Tag: Contemporâneo

Li e Comento: A greve (Conto)

PenaPenaPena

Saiba antes de ler: além de romances e livros sobre a arte da escrita, tenho o hábito de ler historietas avulsas por aí. Senti a vontade de comentar sobre esses textos breves, portanto, eu comentarei por aqui sobre contos, novelas e outras leituras mais enxutas. Note-se que este post não é uma resenha, mas um apanhado de considerações breves suscitadas após a leitura do texto.

Muitos autores dizem se surpreender com personagens que ganham vida e fogem ao seu controle durante a criação de uma obra. Mas o que aconteceria se eles decidissem radicalizar de vez? Em A Greve a jornalista e escritora Maristela Deves tenta responder a questão.

Nesta divertida narrativa, um escritor se prepara para escrever mais um conto, porém, vê-se às turras com suas criações. Apesar de sua teimosia, o protagonista acabará percebendo que a melhor forma de lidar com personagens rebeldes é deixando-os se rebelar.

Trata-se de uma história para ler de uma sentada e sorrir um pouco. Recomendo. A autora de O Caso do Buraco (AGE, 2011) e A Culpa é dos Teus Pais (AGE, 2010) disponibilizou este conto em seu blog, Palavra Escrita.

Leia o conto aqui.

Para saber mais:
  1. Li e Comento: minhas breves considerações sobre contos, novelas e outras narrativas curtas.
  2. +5 livros de autores nacionais: A Culpa é dos Teus Pais foi um dos livros que me despertaram o interesse ano passado.
  3. Maristela Deves: site oficial da autora, onde é possível adquirir seus livros.
  4. Palavra Escrita: blog onde a autora disponibiliza outros contos e textos.
  5. Maristela no Skoob: perfil da autora na rede social de leitores.
  6. Maristela no Facebook: perfil da autora.
  7. Portal dos Jornalistas: perfil da autora.
  8. É o Bicho: blog da autora sobre o mundo animal.

Li e Comento: O uivo do sertão (Conto)

PenaPenaPena

Saiba antes de ler: além de romances e livros sobre a arte da escrita, tenho o hábito de ler historietas avulsas por aí. Senti a vontade de comentar sobre esses textos breves, portanto, eu comentarei por aqui sobre contos, novelas e outras leituras mais enxutas. Note-se que este post não é uma resenha, mas um apanhado de considerações breves suscitadas após a leitura do texto.

Escrito pela jornalista Andrea Carvalho, o conto O Uivo do Sertão conquistou o quarto lugar do Prêmio Maximiano Campos de Literatura de 2012.

A história trata da desventura de um trabalhador humilde que se apaixona pela filha de um latifundiário. O sentimento do jovem é correspondido, mas um segredo terrível pode destruir esse amor tão puro.

A proposta pode não ser das mais originais, porém, o desenvolvimento ágil e objetivo conduz o leitor por uma narrativa comovente. O protagonista é cativante; é impossível não torcer por sua felicidade, apesar de todos os indícios de que esta não será seu destino.

A obviedade do segredo – um conhecedor de lendas sertanejas mata a charada na hora – e o desfecho previsível desde o início da leitura são pontos negativos. Mas nada disso prejudica a poesia dessa história, que remete às fábulas de infância ou aos causos do interior.

O conto foi disponibilizado pela autora aqui (site Bar do Escritor).

Para saber mais:
  1. Li e Comento: minhas breves considerações sobre contos, novelas e outras narrativas curtas.
  2. Andrea Carvalho: site oficial da autora.
  3. Cartas de Madame Red: blog onde a autora disponibiliza outras ficções.
  4. 1º Concurso Cultural de Literatura Cranik: ebook que reúne 11 contos fantásticos. A autora participa com o conto A noite misteriosa dos mortos-vivos.
  5. Andrea Carvalho no Facebook: perfil da autora.
  6. Andrea Carvalho no Twitter: perfil da autora.
  7. Instituto Maximiano Campos: site oficial.

13 microcontos

Como prometido, eis treze microcontos que publiquei em meu perfil no Twitter no passado. O leitor notará que há histórias de todos os tipos: fantasia, terror, ficção científica, contemporâneas. Algumas nasceram de modo inusitado (durante uma ida ao banheiro, por exemplo). Espero que gostem.

1

Saudades mil de minha paixão juvenil. Anda, mulher, não demora, não vê que o nosso filho acordado agora chora?

2

– Usei esta corda para me enforcar – disse a figura arroxeada.

– Bom. Que tal pô-la ao redor do pescoço? Perfeito! Agora diga “xis”!

3

– Nossos pais nunca abençoariam nosso amor. Matá-los e casarmo-nos uniu os reinos sob NOSSO poder e… argh!

– MEU poder, meu rei!.

4

06/2012, 66º tentativa de viajar no tempo: fracasso; portal danificado. Sem efeitos cola-

06/2012, 66º tentativa de viajar no tem…

5

Invejava o amigo e o matou; invejou a comoção da mídia e tramou a própria morte. Dado por desaparecido; foi enterrado como indigente.

6

– Ninguém vive aqui; o mestre é um morto-vivo! Tuas almas concederão vida a ele!

E os olhos deles se fecharam para nunca mais abrir.

7

Adoecido, não foi banido por ser herói da tribo; sobrevivente, não foi devorado pelo inimigo; fugido, morreu diante da vila portuguesa.

8

No banheiro.

– Com mais força, anda! Rápido!

– Se a esposa vê isso…

– Esfrega mais!

A porta se abre.

– Café na blusa de novo?

9

Descontente, demitiu-se, farreou, conheceu e transou com uma bela mulher e sua irmã, saltou de paraquedas e… acordou caindo da cama.

10

– Tua espada este corpo matará, mas em ti eu perdurarei!

Da prisão mental, testemunhou o massacre da vila por suas próprias mãos.

11

O Novo Mundo era a salvação; o bandeirismo a chance de aventura. Encontrou só morte e destruição, e na prisão chafurdou na amargura.

12

A cidade é dos invasores. Os tiros ecoam lá de baixo, os refugiados chegam em levas; no Morro todos estamos salvos, ao menos por ora.

13

– Expulsei os inimigos, defendi o reino, tornei-me campeão de nosso Deus! Eu sou a lei!

– Alimente os gatos.

– Sim, minha rainha.

Para saber mais:

  1. Contos para ler durante o cafezinho: artigo onde falo um pouco sobre microcontos (vale a pena conferir as muitas referências por lá).

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