Danilo Venticinque, colunista da Revista Época, convidou 12 autores para indicar 10 livros que marcaram suas vidas. Na lista há representantes de todos os gêneros literários. Está a procura de novas leituras? Pois dê uma conferida.
Lovecrat na Revista Bang!
Confira a participação do pai dos Mitos de Chtulhu na tradução do conto “The Festival”.
Tio Martin em 2015…
George R.R. Martin, autor d’As Crônicas de Gelo e Fogo, foi confirmado pela Editora Leya na Bienal do Livro do Rio de 2015.
… e Cassandra Clare este ano!
Foi confirmada a presença da escritora Cassandra Clare na Bienal de São Paulo, que acontece entre 21 a 31 de agosto. A norte-americana é a autora da série Os Instrumentos Mortais, mas ficou famosa bem antes por publicar na Internet fanfics (ficções de fãs) de Harry Potter.
Como o próprio nome entrega, a série “Lista 5” traz textos que enumeraram cinco recomendações minhas, não apenas de livros, mas também de filmes, jogos e o que mais me der na telha. As listas serão construídas, principalmente, segundo critérios pessoais, logo não são absolutas.
Sou um grande fã de filmes. Normalmente não me importo muito com o gênero, os atores, ou a nacionalidade: se houver a promessa de uma boa história, arrisco-me a assistir – é uma pena que nem sempre a realidade corresponda à expectativa.
Percebi que tenho assistido muitos filmes sobre personagens escritores ultimamente. Talvez seja um reflexo de meus atuais interesses; talvez, inconscientemente, eu esteja tentando tirar lições deles – vai saber o que se passa em minha mente inquieta.
Os cinco filmes abaixo são alguns que assisti recentemente e que recomendo tanto aos fãs de filmes quanto àqueles que buscam mais inspiração para suas vidas de escritores.
1
As Palavras (The Words, 2012): Rory Jansen (Bradley Cooper) é um escritor iniciante que luta para ser publicado. Um dia ele encontra um maço de folhas amareladas num antiquário. Fascinado pela história que elas contam, ele a transcreve e apresenta como sendo um de seus romances. O livro é um sucesso instantâneo e abre portas para o escritor. Mas tudo pode mudar quando um senhor (Jeremy Irons) procura Rory para lhe falar sobre a origem daquela história.
Contando ainda com Zoë Saldana, Dennis Quaid, Olivia Wilde e J.K Simmons no elenco, o filme se propõe a contar histórias dentro de histórias, o que é interessante e nos leva a questionar o que nelas é verdade e o que é somente ficção.
Os atores estão ótimos – até Bradley Cooper me convenceu desta vez. Minha única ressalva é quanto à personagem de Wilde, talvez por eu esperar que ela fosse mais do que aparenta.
2
Armadilha Mortal (Deathtrap, 1982): Sidney Bruhl (Michael Caine) é um escritor de peças da Broadway que está enfrentando uma crise; seus últimos trabalhos foram fracassos de crítica e bilheteria. Quando topa com um manuscrito único que pode restaurar seu prestígio e salvá-lo da ruína, Bruhl não hesita em tramar a morte de seu autor, o inexperiente Clifford Anderson (Christopher Reeve).
O filme é uma adaptação da peça homônima produzida por Ira Levin em 1978. Trata-se de uma comédia divertidíssima, com toques de humor negro e muitas reviravoltas.
Cane e Reeve estão simplesmente impecáveis. Por outro lado, os excessos das atrizes Dyan Cannon e Irena Worth irritam – elas interpretam, respectivamente, a mulher de Bruhl e uma vidente.
3
Ruby Sparks: A Namorada Perfeita (Ruby Sparks, 2012): Calvin (Paul Dano) é um romancista jovem, bem sucedido e solitário que está sofrendo de bloqueio criativo. Insatisfeito com sua vida, ele busca o auxílio de um psicólogo que recomenda um modo inusitado de lidar com seus problemas: escrever sobre uma mulher que se apaixonaria por ele. Calvin o faz com tamanha dedicação que essa personagem fictícia acaba ganhando vida.
Comédia romântica bonitinha que se destaca por bons momentos dramáticos e que instigam à reflexão. O ponto alto do enredo é, sem dúvida, o momento em que Ruby é confrontada com a verdade sobre sua origem.
Os atores estão bons – demorei a reconhecer Antônio Bandeiras como o padrasto hippie de Calvin. O filme perde um pouco o ritmo no segundo ato, mas ainda assim é uma boa pedida.
4
Escritores da Liberdade (Freedom Writers, 2007): Gruwell (Hilary Swank) é uma professora recém-formada que se oferece para lecionar numa comunidade carente assolada por conflitos étnicos. Utilizando métodos pouco convencionais, ela tenta ensinar valores como tolerância e respeito a um grupo de jovens rebeldes.
Parece familiar? A premissa do filme é semelhante à de outros como Meu Mestre, Minha Vida (Lean on me, 1989) e Mentes Perigosas (Dangerous Minds, 1995) e, como estes, é inspirada em fatos reais.
O inicio é lento e monótono, mas o ritmo melhora do meio para o final, quando é dado maior foco aos dramas dos alunos. São as histórias que eles escrevem em seus cadernos o grande diferencial deste filme, que demonstra o poder libertador e transformador da literatura.
Os relatos verídicos dos alunos foram reunidos no livro The Freedom Writers Diary, publicado em 1999.
5
Mistérios e Paixões (Naked Lunch, 1991): Bill Lee (Peter Weller) é um aspirante a escritor que vive na Nova York de 1953. Trabalhando como desinsetizador para sustentar a si e à esposa Joan (Judy Davis), Bill está prestes a ser demitido por esgotar seu estoque de inseticida com frequência. Descobrindo que a culpa é de sua esposa, que tem consumido a substância, ele se deixa convencer por ela a compartilhar do barato que o pó provoca.
Inspirado em Almoço Nú, romance autobiográfico do americano William S. Burroughs, este filme é esquisitíssimo. Minha impressão ao final é de que precisaria revê-lo outras vezes para compreendê-lo totalmente.
Destaque para uma cena logo no início onde os personagens discutem sobre reescrita: para eles, o ato é uma traição pessoal do escritor, já que a primeira versão de um trabalho traz a honestidade de sua voz e a reescrita representa a hipocrisia e o medo de soar verdadeiro.
Escrevi este artigo como complemento à resenha do livro O Caçador de Androides, do aclamado escritor americano Philip K. Dick. Acabei me deixando levar por sua interessante biografia e o texto ficou maior do que o esperado, então achei melhor criar outro post.Confiram maiores informações sobre a vida e os filmes inspirados nas obras deste fantástico autor de ficção científica.
Philip K. Dick foi um escritor prolífico, tendo escrito 36 romances e 5 coleções de contos entre 1952 e 1982, quando faleceu aos 56 anos. O misto de visões futuristas e de experiências pessoais é característico de suas obras. O romance O Homem Duplo, por exemplo, foi dedicado aos amigos que morreram ou, assim como próprio Dick, sofreram devido ao uso de drogas.
Descrente de qualquer forma de governo ou autoridade, o escritor teve uma vida atribulada e marcada por eventos que provocaram nele os mais diversos estados mentais: a morte da irmã gêmea, Jane, 14 dias após o nascimento; a separação dos pais ainda na infância; 5 casamentos fracassados; os tratamentos de vícios.
Os anos mais criativos do autor foram aqueles das décadas de 50 e 60, período no qual firmou-se no mundo da ficção científica e teve sua contribuição reconhecida – o primeiro romance foi Solar Lottery, de 54; em 62, foi premiado com o Hugo por O Homem do Castelo Alto. Há quem defenda, porém, que os melhores trabalhos dele foram publicados na década de 70, como O Caçador de Androides e Fluam, Minhas Lágrimas, Disse o Policial (prometido para o final de 2012, mas ainda não publicado pela Editora Aleph).
Os últimos anos da vida de Dick foram marcados por uma experiência religiosa que este teria tido em 1974, quando, segundo ele, recebeu uma visita de Deus ou do que seria, no mínimo, uma entidade divina. Ele escreveria sobre isso até sua morte, ora tratando o evento como uma espécie de revelação celestial, ora como um sinal claro de comportamento esquizofrênico.
Embora tenha tido obras premiadas e aclamadas pela comunidade de ficção científica, Dick jamais fez fortuna como escritor, recebendo pouco mais que o adiantamento financeiro cedido por seus editores – dos royalties ele mal tinha notícia. Talvez isso explique porque o autor era tão prolixo. Sua situação financeira era razoável em 1982, quando recebeu uma boa quantia pelos direitos da adaptação cinematográfica de O Caçador de Androides; infelizmente, ele faleceu antes da estreia do filme nos cinemas.
Philip K. Dick no Cinema
Sem dúvida Dick deve figurar no rol dos escritores com mais obras adaptadas ao cinema. A maioria dos fãs dos filmes sequer deve desconfiar, mas são inspirados em trabalhos do escritor, além de Blade Runner – O Caçador de Androides:
O Vingador do Futuro, 1990, de Paul Verhoeven, estrelando Arnold Schwarzenegger; e também o remake de 2012, com Colin Farrell; inspirado no conto Lembramos para você a preço de atacado.
Confissões de um Louco, 1992; inspirado no romance Confessions of Crap Artist.
Screamers: Assassinos Cibernéticos, 1995, com Peter Weller (o eterno Murphy de Robocop); inspirado no conto A segunda variedade.
O Impostor, 2002, inspirado no conto homônimo.
Minority Report – A Nova Lei, 2002, de Steven Spielberg, estrelando Tom Cruise; inspirado no conto O relatório minoritário.
O Pagamento, 2003, de John Woo, estrelando Ben Affleck; inspirado no conto homônimo.
O Homem Duplo, 2006, estrelando Keanu Reeves; inspirado no romance homônimo.
O Vidente, 2007, estrelando Nicolas Cage; inspirado no conto O Homem Dourado.
Radio Free Albemuth, 2010, estelando Alanis Morissette; inspirado no romance homônimo.
Os Agentes do Destino, 2011, estrelando Matt Damon; inspirado no conto A equipe de ajuste.
A maioria destes contos está disponível no recente lançamento da Editora Aleph, Realidades Adaptadas. A Aleph tem (re)publicado vários trabalhos de Dick nos últimos meses (confira o link abaixo).
Para saber mais:
O Caçador de Andróides: minha resenha sobre o livro de Dick que inspirou o filme Blade Runner.
Biografia: mais informações sobre Philip K. Dick. Recomendo consultar as demais seções deste site produzido por fãs das obras do escritor (em inglês).
A Experiência Religiosa de Philip K. Dick: história em quadrinhos publicada na revista Weirdo em 1986 sobre a experiência mística do autor em 74; traduzida para português pelo site Ovelha Elétrica.
Realidades Adaptadas: artigo da Revista Trip sobre o lançamento da Editora Aleph que reune sete contos de Dick que inspiraram adaptações cinematográficas.
O filósofo da ficção científica: interessante série em 3 partes publicada no site do The New York Times sobre o autor (em inglês).