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Mulherzinhas – por Aden Camargos

Leitora JovemSou filha de professora, que também era secretária na escola (estadual) em que eu estudava. Minhas tias, professoras – sempre serão apesar de não exercerem mais. Aqui em casa (ops, lá em casa, no passado) muitos livros, havia um armário com quinze volumes da Barsa. Lembro que necessitar dela pela primeira vez foi simplesmente científico. Senti-me aqueles pesquisadores incansáveis, visto em algum filme.

Mesmo antes de saber ler, sempre exerceram fascínio, aquelas páginas grudadinhas. Como pouco ou nenhum desenho poderia ser tão interessante?

Já na quinta série (aquela antiga) nada podia aprontar na escola. Todos os funcionários me conheciam: a menina da Ana. Mas o benefício… Ah, o benefício! Nas férias podia escolher quantos livros eu quisesse na biblioteca. Não bem assim, explico: todos os livros que eu quisesse para minha idade!

Passavam pelo crivo da bibliotecária ditadora. Logo avistado um indevido, descia para explicar: “sua filha não pode”. Sempre tentava o Charles Dickens. Só por ser o “não” tornava-o ainda mais curioso. Junto, na prateleira, havia uma coleção de capa dura, especificamente minhas mãos corriam para um exemplar chamado “Mulherzinhas”. Também era proibido.

Quando liberariam minha leitura?

Por pura indicação adquiri antipatia profunda pelo Padre Zezinho. E Poliana, menina, moça, mulher. Qualquer polianice me irritava. Tornei-me negativa por insistência de leia isso. Só para ser o contrário dessa fofice absurda.

É assim que criam uma menina a gostar de rock. Indicando livros religiosos e fofos.

Aconteceu um belo dia, no final do expediente escolar à tarde, escolhendo um ou outro livro, em análise absolutamente silenciosa, descobri-me sozinha na biblioteca. Olhei a porta. Fechada. Olhei as luzes, apagadas. A ditadora esqueceu meu silêncio! Aproveitei a claridade lá fora, antes, bem antes do meu apavorar! Fui logo na estante proibida. Enfim meu abraço… Mulherzinhas! Devorei em duas horas, talvez cem páginas.

A visão insignificante do entardecer trouxe a sensação da realidade:  vitória com pavor de dormir na biblioteca.

Abri os basculantes e comecei a gritar Seu Juca. Graças por conhecer todos os funcionários, amém, consegui ser libertada.

Escura a rua que descia para minha casa. Não, não havia celulares. Previsível surra me esperava. Não, não era absurdo umas chineladas. Naturalíssimo.

Entre os belos xingos, chinelos e tentativas de explicações, lá dentro cantava a música da vitória. We are the champions também. Sem eu sequer ainda conhecer.

Sim, eu transgredi.

E amava rock. Queria voltar e sentir aquele prazer. Misturado com medo e dor. Talvez já fosse amor.

* Mulherzinhas – Escrito por Louise May Alcott.

Sobre a autora

Aden CamargosAden Camargos é pessoa engolidora de choros, por isso sofre de derrames por extensos quase todas as noites. Os assuntos que ela escreve referem-se ao enorme mundo à volta de seu umbigo. Adora escrever e fazer andanças; sobe morros e picos.

Suspeita que a felicidade seja algo tão difícil de alcançar que deve estar no mais alto ponto do Himalaia. Por isso escala em MG e RJ; vai que existem felicidadezinhas nas montanhas menores? Não suspeita que seja escritora; é uma atrevida mesmo.

Para saber mais:

  1. Universos Paralelos: o relato fantástico de uma viagem ordinária.
  2. Dentro da armadura letra “B”: quanto encanto um desconhecido pode provocar em alguém com alma de poeta?
  3. Aden no Facebook: perfil da cronista na rede social.

Dentro da armadura letra “B” – por Aden Camargos

Então eu te vi. Como quem vê banalidades atuais. A gente corria por aí. Bicicletas observáveis. Lojas, supermercados, o dia a dia que ainda pode matar. Era uma tatuagem a caminhar. Flores surreais, plurais. Olhar para trás pode ser um ataque, pode começar uma guerra, houve notícias que viraram sal.

Na mesma cidade você carregava pesos fechados em caixa. Eu descia leve, faminta. Entre nós, pessoas com suas vidas misteriosas desciam, subiam e se procuravam.

Num instinto deixei um recado, talvez direito. Com restante poético embalado, enrolado, feito um futuro cigarro, com nome perfurado.Eu que nem fumo. Sem querer parecer forte saiu um pouco sagrado. Senti. Um exibicionismo da minha mão que reporta a teclas infinitas. Ah, se eu pudesse fazer você perder a linearidade!

Essa pose por fora. Essa coisa marrenta que desmancha no sol, ao calor jogado. Aposto que vai marcar a facadas por semanas, até se desmanchar no breu do quarto. A noite serve para desvanecer sonhos.

Pronunciei nome. Eu, já esquecida dessa matemática. Como nas brincadeiras dos meninos houve obrigatoriamente um codinome, um apelido. Nos gritos de passarelas, nos carros quando passam. Como chamar? Veio aflição. Poderia guardar as letras que lembraram guerra. As infinitas numerologias feitas por mim, quando veio possibilidade estacionada perto de casa.

Motivos estéreis moveram a hora do seu trabalho. Refeições de medo, vigília, exageros, total submissão.

Além disso, a textura dos cabelos que toquei. Posso descrever até a sensação que não tive, crio uma paisagem negra e brilhante. Farfalhante de quando fala. Um reflexo noturno me encantaria. De lua, de luz fraca, poste, faróis à quase manhã.

Pena, ficamos com a preservação do negro. Dos costumes habituados. Dos vícios incorporados. Das infelicidades não ditas nem esclarecidas. Roupas negras, coisas negras no rosto… Olhar diminuído. Sono. Apreensão. Nada que tenha sido eu a causa. Mal acabei de voltar de mim e vem você, “se” aparecendo assim, sem permissão, sem prévia, sem piedade. Minha porteira é de ventania, não tenho como travá-la. Coisa de interior. De estrada percorrida, poeira e gado no pasto. De repente desce raio.

Não se engane. Sinto muito que não seja preservada a beleza poética do desmatamento de roupas. Seu sorriso não me olha, é um fetiche de obrigação. Uma vontade de mudar que não chega a caminhar, um aborto até. Claro que vi, até sabia do fim, só não pude evitar.

Descarregue o que tinha. Toque lindamente. Já desci, mesmo querendo ficar e ver a tortura permanecer. Não era hora, máquina do tempo perdido. Chovia. Para evitar, morri. Não sei bem se eu chorava, afobava ou dormia. Foi quando cheguei de novo em mim. Foi bem aqui. Me esfolei na cerca, tinha luz ligada, serviu de nada. Nem placas, nem trovões ou diversas claridades. Aproveite suas razões. Eu, a encantada.

Sobre a autora

Aden CamargosAden Camargos é pessoa engolidora de choros, por isso sofre de derrames por extensos quase todas as noites. Os assuntos que ela escreve referem-se ao enorme mundo à volta de seu umbigo. Adora escrever e fazer andanças; sobe morros e picos.

Suspeita que a felicidade seja algo tão difícil de alcançar que deve estar no mais alto ponto do Himalaia. Por isso escala em MG e RJ; vai que existem felicidadezinhas nas montanhas menores? Não suspeita que seja escritora; é uma atrevida mesmo.

Para saber mais:

  1. Universos Paralelos: confira mais esta criativa crônica de Aden Camargos.
  2. Aden no Facebook: perfil da cronista na rede social.

Quatro Fantasmas

4 SombrasDirijo. Ao lado, pela janela entreaberta, o mundo, nítido. À frente, trânsito. Tarde da noite, e trânsito. As horas do dia pesam; corpo e mente clamando por piedade. Ignoro-os. Tento ficar atento ao meu redor, preciso encontrar aquele algo, o click, o insight. Nada.

O estômago urra – quando foi a última vez que comi? Os faróis são apagados pelo esplendor da praça iluminada. Luzes de Natal… Natal! Jesus, família, significados deturpados, o verdadeiro espírito da festa. Nada.

Bá, não me vem nada que já não tenham alardeado por aí; exceto, talvez, que a figura do velhinho bonachão de roupinha e sacolão vermelhos é uma criação da Coca Cola – disso eu não sabia. Carros e pedestres, pedestres e carros. E a Musa? Essa está de férias já há algum tempo, talvez se preparando para celebrar o Natal. Que tal música? Essa sempre inspira algo. Ah, rádio quebrado, esqueci. Celular. Podcast de literatura. Quem sabe?

Paro de prestar atenção em tudo. Ao som do burburinho, sou visitado por fantasmas, mortos e vivos. Eis Nelson Rodrigues, repórter, cronista e conselheiro de relacionamentos, tudo no mesmo dia; ao seu lado, Bráulio Tavares, com caderno e caneta em mãos, escrevendo mais um de seus inúmeros textos para sua coluna diária. Diária! Os dois caminham com sorriso zombeteiro pela calçada ao meu lado; vão na direção de um clássico Plymouth Fury dirigido por Stephen King, que os aguarda com um monte de folhas, ansioso para lhes mostrar mais duas mil palavras escritas hoje.

Antes que o carro dispare por uma rua livre do trânsito – nojentos! – e suas risadas se dissipem ao longe, os ouço comentar sobre uma visita a Rioky Inoue: o recordista mundial lhes contará de novo como passou, em algum momento da década de 90, a escrever três livros por dia. Obrigo-me a pensar em Joyce e na anedota onde ele revela a um amigo – ou a esposa, depende da versão –, ter tido um dia produtivo após escrever três frases (ou quatro, vai saber).

Mais adiante, estrada livre, disparo no limite da via, pensando. Penso no livro de contos que se arrasta há dois anos, nos cursos que pretendo fazer e que, espero, tornem-me um escritor melhor. Penso que talvez esteja perdendo tempo ou enganando-me sobre ter algum talento com a palavra.

Penso, penso, penso. Já me disseram que penso demais, que eu deveria sair da minha cabeça com mais frequência e ver o mundo lá fora. E eles têm razão, mas hoje o mundo não me oferece nada além de enfado e isso já tenho de sobra, obrigado. Onde está aquele universo em movimento e sua promessa de inspiração, de histórias a contar? Dormindo? Volto pra dentro, mesmo sabendo que ali só há angústia, dúvida, birra até – como é possível querer mesmo viver de tanta frustração? Bá, melhor é desligar.

Casa. Janta, banho, sofá, sono. Dentes escovados, cama feita, cabeça no travesseiro. Luzes apagadas. Click. Luzes acesas. Meio inconformado, pego o caderno e começo a rabiscar este texto. Quem sabe o amanhã não vem com o insight, a revelação – quiçá a Musa me ligue ou mande um cartão postal? Mas, caso isso não aconteça… Rabisco, revejo, penso, repenso. Melhor garantir algo para o encontro de amanhã. Suspiro alto, chateado e irritado por cair no clichê de mais uma crônica sobre a falta de assunto.

Este texto foi escrito durante a oficina Caro Leitor: A Cronista e as Palavras, ministrada pela escritora Ana Elisa Ribeiro em Belo Horizonte em novembro de 2014.

Universos Paralelos – por Aden Camargos

Ônibus na EstradaFoi um dia de atravessar portais. Para a estranheza de quem recebeu a chave oca do teletransporte, é de se esperar a surpresa do impossível. Ao chegar ao ponto de ônibus – local chamado de “na ponte”, que não é ponte – avistei um rico. Quiçá milionário. O que ele fazia na ponte? Tem helicóptero! Por aí, já pressenti: não existia aquele momento. Era ilusão o portal, a abertura, a chave. Minha vida.

Meus poderes xamânicos estavam imundos de pântanos interiores e bem soube: vai fechar! Não se manteria aberto. Mas eis que o desacelerador de partículas comprado usado do CERS chegou imponente.

E como tudo em Itaúna, seguimos sempre parando. Ah, meu Deus! O rico entrou! Fico apreensiva nessas viagens. Suspeito que há uma máfia de entrega de pães de queijo sem notas fiscais em Mateus Leme. Não há paciência nem playlist que suporte tantas desacelerações, entradas e saídas. Juro que descem as mesmas pessoas que sobem. Acabaram de descer e já vem de novo? Claro, são os pães de queijo, arrependeram-se e querem mais!

Não era pela quitanda, mas um homem entrou gritando. Sua mulher também. Foram se desnudando da vida de casa e do quarto. Ele era um chato, devia dinheiro até para as palavras feias. Ela estava “cheia de pedra”, uma louca. Sim, agora entendi o que era louca de pedra. Não era amor. Não era ódio… Ele pagou ambas as passagens. Para a cobradora pagou em dinheiro. Mas sobre a dívida com palavras, insistiu em nos demonstrar planilhas com colunas de mágoas. Chamou-a pelo nome: Lixo.

Coloquei o All Star de Cássia nos ouvidos. Sim, algum silêncio musical para que eu não me envolvesse. Curiosidade entre azul e preto? Tantos segredos voando de sacolinhas… Desliguei.

Barreira da polícia sempre foi o lugar de passar despistado, colocar os cintos. Mas foi onde ele tirou em sonoro “pare”! “Vou deixar essa louca aí”. Pronto. Chave oca errada! Vamos atrasar no B.O. Todos testemunhas! Claro, era o portal se tremendo todo, mal se equilibrando nas energias rosa do amor aos livros. Sei, sei, não vai aguentar.

A doida já não manifestava sobre dívidas e chatices. Sentiu medo, fome, solidão. Seus olhos gritaram e choraram pedras. Senti doer. Eram cálculos auriculares. Expeli-los dói muito. Soluçava. Ele mandou seguir. Sentou três banco mais perto. Se não tivesse exibido tanta contabilidade, talvez a abraçasse. Apenas abriu seu baú de moedas vis pela janela, se endividando até o pescoço, sufocado de vento.

Ufa! A chave oca na mão, numerada 128634 foi guardada. Funcionou, já que de Contagem em diante já era outra dimensão.

Foi só turbulência… Coisas de caminhos tortos. Desci em BH. As interceptações na Afonso Pena ainda me fizeram procurar pela magia. “Per benedictionem clavis beneficus”! Me deixem passar! Ave! Aula de novos poderes, novos feitiços, novas poções. De beber às talagadas. Aconteceu! Nesta taça… Esta que desenho aqui, agora, em rabiscos fonéticos.

Sobre a autora

Aden CamargosAden Camargos é pessoa engolidora de choros, por isso sofre de derrames por extensos quase todas as noites. Os assuntos que ela escreve referem-se ao enorme mundo à volta de seu umbigo. Adora escrever e fazer andanças; sobe morros e picos.

Suspeita que a felicidade seja algo tão difícil de alcançar que deve estar no mais alto ponto do Himalaia. Por isso escala em MG e RJ; vai que existem felicidadezinhas nas montanhas menores? Não suspeita que seja escritora; é uma atrevida mesmo.

Para saber mais:

  1. Aden no Facebook: perfil da cronista na rede social.

10 artigos mais lidos do Escriba Encapuzado em 2014

TOP 10 Posts do Escriba Encapuzado - 2014Talvez o leitor não se lembre, mas 2014 começou para mim com um pedido de desculpas: comprometido com a conclusão do meu livro de contos, eu temia não conseguir atualizar o Escriba Encapuzado regularmente.

Felizmente, meus temores foram em vão. 2014 foi um ano frenético de escrita por aqui, com artigos bastante populares. Quatro deles se sobressaíram, atraindo muitos novos leitores – a propósito, sejam bem-vindos. Textos mais antigos foram redescobertos e compartilhados nas redes sociais.

Começo este ano de 2015 agradecendo a você, leitor, pela confiança. É você quem faz tudo isso fazer a pena!

Confira a seguir os 10 posts mais lidos do Escriba Encapuzado em 2014.

10 – 5 fatos sobre escrever primeiras versões (leia)

De repente você tem uma ideia na cabeça. Não importa se ela surgiu num lampejo de inspiração ou foi amadurecendo com o tempo, você chegou a um ponto em que não aguenta mais: ou descarrega a ideia no papel ou enlouquece. Mas entre a ideia e o texto final há um longo caminho que começa pelo rascunho. Identifique alguns problemas dessa fase para não tropeçar ainda nos primeiros passos.

Rascunhos

9 – Livros que ensinam a escrever (leia)

Eu sou um fanático por livros sobre escrita e escritores. É comum eu topar com volumes sobre motivação, inspiração, ato e desejo de escrever. Obras técnicas em português são mais raras, mas não impossíveis de encontrar – tem havido um lento, mas crescente interesse neste tipo de publicação pelas editoras nacionais. Confira minhas 5 indicações e outras tantas deixadas nos comentários.

Livros sobre escrita

8 – Metodologia 5+10 (leia)

Este foi um dos primeiros artigos publicados quando resolvi levar a sério essa história de ser escritor. Na época, eu pesquisei bastante sobre o assunto e topei com um artigo do jornal Guardian com conselhos de autores renomados. Daquela imensa lista, eu selecionei 86 tópicos, depois os filtrei e montei uma cartilha com 15 dicas para escritores iniciantes perdidos.  Se este é o seu caso, confira agora mesmo!

Criança Escrevendo

7 – Resenha: O Caçador de Androides (leia)

Li muitos livros em 2014, mas não escrevi sobre nenhum. Foi um opção pessoal. Resenhar consome muito tempo – sou meticuloso; penso e repenso todo texto que leio. Além disso, o Escriba Encapuzado não é um blog literário e sim um espaço sobre a escrita. Mas confesso que fiquei surpreso ao ver este post entre os mais lidos do ano. Será que lançaram um nova edição do livro ou do filme Blade Runner?

Cena do Filme "Blade Runner - O Caçador de Androides"

6 – 7 coisas que aprendi: 58 escritores compartilham experiências em eBook com textos inéditos (leia)

O anúncio do eBook gratuito que celebra os dois anos da série 7 coisas que aprendi figurando entre os posts mais lidos do ano? Ah, que que satisfação. A alegria só não é maior do que perceber que, desde o seu lançamento no início de 2014, o eBook que reúne os conselhos e dicas de 58 escritores nacionais  já foi baixado por mais de 1.800 pessoas! Ainda não conferiu? Corre lá e baixe seu exemplar.

Escritores Inéditos no eBook "7 coisas que aprendi"

5 – Metodologia na prática: escrevendo uma monografia (leia)

Outro post mais antigo que aparece entre os mais lidos de 2014. No texto, eu mostro como apliquei com sucesso a metodologia 5+10 para concluir sem esforço nem traumas meu trabalho de conclusão de curso. E você, está tendo dificuldades para terminar o seu? Quem sabe meu exemplo não te inspira? Dá uma conferida aí no artigo, parceiro. 😉

Metodologia 5+10 na prática

4 – Não perca a motivação: 10 dicas para escritores (leia)

 Todo escritor conhece as dores do caminho que escolheu. Não são poucas as vezes em que bate a vontade de chutar o balde, abandonar a crônica que parece conto, o conto que quer ser romance, o romance imenso que não chega a lugar nenhum. O amor pela arte costuma nos colocar de volta nos trilhos, mas, às vezes, precisamos de uma forcinha extra para não perder a motivação. Confira essas dicas preciosas.

Escritora Feliz

3 – É preciso fazer faculdade para ser escritor? (leia)

Uma das primeiras dúvidas que pinta na cabeça do aspirante a escritor. Procure pelas redes sociais da vida e você verá inúmeras variações desta pergunta se repetindo infinitamente. Não é de se estranhar, portanto, que este texto tenha recebido a medalha de bronze dos posts mais lidos aqui no Escriba Encapuzado em 2014. Ah, a resposta à pergunta você pode conferir no texto. 😉

Escritora Graduada
2 – 8 mentiras que escritores iniciantes contam para si mesmos (leia)

Este foi de longe um dos o post mais lidos do ano passado, perdendo por muito pouco a medalha de ouro. Escrito pelo meu (sumido) parceiro Diogo Ruan Orta, este texto leve e divertido teve grande repercussão nas redes sociais e atraiu muitos novos leitores para o Escriba Encapuzado. Dê uma conferida na lista do Diogo e veja se identifica com alguma mentira. Eu? Com todas, meu caro, com todas.

Escritor Pinóquio

1 – 5 dicas para escrever contos (leia)

E chegamos ao vencedor, o post mais lido do Escriba Encapuzado. Inspirado em dicas do escritor norte-americano Philip Athans, o texto traz dicas para quem deseja escrever um texto completo em uma única sessão de escrita. Bom demais para ser verdade? Talvez, mas é possível. Saiba como lendo o artigo e praticando agora mesmo!

R. A. Salvatore (esquerda) e Philip Athans (direita)

E você, leitor, o que quer ver mais por aqui em 2015? Deixe suas sugestões nos comentários.

Para saber mais – Bônus de outros 5 posts mais lidos:

  1. NaNoWriMo: 30 dias para escrever um livro: saiba mais sobre o evento que te desafia a escrever um livro em um mês.
  2. Aprenda com os Grandes – Hábitos de Escrita de 7 Escritores Espetaculares: um pouco do processo criativo de Stephen King, Ernest Hemingway, Vladimir Nabokov e outros autores renomados.
  3. 10 dicas para escritores por J.R.R. Tolkien: que aspirante a escritor não gostaria de aprender os segredos do ofício com um mestre?
  4. 8 dicas para escrever um texto em poucos minutos: tópicos breves sobre escrever para a Internet. Muito útil para quem pretende começar um blog.
  5. Como ser escritor? Qual é o caminho certo que conduz ao sonho de ser um autor reconhecido?

Jardineiro de Ideias – Curso de Formação de Escritores On-Line

Diego SchuttHá quatro anos o site Ficção em Tópicos é uma referência fundamental em minha jornada de escritor. Esse acervo de técnicas, dicas e inspirações editado pelo parceiro Diego Schutt é hoje, sem dúvida, o mais completo e consistente da internet brasileira.

Com um currículo que inclui formação em escrita criativa na Austrália, Suíça, Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha e Brasil, o Diego tem experiência de sobra para orientar os mais de 20 mil leitores que acessam seu site diariamente.

Agora imagine essa fera ministrando um curso onde você pode aplicar todo o conhecimento reunido no Ficção em Tópicos. Pare de imaginar e conheça o Jardineiro de Ideias, uma oficina on-line para escritores.

Arquitetos e Jardineiros

Em entrevista à Rolling Stone em 2012, George R. R. Martin falou sobre escritores arquitetos e jardineiros: o arquiteto é aquele que planeja cada aspecto de uma história antes de escrevê-la; já o jardineiro desenvolve uma ideia sem saber ao certo a onde ela o conduzirá. Foi esta última noção que inspirou a criação do curso.

A proposta do Diego não é ensinar como planejar, escrever e publicar um livro, mas como desenvolver ideias em textos criativos utilizando as técnicas e dicas do Ficção em Tópicos. É o começo ideal para qualquer escritor são o bastante para não se meter a tentar escrever logo de cara o próximo Harry Potter ou O Senhor dos Anéis.

Jardineiro de Ideias - Curso On-Line de Criação de Histórias de Ficção

Estrutura e Preço do Curso

O Jardineiro de Ideias tem duração de 6 semanas e é direcionado para uma turma de 4 a 10 participantes. O curso é inteiramente on-line. A cada semana serão disponibilizados 1 vídeo, 2 artigos técnicos e 1 exercício de escrita criativa com foco nos principais elementos de histórias de ficção (personagens, conflito, enredo, cenários, diálogos, tema). Todos os textos serão lidos e avaliados pelo Diego, além de publicados em uma comunidade de escritores exclusiva para que outros colegas também possam comentar.

O valor do curso é de R$ 550,00, um preço mais do que justo a se pagar pela qualidade do material e pela experiência do instrutor. O pagamento pode ser feito com cartão de crédito, débito on-line ou boleto bancário através do PagSeguro – é possível dividir o custo em até 12x.

Data de Início e Inscrições

Consultorias do Ficção em TópicosInteressado, amigo escritor? Então corra, pois a nova edição do curso começa já no próximo dia 17. São apenas 10 vagas!

Inscreva-se hoje mesmo no curso on-line Jardineiro de Ideias.

E se você não pode desembolsar quinhetinhos, mas está precisando de uma forcinha para desenvolver aquela ideia esperta ou melhorar uma história já pronta, confira as consultorias individuais que o Diego oferece a preços mais acessíveis.

E aí? Vamos plantar e colher ideias?

Você sabia… que Diego Schutt é um dos 58 escritores que compartilham experiências no eBook da série 7 coisas que aprendi?

Para saber mais:

  1. Jardineiro de Ideias: um curso que ensina a plantar ideias e colher histórias. Por Diego Schutt, do excelente Ficção em Tópicos.
  2. eBook 7 coisas que aprendi: 58 escritores compartilham suas experiências e o Diego Schutt está entre eles. Imperdível.
  3. 5 eBooks Gratuitos para Escritores Iniciantes: dicas valiosas em bom português imperdíveis para quem quer ser escritor.
  4. Serviço: Oficinas Literárias:confira recomendações de oficinas de criação literária espalhadas por todo o país.
  5. É preciso fazer faculdade para ser escritor? uma faculdade é capaz de transformar alguém em um escritor (de ficção) profissional?
  6. Como ser escritor? – Qual é o caminho certo que conduz ao sonho de ser um autor reconhecido?
  7. Quero ser escritor! – Algumas palavras sobre o sonho de viver de literatura no Brasil.
  8. Metodologia 5+10: 5 regras e 10 orientações flexíveis que busco seguir em meu caminho para tornar-me um escritor.
  9. Não perca a motivação – 10 dicas para escritores: minha tábua de mandamentos pessoais para os momentos de crise existencial.
  10. 5 dicas para escrever contos: confira 5 conselhos do renomado escritor de fantasia norte-americano Philip Athans.
  11. Interpretações da Leitura Crítica: se estivessem vivos hoje, o que pensariam os grandes escritores do passado sobre os estudos de suas obras?

É preciso fazer faculdade para ser escritor?

Por muito tempo, minhas experiências de escrita mais significativas foram as redações: nas escolares e preparatórias, destacavam-se com frequência; nos concursos, garantiam uns bons pontos.

Eu acreditava, porém, que para ser escritor não bastava familiaridade com palavras, ainda mais sendo formado em ciências exatas.

Pairava sobre mim então aquela que é a dúvida mais natural de todos os que engatinham por essa profissão. Felizmente, essa nuvem sombria e pesada se dissipou. Hoje posso afirmar, sem receio, que cursar Letras ou, digamos, Comunicação Social, não necessariamente fará de você um escritor (de ficção) profissional.

Escritores autodidatas

Não desprezo a necessidade de estudo, note-se. Sim, é importante ler livros sobre escrita, produção literária, memórias de escritores renomados – pode-se aprender bastante com estas também, mesmo que nem sempre tragam informações técnicas objetivas. Em outras palavras, um aprendiz pode se fazer escritor por conta própria.

Paulo CoelhoA história está repleta de grandes autores formados em cursos sem qualquer relação com a escrita (Franz Kafka e Henry Fielding, eram advogados; Guimarães Rosa e Moacyr Scliar eram médicos) ou que sequer cursaram uma faculdade (William Faulkner, H. G. Wells, Machado de Assis, Paulo Coelho).

Cursos universitários podem não ser o ideal para quem quer ser escritor e basta uma espiada nas disciplinas ofertadas para comprovar: normalmente, o foco é a formação de professores, críticos, jornalistas.

Uma faculdade de Escrita já é outra história, mas estas são raras no Brasil – de cabeça, lembro-me da pós-graduação da Escola Superior de Direito Constitucional (ESDC), mas este parece não ter novas turmas desde 2012.

Confira no breve vídeo abaixo o que o mestre Stephen King tem a dizer sobre o assunto:

Cara a tapa

Obviamente, é indispensável pôr o conhecimento à prova, submetê-lo ao crivo de escritores (e leitores, por que não?) profissionais. Daí se tira o valor das oficinas literárias, cada vez mais comuns no país: além de apresentarem certas “regras” de boa escrita, elas permitem troca de experiências, discussões sobre criatividade, avaliações criticas.

Imagino que todo escritor é meio autodidata em algum momento da vida. Para os que estão começando, como eu, sugiro este caminho perfeitamente possível: estude por conta própria, mas seja avaliado por profissionais. Faculdades não são imprescindíveis. Acho que é por aí.

E você? Acha que é preciso cursar faculdade para ser escritor?
Cena do Filme "Escritores da Liberdade" - Com Hilary Swank

“Quem aí quer ser escritor?”

Para saber mais:

  1. Quero ser escritor! – Algumas palavras sobre o sonho de viver de literatura no Brasil.
  2. Como ser escritor? – Qual é o caminho certo que conduz ao sonho de ser um autor reconhecido?
  3. Série 7 coisas que aprendi: página principal do projeto que convida escritores em diversas fases da carreira a compartilharem suas experiências.
  4. Serviço: Oficinas Literárias: confira recomendações de oficinas de criação literária espalhadas por todo o país.
  5. Não perca a motivação – 10 dicas para escritores: minha tábua de mandamentos pessoais para os momentos de crise existencial.
  6. 5 dicas para escrever contos: confira 5 conselhos do renomado escritor de fantasia norte-americano Philip Athans.
  7. Interpretações da Leitura Crítica: se estivessem vivos hoje, o que pensariam os grandes escritores do passado sobre os estudos de suas obras?
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