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Mundos da literatura de fantasia que você deveria conhecer

Como o próprio nome entrega, a série “Lista 5” traz textos que enumeraram cinco recomendações minhas, não apenas de livros, mas também de filmes, jogos e o que mais me der na telha. As listas serão construídas, principalmente, segundo critérios pessoais, logo não são absolutas.

Num artigo do site Homoliteratus, o colunista Victor Hugo enumerou 5 lugares da literatura de fantasia que todo leitor deveria conhecer. Gostei e decidi montar uma lista com outros lugares fantásticos. Ao contrário do Victor, porém, preferi ser mais abrangente e não escolher localidades específicas.

Assim, eis 5 mundos fantásticos que eu adoraria conhecer… e que o leitor também deveria.

5 – Kurgala

Adapak, Telalec e outros seres de Kurgala, mundo do Espadachim de Carvão.

A complexidade e a riqueza cultural dos seres que habitam Kurgala são fascinantes – aqui não há elfos, anões, dragões, mas sim seres monstruosos que parecem saídos das histórias de H. P. Lovecraft.

É um mundo de baixa tecnologia, ausência de magia (tradicional) e brutalidade extrema – é quase como a Era Hiboriana de Conan. Mas a grande sacada de Kurgala é que tudo ali pode ser uma criação de seres alienígenas para conduzir experimentos científicos!

4 – Grécia Mitológica

Aquiles contra Heitor, Cavalo de Tróia, Odisseu contras as sereias e contra Cila.

Foi graças às obras clássicas de Homero (ainda em versão infantil) que me tornei aficionado por literatura fantástica – pouco importa que não sejam classificadas assim.

A Ilíada me fascinou pelas inúmeras divindades gregas e suas relações com seus “leais” súditos mortais. N’A Odisséia acompanhei a verdadeira jornada de um herói. Sim, como eu gostaria de cruzar espadas ao lado de Heitor pela supremacia de Tróia e navegar com Odisseu (nunca gostei do nome Ulisses) pelas águas traiçoeiras de Poseidon.

3 – Lodoss

Rei Fahn, Rei Kashue e Ashram, dragão Shooting Star e feiticeira Karla - Ícones de Lodoss

Amaldiçoada por uma deusa, repleta de ruínas de um império de feiticeiros, constantemente invadida pelo exército de um guerreiro consumido por uma ambição demoníaca. Esta é a ilha de Lodoss, um mundo de fantasia bem feijão com arroz, mas ainda assim cativante.

Ah, como seria bom servir na nobre cavalaria do Rei Fahn de Valis ou lutar ao lado de Kashue, o Rei Mercenário. Penetrar os covis sombrios e flamejantes dos dragões-rei Narse e Shooting Star. Frustrar as ambições de Karla, a mais poderosa feiticeira do mundo. Quiçá desafiar Ashram, o Cavaleiro Sombrio, líder dos exércitos da ilha rival, Marmo?

2 – Krynn

Raistlin, Takhisis contra Fizban, Draconianos, Cosplay da Kitiara - Dragonlance

Criado como um cenário de campanha de RPG, Krynn se tornou algo mais com os romances publicados. O que torna este mundo tão fascinante são sua história e cultura ricas, onde tudo está relacionado de algum modo aos dragões.

Que desafiador lutar na Guerra da Lança, quando Takhisis, a Deusa das Trevas e Rainha dos Dragões, tentou subjugar o mundo. Mas quer saber o que me faz mesmo amar Krynn? Kitiara e Raistlin – ah, mencionei que uma das formas de Takhisis é um dragão de cinco cabeças?

Em tempo: no Brasil, a Devir Editora já lançou a trilogia Crônicas de Dragonlance e Tempo dos Gêmeos. Uma pena que a tradução seja péssima. Recomendo a leitura dos originais em inglês ou das edições lançadas em Portugal.

1 – Forgotten Realms – Reinos Esquecidos

 Silverymoon, Elminster, Drizzt e Guenwyvar, Cormyr - Forgotten Realms

Também criado como um cenário de RPG, Os Reinos Esquecidos contam com mais de uma centena de romances publicados. É provável que este seja o maior e mais complexo mundo de fantasia do mundo, formado por tantos continentes quanto a Terra e com uma linha do tempo tão vasta quanto.

Há tanto o que conhecer aqui, especialmente em Faerûn (o equivalente da nossa Eurásia), que é impossível listar tudo. Mas, sem dúvida, entre meus locais favoritos figuram a Waterdeep, Cidade dos Esplendores; Cormyr, o Reino das Florestas; a Terra dos Vales, lar do poderoso mago Elminster; e o Vale do Vento Gélido, lar de Drizzt Do’Urden, um elfo negro exilado – e, simplesmente, um dos personagens mais incríveis da literatura de fantasia.

Em tempo: no Brasil, a Devir Editora lançou a trilogia O Vale do Vento Gélido, a qual figura entre os primeiros romances ambientados nos Reinos Esquecidos. Felizmente, desta vez eles acertaram a mão na tradução dos livros.

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Para saber mais:

  1. 5 lugares da literatura de fantasia: eis o artigo no Homoliteratus que me inspirou a escrever este texto. Recomendo demais. Eu também visitaria todos os mundos listados pelo Victor.
  2. Forgotten Realms – The Library: site (em inglês) que lista todos os romances já publicados ambientados no Reinos Esquecidos – atualizado até 2012. Imperdível para fãs.
  3. Forgotten Realms Official: site oficial dos Reinos Esquecidos na editora Wizards of the Coast (em inglês).
  4. Os últimos dias de glória: site de um grupo de RPG de Salvador que reúne fanfics e muitas informações sobre os Reinos Esquecidos; está bem desatualizado, mas ainda assim vale a pena conhecer.
  5. Dragonlance Nexus: site oficial repleto de informações sobre Krynn (em inglês).
  6. Cosplay da Kitiara: confira mais fotos da incrível cosplayer Tabitha Lyons.
  7. Theoi Greek Mythology: site com mais de 1.500 páginas repletas de informações sobre a mitologia Grega (em inglês).
  8. O Espadachim de Carvão: site oficial do primeiro livro de Afonso Solano, criador do mundo de Kurgala.
  9. Eyuu Kishi Den – Record of Lodoss War: um site de fã repleto de informações sobre os romances, o anime, os jogos de RPG e tudo mais relacionado ao cativante mundo de Lodoss.

Li e Comento: A Pesquisadora dos Arcanos (Conto)

PenaPenaPena

Saiba antes de ler: além de romances e livros sobre a arte da escrita, tenho o hábito de ler historietas avulsas por aí. Senti a vontade de comentar sobre esses textos breves, portanto, eu comentarei por aqui sobre contos, novelas e outras leituras mais enxutas. Note-se que este post não é uma resenha, mas um apanhado de considerações breves suscitadas após a leitura do texto.

Em A Pesquisadora dos Arcanos, Miguel Carqueija retorna ao enlouquecedor universo de H. P Lovecraft. Espécie de continuação a Os pesadelos atacam e originalmente publicado na edição 18 da extinta revista Dragão Brasil, o conto narra a busca obstinada de Valquíria por seres sobrenaturais que vivem às sombras da humanidade.

Após uma experiência aterrorizante que lhe revelou a existência de entidades mais antigas que o próprio tempo, a jovem Valquíria visita a cidadezinha de Pedra Torta à caça do raríssimo exemplar de um livro profano. Mal sabe ela que seus passos são acompanhados com muito interesse e que uma simples visita à biblioteca pode lhe custar a sanidade.

Mais consistente que Os pesadelos atacam, também protagonizado por Valquíria, o conto faz uso do recurso de reproduzir trechos do livro (o Necronomicon, é claro), mas aqui estes fazem todo sentido à história contada. Em dado momento, ao justificar a ameaça que paira sobre a protagonista, o texto assume um aspecto acadêmico e se torna excessivamente expositivo, o que prejudica um pouco.

O trunfo da história é o ataque à Valquíria e o modo como esta se defende ao empregar uma espécie de truque científico – ainda que este pareça mais algum tipo de mágica – baseado na Lei da Relatividade de Einstein! Os paradoxos são igualmente interessantes.

Um exemplar do misterioso “Necronomicon”

Este é o terceiro conto de Carqueija ambientado em Pedra Torta, o que cria uma atmosfera macabra em torno da cidadezinha fictícia (o próprio autor já se referiu a ela como a Arkham brasileira). Quem leu o conto Não é humano também experimentará uma agradável sensação de familiaridade com a ambientação.

Os erros de português incomodam um pouco, mas estes são visivelmente falhas de digitação. Trata-se de um bom conto, enfim, mas pouco recomendado para quem nunca leu os contos de H. P. Lovecraft e do próprio Carqueija: as referencias aos Antigos e ao Necronomicon não farão muito sentido, embora não seja difícil supor sua natureza extradimensional.

O conto foi disponibilizado pelo autor em sua coluna, Anexos da Realidade, no portal Entre Textos.

Para saber mais:

  1. Li e Comento: minhas breves considerações sobre contos, novelas e outras narrativas curtas.
  2. Li e Comento: Não é humano (Conto): bom conto de Miguel Carqueija, o primeiro ambientado na cidadezinha de Pedra Torta.
  3. Li e Comento: Vi uma coisa medonha no céu (Conto): neste conto razoável algo sinistro ocorre em Pedra Torta.
  4. Li e Comento: Os Pesadelos Atacam (Conto): primeiro conto de Valquíria, a protagonista de A Pesquisadora dos Arcanos.
  5. Quem é Miguel Carqueija: entrevista com o escritor por Tibor Moricz no site É só outro blogue. Confira no artigo os links para vários trabalhos disponibilizados gratuitamente pelo autor, como a novela A face oculta da galáxia.
  6. A vida e obra de H. P. Lovecraft: site em português que há 8 anos divulga os trabalhos deste cultuado escritor. Descubra o que são os Mitos de Chtulhu.
  7. O universo inominável de H.P. Lovecraft: episódio 321 do NerdCast dedicado inteiramente ao escritor.

Li e Comento: Os pesadelos atacam (Conto)

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Saiba antes de ler: além de romances e livros sobre a arte da escrita, tenho o hábito de ler historietas avulsas por aí. Senti a vontade de comentar sobre esses textos breves, portanto, eu comentarei por aqui sobre contos, novelas e outras leituras mais enxutas. Note-se que este post não é uma resenha, mas um apanhado de considerações breves suscitadas após a leitura do texto.

Publicado na edição 12 da extinta revista Dragão Brasil, Os Pesadelos Atacam é outro conto de terror do escritor Miguel Carqueija inspirado nos Mitos de Cthulhu de Lovecraft.

Valquíria, uma pesquisadora fascinada por mitos e ocultismo, é surpreendida pela visita de uma entidade com intenções sinistras. Transportada para um plano entre sonho e realidade, ela será confrontada por revelações que porão em xeque suas crenças e sua alma.

Embora a proposta e a protagonista sejam interessantes, a história, infelizmente, é fraca. O que torna Valquíria tão especial? E por que essa entidade em particular se interessa por ela? Na obra de Lovecraft são comuns personagens que enlouquecem ou têm experiências sobrenaturais após ter contato com objetos profanos, mas aqui isso parece forçado.

Incomodaram-me os diálogos inocentes e a mudança no tempo linguístico: a história começa narrada no passado e, inesperadamente, muda para o presente. A cena da fuga de Valquíria é inverossímil: quem refletiria sobre um apelido ao ser perseguido por um monstro?

Como em Vi uma coisa medonha no céu, Carqueija reproduz passagens de obras fictícias para ambientar o leitor, mas o recurso não funciona e soa didático. O desfecho é inesperado, mas não afasta a sensação de que uma boa ideia foi desperdiçada num conto curto demais.

Para saber mais:
  1. Li e Comento: minhas breves considerações sobre contos, novelas e outras narrativas curtas.
  2. Li e Comento: Não é humano (Conto): minhas considerações sobre este bom conto de Miguel Carqueija, ambientado no universo de H. P. Lovecraft.
  3. O Estigma do Feiticeiro Negro: um dos livros mais recentes de Carqueija, produzido em coautoria com Melanie Evarino e lançado pela editora Ornitorrinco.
  4. Quem é Miguel Carqueija: entrevista com o escritor por Tibor Moricz no site É só outro blogue. Confira no artigo os links para vários trabalhos disponibilizados gratuitamente pelo autor, como a novela A face oculta da galáxia.
  5. O universo inominável de H.P. Lovecraft: episódio 321 do NerdCast dedicado inteiramente ao escritor.

Li e Comento: Vi uma coisa medonha no céu (Conto)

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Saiba antes de ler: além de romances e livros sobre a arte da escrita, tenho o hábito de ler historietas avulsas por aí. Senti a vontade de comentar sobre esses textos breves, portanto, eu comentarei por aqui sobre contos, novelas e outras leituras mais enxutas. Note-se que este post não é uma resenha, mas um apanhado de considerações breves suscitadas após a leitura do texto.

Mais uma incursão de Miguel Carqueija pelo universo aterrorizante e enlouquecedor de H. P. Lovecraft, este conto foi publicado na edição 12 da revista Dragão Brasil ao lado de Os Pesadelos Atacam – trabalho do escritor que será comentado em outro post.

A história é apresentada como o relato de um personagem sem nome, um joão-ninguém cuja vida é abalada por um evento sinistro que deixa marcas tanto em suas lembranças quanto na interiorana Pedra Torta, cidadezinha em que reside.

A certa altura a narrativa adota a forma de uma matéria jornalística transcrita que é lida pelo protagonista. Particularmente, este recurso me incomoda um pouco, mas seu uso justifica-se neste caso, já que é um modo mais direto de expor ao leitor informações importantes para a conclusão do conto.

Vi uma coisa medonha no céu é uma leitura rápida e despretensiosa, nada mais.

Para saber mais:
  1. Li e Comento: minhas breves considerações sobre contos, novelas e outras narrativas curtas.
  2. Li e Comento: Não é humano (Conto): minhas considerações sobre este bom conto de Miguel Carqueija, ambientado no universo de H. P. Lovecraft.
  3. Miguel Carqueija: perfil do escritor no site Recanto das Letras.
  4. Miguel Carqueija no Portal Cranik: entrevista concedida ao editor Ademir Pascale em 2009.
  5. A vida e obra de H. P. Lovecraft: site em português que há 8 anos divulga os trabalhos deste cultuado escritor. Descubra os Mitos de Chtulhu!

Li e Comento: Não é humano (Conto)

PenaPenaPena

Saiba antes de ler: além de romances e livros sobre a arte da escrita, tenho o hábito de ler historietas avulsas por aí. Senti a vontade de comentar sobre esses textos breves, portanto, eu comentarei por aqui sobre contos, novelas e outras leituras mais enxutas. Note-se que este post não é uma resenha, mas um apanhado de considerações breves suscitadas após a leitura do texto.

Não é humano é a estreia profissional do escritor Miguel Carqueija. Originalmente publicado na antologia Dinossauria Tropicalia, o conto foi reproduzido na sexta edição da extinta revista Dragão Brasil.

Narrada por um velho e enfermo professor da cidadezinha de Pedra Torta, a história trata de um livro profano raríssimo encontrado na biblioteca local e das terríveis consequências de tal descoberta.

É explícita a inspiração nos trabalhos de H. P. Lovecraft, cultuado escritor norte-americano de horror e criador dos Mitos de Cthulhu. No entanto, o texto se destaca pela interessante ideia da ameaça de seres pré-históricos não tão extintos quanto se habituou a crer.

Incomodou-me o clichê do vilão que se revela por conta própria e compartilha todos os seus planos à pretensa vítima indefesa – uma maneira prática e objetiva, mas pobre, de expor informações ao leitor. Mesmo apresentando desfecho forçado, abrupto e até previsível, trata-se de um bom conto.

Para saber mais:

  1. Li e Comento: minhas breves considerações sobre contos, novelas e outras narrativas curtas.
  2. Quem é Miguel Carqueija: entrevista com o escritor por Tibor Moricz no site É só outro blogue. Confira no artigo os links para vários trabalhos disponibilizados gratuitamente pelo autor, como a novela A face oculta da galáxia.
  3. Dinossauria Tropicalia no Skoob: veja que outros autores tiveram seus contos publicados nesta antologia.
  4. A vida e obra de H. P. Lovecraft: site em português que há 8 anos divulga os trabalhos deste cultuado escritor. Descubra os Mitos de Chtulhu!
  5. O universo inominável de H.P. Lovecraft: episódio 321 do NerdCast (Jovem Nerd) dedicado inteiramente ao escritor.

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