Estas são as Notas Literárias, sua dose semanal de literatura. Originalmente publicadas na coluna Café Literário, do portal Café com Notícias, elas agora marcam presença no Escriba Encapuzado. Toda quinta-feira o leitor confere por aqui um universo de novidades, curiosidades e inspiração. Caso queira sugerir pautas para este espaço, basta entrar em contato.
Salve amigo leitor, salve amigo aprendiz. Em edição extraordinária, as Notas Literárias de hoje trazem breves novas sobre Westeros, o mundo das Crônicas de Gelo e Fogo do escritor americano George R. R. Martin. Confira.
Entrevista
George R. R. Martin concedeu uma entrevista ao Globo onde compartilha um pouco sobre seu processo criativo e seu relacionamento com os fãs. Infelizmente, ele também negou os boatos de uma futura vinda ao Brasil em 2015: “eu adoraria, mas não há planos para isso. Recebo convites toda semana para ir a outros países. (…) Mas não consigo escrever enquanto viajo. Não consigo. Quando eu viajo, quero sair, comer, conhecer os lugares”.
– Se me perguntar sobre o sexto livro já sabe o que te acontece… – Só queria elogiar sua barbicha.
Inspirações
Já que o próximo livro, The Winds of Winter, não deve sair antes antes de 2015, talvez o melhor seja mesmo o Tio Martin ficar sentadinho em sua poltrona. Aos fãs mais impacientes, o autor das Crônicas de Gelo e Fogo recomendou alguns de seus livros preferidos: dentre eles, a série de sete volumes “Os reis malditos”, de Maurice Druon, e as obras de Bernard Cornwell foram publicados no Brasil.
Guias
Martin terminou de escrever The World of Ice and Fire: The Official History of Westeros and The World of A Game of Thrones, enciclopédia sobre o cenário da trama. O livro está previsto para outubro no exterior, mas não há previsão para lançamento no Brasil.
Foi anunciada ainda a pré-venda de um incrível guia da série em estilo pop-up (aqueles livrinhos com dobraduras que saltam das páginas). Sem previsão para lançamento no Brasil, o livro sairá em 25 de março.
Série
Os produtores da série Game of Thrones já anunciaram que a série deve acabar na sétima ou oitava temporada. David Benioff e D.B. Weiss se reuniram com Martin para conversar sobre o futuro da saga nos livros. Quem terminará primeiro? Façam suas apostas.
Enquanto isso, os fãs nova-iorquinos poderão assistir ao primeiro episódio da quarta temporada em pré-estreia no dia 20 de março, num telão montado para receber 7.000 pessoas em um ginásio na cidade. Já que nenhum de nós aqui no Brasil tem o cacife de Barack Obama para exigir os episódios da nova temporada antecipadamente, o jeito é continuar contando os dias: a série só estreia por aqui em 6 de abril.
– Te cuida, Joffrey!
Morte
Em antecipação à estreia da 4ª temporada, a HBO lançou o Beautiful Death, site que a cada dia tem exibido diversas ilustrações de cenas memoráveis da série – ou melhor dizendo, de mortes memoráveis. Confira alguma das imagens criadas pelo artista Robert M. Ball.
Estas são as Notas Literárias, sua dose semanal de literatura. Originalmente publicadas na coluna Café Literário, do portal Café com Notícias, elas agora marcam presença no Escriba Encapuzado. Toda quinta-feira o leitor confere por aqui um universo de novidades, curiosidades e inspiração. Caso queira sugerir pautas para este espaço, basta entrar em contato.
Salve amigo leitor, salve amigo aprendiz. Em edição extraordinária e relâmpago, as Notas Literárias de hoje apresentam uma adaptação moderna do clássico livro Orgulho e Preconceito, um escritor despojado e novidades sobre o mundo da série Game of Thrones. Confira.
Mundo de Westeros
Figurando entre os mais vendidos das últimas semanas no Brasil está O Cavaleiro dos Sete Reinos (Leya, 2014), novo trabalho de George R. R. Martin. Ambientado 90 anos antes dos eventos descritos em A Guerra dos Tronos (Leya, 2010), o livro traz as aventuras de Dunk e Egg, figuras icônicas do mundo de fantasia mais badalado dos últimos anos.
E o mundo de Gelo e Fogo inspirou também a artista Sam Tsui a criar a série O Maravilhoso Mundo de Westeros, que escala princesas da Disney para os principais papéis femininos da saga fantástica de Martin. Consegue identificar quem é quem na imagem abaixo?
The Lizzie Bennet Diaries é uma adaptação de Orgulho e Preconceito, aclamado romance de Jane Austen. O que há de tão especial nisso? Apenas a criatividade dos produtores Hank Green e Bernie Su, que deram aspectos mais contemporâneos à história e a apresentaram como uma bem-sucedida web-série.
Ambientada nos Estados Unidos, a adaptação mostra a protagonista Elizabeth (Lizzie) como uma vlogueira que compartilha suas confissões no YouTube com o auxílio da amiga Charlotte Lu. Em 100 episódios de curta duração, Lizzie fala de sua vida, das relações familiares e de suas interações com outros personagens.
Fiel à essência do livro, a história conta com grandes sacadas: troca os bailes e jogos de salão por festas e bares; transforma a irmã da protagonista, Kitty, numa gata (sacou a piadinha com o nome?); faz de Ricky Collins um empresário que faz uma oferta profissional a Lizzie ao invés pedi-la em casamento; e por aí vai.
E sabe o que é melhor? A série The Lizzie Bennet Diaries foi TODA legendada em português. Confira!
Escritor despojado
Christopher Hermelin é um artista de rua incomum. Diariamente, ele se senta em uma praça e, com uma máquina de datilografia a tiracolo, espera que alguém o aborde com alguma ideia para uma história. Então ele a escreve, ali mesmo, de um só fôlego e sem preocupar-se em editar nada – o que sair, saiu.
Hermelin conta que sua história começou quando se mudou para Nova Iorque. Sem dinheiro nem emprego em vista, ele decidiu vender histórias para sobreviver. Sabendo-se perito em escrita criativa e um veloz datilógrafo, ele comprou sua máquina numa venda de quintal por 10 dólares e passou a ganhar com seu trabalho o que seus clientes estivessem dispostos a pagar.
A história do escritor impressionou tanto o produtor Mark Cersosimo que rendeu um curta-metragem, o qual você pode conferir logo abaixo. No site oficial de The Roving Typist há outros vídeos com o artista.
Em 2010, eu conheci o National Novel Writing Month (NaNoWriMo), o evento internacional que propõe escrever um livro em 30 dias. Na esperança de me preparar melhor, adiei minha participação para 2011. Não aconteceu: ano de formatura em faculdade é ano agitado.
Finalmente, em 2012, topei o desafio. Mas ao invés de mergulhar de cabeça, entrei na ponta dos pés para conquistar a vitória. Valeu a pena. A experiência contribuiu muito para meu amadurecimento como escritor.
Planejamento é fundamental
O NaNoWriMo ocorre só em novembro. Todos os meses anteriores podem ser aproveitados para a preparação do livro – de fato, esta recomendação é unânime entre os participantes de edições anteriores. Por já estar com a agenda repleta de projetos paralelos, decidi me preparar apenas um mês e meio antes.
A duas semanas do início do evento me arrependi: o parco material que havia reunido não sustentaria um romance de 50 mil palavras. Nada disposto a desistir, mas temendo perder o fôlego no meio do caminho, eu adotei outra estratégia: ao invés de uma única história longa, eu escreveria várias curtas.
Optar por uma coletânea de contos foi excelente. Havia inúmeras historietas rascunhadas em arquivos no meu computador e nos cadernos da faculdade – ei, quem nunca rabiscou ideias durante as aulas? Escolhi as 8 (oito) mais promissoras para trabalhar melhor diversos aspectos, como ambientação, tom, estrutura.
Planejamento é o segredo do sucesso no NaNoWriMo.
Conto x Romance
Há quem prefira não escrever contos no NaNoWriMo por ter dificuldade em desvencilhar-se destes: personagens, cenas, situações repetem-se ou confundem-se entre as diversas histórias. O escritor tem uma incomoda sensação de déjà vu. Isso não aconteceu comigo e a razão talvez seja o método de trabalho que adotei.
Defini que, uma vez iniciado, um conto deveria ser escrito até o fim, ou seja, nada de alternar entre as oito histórias ao longo do mês. Foi um ótimo modo de treinar a disciplina. Eu também nunca começava a escrever um conto no mesmo dia em que concluía outro.
O primeiro dia de novembro chegou e eu ainda tinha 2 (dois) rascunhos de conto inalterados: algumas linhas sobre o enredo e o protagonista era o que havia. Antecipando o trabalho que teria para escrevê-los, eu os deixei de lado por um tempo e procurei entre os outros 6 (seis) os que mais me empolgavam. Alternando-os numa lista numerada, lancei-me ao desafio.
Como será que o tio Martin se sairia no NaNoWriMo?
Produtividade à prova
Cerca de 1.670 palavras por dia rendem um livro de 50 mil palavras ao final de um mês. Linda teoria, mas a prática é bem diferente. Em toda a primeira quinzena de novembro, apenas num mísero dia (o primeiro) atingi essa cota. Na verdade, todo o período foi pouquíssimo produtivo e cheguei a ficar 7 (sete) dias sem escrever uma vírgula sequer.
Registrando meu progresso em uma planilha, aterrorizei-me ao perceber que, naquele ritmo, eu só atingiria a meta em dezembro. Para piorar, a quantidade de palavras diárias necessárias para cumprir o prazo tinha subido para 2.700. Tudo teria ido pelos ares não fossem as férias do trabalho agendadas para os quinze dias seguintes.
Pelo que restava do mês, eu consegui manter um ritmo constante escrevendo todos os dias e ficando, na maioria deles, acima da cota diária (recalculada automaticamente segundo minha produtividade) – de sete dias pouco inspirados, três foram os últimos do NaNoWriMo, nos quais trabalhei um dos dois contos que não havia planejado.
O NaNoWriMo te desafia a ser mais produtivo.
Manter uma planilha de controle durante o evento é excelente. Com ela é possível replanejar os dias à frente, empenhando-se mais em alguns, tirando folga em outros. Escrever todo dia não é tão fácil quanto pode parecer, mesmo quando não é preciso conciliar família, profissão e estudos. A vida proporciona inúmeras situações que não podem esperar o fim de novembro.
Perdendo o rumo
A seis dias do fim do NaNoWriMo, eu comecei a trabalhar aquelas ideias mal rascunhadas de contos que não tive tempo de planejar melhor. Foi um verdadeiro martírio transformar poucas linhas vagas em duas histórias coerentes e interessantes. Passei horas tateando na escuridão, à procura dos rumos e conflitos do enredo, da essência e motivações dos personagens.
Enquanto escrevia, vários caminhos alternativos se desdobravam, personagens surgiam e desapareciam a todo instante, situações se arrastavam sem propósito algum, finais diversos se insinuavam. Puro caos. Muitas palavras foram lançadas ao papel até que o caminho adequado fosse encontrado.
“Nada disso importa, Jack. Tudo ficará bem.”
Pode-se dizer que passei os últimos dias do evento não apenas escrevendo, mas planejando essas histórias. Obviamente, muito do que escrevi não foi considerado na contagem. Há quem diga que tudo que é escrito em novembro vale, mas discordo e, por isso, apenas as primeiras versões “definitivas”, com finais definitivos (sem aspas) dos dois contos compuseram o total.
As pedras no caminho
Escrever sem planejamento prévio, sem ao menos uma noção do rumo da história, foi difícil, mas houve outros desafios naquele novembro insano. Lidar com interrupções constantes, por exemplo, rendeu algum estresse. Durante as férias eu era solicitado com frequência por minha família por estar “à toa”, enfurnado no quarto.
Essas intervenções aconteciam sempre no pior momento possível – quase sempre durante a rara visita da musa, que fugia sem hesitar ao mero ranger da porta. Quando expliquei a razão de meu isolamento social, a maçaneta passou a sacudir menos. Contudo, feriados e finais de semana continuaram sendo um pesadelo; simplesmente os piores dias para escrever.
Na segunda quinzena do NaNoWriMo me vi obrigado a escrever por longas horas todo santo dia até o limite da exaustão. Péssimo. Exceder-se para aproveitar uma súbita onda inspiradora pode parecer uma boa estratégia, mas trará consequências terríveis no(s) dia(s) seguinte(s). O ideal é parar enquanto ainda se quer continuar, poupando esta motivação para o amanhã.
“Chega de escrever por hoje. Que tal prendermos uns bandidos?”
Houve dias em que eu estava sem paciência de sentar-me diante do computador, ainda que apenas por algumas horas. Queria escrever, mas estava enjoado da ferramenta, do ambiente. Tampouco queria usar papel e caneta – não tenho hábito de utilizar cadernos físicos, mas falo sobre isso em outra oportunidade.
A solução para mim foi utilizar um smartphone. De posse do meu bom e saudoso Nokia E71, eu sentava-me na varanda de casa, numa lanchonete, num banco de praça e ali, imerso noutro ambiente, dava continuidade aos contos. Claro, um notebook também daria conta do recado, mas um celular traz muito menos distrações.
Controlar o uso da Internet também foi complicado. Em quase todos os dias, escrevi com ela ligada, o que me prejudicou em, digamos, 60% das vezes. Às vezes, durante as pausas entre as sessões de escrita ou quando eu travava em algum ponto de uma história eu aproveitava para fuçar no Facebook, conferir e-mails, ler alguns blogs. Difícil era me forçar a voltar ao trabalho.
Atualização de status: “Eu deveria estar escrevendo”.
O maior problema foi quando utilizei a Internet como fonte de pesquisa para os dois últimos contos, um ambientado no Brasil Colônia, o outro após a Segunda Guerra Mundial. Perdi muito tempo, pois não sabia exatamente do que eu estava precisando, já que nem mesmo a história estava definida. Há material bastante ali para ocupar um pesquisador por um longo tempo.
A TV também foi um vilão no mês de novembro. É incrível o seu poder de enfeitiçar: bastava uma ida ao banheiro ou à cozinha para que o olhar de esguelha fosse capturado pelo programa superinteressante só podia estar passando naquela hora em que eu estava escrevendo. Mas se houver disciplina, ela pode ser uma aliada na busca por inspirações para uma história.
Nos próximos artigos da série eu compartilharei meu diário de bordo e dicas motivacionais. 😉
Estava aqui escrevendo mais um conto quando atentei para o fato de que não costumo mostrar meu trabalho para outras pessoas. Ora, qual é o propósito de escrever histórias se não há ninguém para lê-las e opinar a respeito?
Decidi postar algumas histórias despretensiosas aqui no blog e optei por começar com algumas histórias de fantasia que tenho escrito já há algum tempo por puro prazer (e como um modo de aperfeiçoar meu estilo de escrita).
Reinos de Aventuras é inspirada em obras fantásticas como “O Senhor dos Anéis” (J.R.R. Tolkien), “As Crônicas de Gelo e Fogo” (George R. R. Martin), “As Crônicas de Dragonlance” (Margaret Weis; Tracy Hickman), etc. Quem já leu algum destes autores já está familiarizado com certos aspectos da literatura fantástica, como a existência de elfos, anões, magia e monstros.
De início, eu publicaria várias histórias completas, interligando-as para formar uma história maior, mas considerei que ler vários capítulos de uma vez no computador seria bem incômodo. Assim, optei por utilizar a estrutura dos seriados de TV.
Esta série está organizada da seguinte forma: há as partes, que seriam como os episódios de um seriado. Cada parte é dividida em capítulos, que seriam como as cenas de um único episódio. As partes reunidas constituem um arco, que seria a temporada do seriado.
Neste momento, a série está em seu primeiro arco/temporada (sem título definido), na primeira parte/episódio (Uma noite sombria) e no primeiro capítulo/cena (A Busca). Esta divisão fica mais clara na página de Histórias e só existe para permitir-me postar as histórias aos poucos.
O primeiro capítulo será postado amanhã! Fiquem ligados.
Uma palavrinha sobre a ambientação: as histórias ocorrem no mundo fantástico de Faerûn, descrito no cenário de campanha de RPG Forgotten Realms (Reinos Esquecidos). Elas também foram inspiradas em diversos módulos de aventuras criados para o jogo Dungeons & Dragons (Masmorras e Dragões). Todos os direitos sobre estas marcas pertencem à editora Wizards of the Coast, não sendo minha intenção violá-los. Estes textos são uma ficção de fã (do inglês, fan fiction ou FanFic) e não objetivam qualquer lucro.
Nyah! Fanfiction: site nacional criado para hospedar várias ficções de fãs; fornece pequenas aulas de português e dicas de escrita.
Fan Fiction.net: o maior portal de ficções de fã que já conheci; está on-line há anos (em inglês, mas contém histórias em português).
O que é RPG: artigo da Wikipédia; explica os principais conceitos por trás do famoso Role-Playing Game (Jogo de Interpretação de Papéis).
Wizards of the Coast: editora que detém os direitos de publicação de Forgotten Realms e Dungeons & Dragons, marcas famosas entre os praticantes do hobby, isto é, RPG (em inglês).
Valinor: completo site nacional sobre a obra de J.R.R. Tolkien, autor de “O Senhor dos Anéis” e “O Hobbit”. Recomendadíssimo!
As Crônicas de Gelo e Fogo:breves informações sobre esta famosa série no site Sobre Livros; inclui links para compra das edições em português e resenha do primeiro livro.