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Histórias de Terror em Duas Frases

Como o próprio nome entrega, a série “Lista 5” traz textos que enumeraram cinco recomendações minhas, não apenas de livros, mas também de filmes, jogos e o que mais me der na telha. As listas serão construídas, principalmente, segundo critérios pessoais, logo não são absolutas.

Uma leitora fiel do Escriba Encapuzado recomendou um artigo com 40 historietas assustadoras escritas em duas frases. Reunidos por Michael Koh no site Thought Catalog, esses textos são fruto de um desafio proposto no fórum AskReddit. Há muitas histórias boas por lá, mas algumas me impressionaram tanto que resolvi compartilhá-las por aqui.

Confira abaixo 5 histórias que te deixarão de cabelo em pé – ah, e prestem atenção aos dois bônus no final!

5

“Minha esposa me acordou ontem à noite para dizer que havia um intruso em nossa casa. Ela foi assassinada por um intruso há 2 anos.” – The_D_String

4

“Acordei ao ouvir batidas contra o vidro. A princípio, eu pensei que fosse a janela, então escutei a coisa atravessando o espelho novamente.” – therealhatman

3

“‘Não consigo dormir’, ela sussurrou, enfiando-se na cama comigo. Acordei suando frio, segurando o vestido no qual ela foi enterrada.” – VaultKid321

2

“Minha filha não pára de chorar e gritar no meio da noite. Eu visito o túmulo dela e a peço que pare, mas de nada adianta.” – skuppy

1

 “Começo a colocá-lo pra dormir e ele me diz, ‘Papai, vê se tem monstros debaixo da cama’. Para seu contentamento, eu me abaixo e vejo um sósia dele debaixo da cama me encarando de volta, tremendo e sussurrando, ‘Papai, tem alguém na minha cama.'” – Juan J. Ruiz

E agora, pra finalizar…

Bônus: “Dia 312. A Internet ainda não está funcionando.” – fluffyponyza.

Palmas, senhores, palmas!

Para saber mais:

  1. 40 histórias assustadoras de duas frases: artigo original no Thought Catalog (em inglês).
  2. The Foot of the Stairs (deviantArt): a imagem destacada deste artigo é do artista Chris Seaman.
  3. 13 microcontos: historietas de fantasia, terror, ficção científica que publiquei em meu perfil no Twitter. 
  4. Contos para ler durante o cafezinho: artigo onde falo um pouco sobre microcontos (vale a pena conferir as muitas referências por lá).
  5. Tragédia: uma pessoa testemunha um terrível acidente. Conto de minha autoria publicado aqui no site.
  6. A Dama do Beco: que mistério cerca a misteriosa mulher de branco? Conto de minha autoria publicado aqui no site.

Li e Comento: A Pesquisadora dos Arcanos (Conto)

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Saiba antes de ler: além de romances e livros sobre a arte da escrita, tenho o hábito de ler historietas avulsas por aí. Senti a vontade de comentar sobre esses textos breves, portanto, eu comentarei por aqui sobre contos, novelas e outras leituras mais enxutas. Note-se que este post não é uma resenha, mas um apanhado de considerações breves suscitadas após a leitura do texto.

Em A Pesquisadora dos Arcanos, Miguel Carqueija retorna ao enlouquecedor universo de H. P Lovecraft. Espécie de continuação a Os pesadelos atacam e originalmente publicado na edição 18 da extinta revista Dragão Brasil, o conto narra a busca obstinada de Valquíria por seres sobrenaturais que vivem às sombras da humanidade.

Após uma experiência aterrorizante que lhe revelou a existência de entidades mais antigas que o próprio tempo, a jovem Valquíria visita a cidadezinha de Pedra Torta à caça do raríssimo exemplar de um livro profano. Mal sabe ela que seus passos são acompanhados com muito interesse e que uma simples visita à biblioteca pode lhe custar a sanidade.

Mais consistente que Os pesadelos atacam, também protagonizado por Valquíria, o conto faz uso do recurso de reproduzir trechos do livro (o Necronomicon, é claro), mas aqui estes fazem todo sentido à história contada. Em dado momento, ao justificar a ameaça que paira sobre a protagonista, o texto assume um aspecto acadêmico e se torna excessivamente expositivo, o que prejudica um pouco.

O trunfo da história é o ataque à Valquíria e o modo como esta se defende ao empregar uma espécie de truque científico – ainda que este pareça mais algum tipo de mágica – baseado na Lei da Relatividade de Einstein! Os paradoxos são igualmente interessantes.

Um exemplar do misterioso “Necronomicon”

Este é o terceiro conto de Carqueija ambientado em Pedra Torta, o que cria uma atmosfera macabra em torno da cidadezinha fictícia (o próprio autor já se referiu a ela como a Arkham brasileira). Quem leu o conto Não é humano também experimentará uma agradável sensação de familiaridade com a ambientação.

Os erros de português incomodam um pouco, mas estes são visivelmente falhas de digitação. Trata-se de um bom conto, enfim, mas pouco recomendado para quem nunca leu os contos de H. P. Lovecraft e do próprio Carqueija: as referencias aos Antigos e ao Necronomicon não farão muito sentido, embora não seja difícil supor sua natureza extradimensional.

O conto foi disponibilizado pelo autor em sua coluna, Anexos da Realidade, no portal Entre Textos.

Para saber mais:

  1. Li e Comento: minhas breves considerações sobre contos, novelas e outras narrativas curtas.
  2. Li e Comento: Não é humano (Conto): bom conto de Miguel Carqueija, o primeiro ambientado na cidadezinha de Pedra Torta.
  3. Li e Comento: Vi uma coisa medonha no céu (Conto): neste conto razoável algo sinistro ocorre em Pedra Torta.
  4. Li e Comento: Os Pesadelos Atacam (Conto): primeiro conto de Valquíria, a protagonista de A Pesquisadora dos Arcanos.
  5. Quem é Miguel Carqueija: entrevista com o escritor por Tibor Moricz no site É só outro blogue. Confira no artigo os links para vários trabalhos disponibilizados gratuitamente pelo autor, como a novela A face oculta da galáxia.
  6. A vida e obra de H. P. Lovecraft: site em português que há 8 anos divulga os trabalhos deste cultuado escritor. Descubra o que são os Mitos de Chtulhu.
  7. O universo inominável de H.P. Lovecraft: episódio 321 do NerdCast dedicado inteiramente ao escritor.

Li e Comento: O Homúnculo (Conto)

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Saiba antes de ler: além de romances e livros sobre a arte da escrita, tenho o hábito de ler historietas avulsas por aí. Senti a vontade de comentar sobre esses textos breves, portanto, eu comentarei por aqui sobre contos, novelas e outras leituras mais enxutas. Note-se que este post não é uma resenha, mas um apanhado de considerações breves suscitadas após a leitura do texto.

Publicado pela primeira vez na antologia de terror Brinquedos Mortais, da Editora Draco, O Homúnculo é um conto do falecido escritor mineiro Saint-Clair Stockler que mistura ficção científica e terror numa história perturbadora.

Num futuro não tão distante, a evolução da tecnologia de manipulação de genes permite aos seres humanos brincarem de Deus. E nem é preciso ser um cientista para isso. Desembolsando alguns trocados, qualquer cidadão pode adquirir a mais nova sensação da engenharia genética: o homúnculo, um brinquedinho biológico desenvolvido com o único proposito de entreter seus proprietários.

Narrado em primeira pessoa, este conto breve contém um terror sutil: aqui o leitor não teme o monstro que espreita nas sombras, mas aquele que vive em cada um de nós. Mais terrível que esse pensamento é cogitar que quanto mais progredimos como espécie, mais insensíveis e individualistas nos tornamos.

Imersos em mesquinhez e na busca incessante por formas de entretenimento que ofereçam uma fuga da nossa realidade, mal nos damos conta (ou não nos importamos mesmo) que isso se dê à custa da humilhação e do sofrimento alheio. Excelente conto. Não pude evitar imaginar que seria ainda mais aterrador se o protagonista fosse alguém mais jovem.

Dada a qualidade da prosa não é exagero dizer que um verdadeiro talento se perdeu com o falecimento do escritor. A versão Kindle do conto foi disponibilizada de graça pela editora no site da Amazon.

Para saber mais:

  1. Li e Comento: minhas breves considerações sobre contos, novelas e outras narrativas curtas.
  2. Brinquedos Mortais: informações sobre a coletânea lançada pela Editora Draco.
  3. Saint-Clair no Skoob: algumas obras que contam com a participação do escritor.
  4. Saint-Clair Stockler: site que o escritor costumava manter.
  5. Sobre Dias Estranhos: no site de Tibor Moricz, um depoimento de Saint-Clair sobre o livro de contos que publicou e que, atualmente, é bem difícil de encontrar.

Li e Comento: Os pesadelos atacam (Conto)

PenaPena

Saiba antes de ler: além de romances e livros sobre a arte da escrita, tenho o hábito de ler historietas avulsas por aí. Senti a vontade de comentar sobre esses textos breves, portanto, eu comentarei por aqui sobre contos, novelas e outras leituras mais enxutas. Note-se que este post não é uma resenha, mas um apanhado de considerações breves suscitadas após a leitura do texto.

Publicado na edição 12 da extinta revista Dragão Brasil, Os Pesadelos Atacam é outro conto de terror do escritor Miguel Carqueija inspirado nos Mitos de Cthulhu de Lovecraft.

Valquíria, uma pesquisadora fascinada por mitos e ocultismo, é surpreendida pela visita de uma entidade com intenções sinistras. Transportada para um plano entre sonho e realidade, ela será confrontada por revelações que porão em xeque suas crenças e sua alma.

Embora a proposta e a protagonista sejam interessantes, a história, infelizmente, é fraca. O que torna Valquíria tão especial? E por que essa entidade em particular se interessa por ela? Na obra de Lovecraft são comuns personagens que enlouquecem ou têm experiências sobrenaturais após ter contato com objetos profanos, mas aqui isso parece forçado.

Incomodaram-me os diálogos inocentes e a mudança no tempo linguístico: a história começa narrada no passado e, inesperadamente, muda para o presente. A cena da fuga de Valquíria é inverossímil: quem refletiria sobre um apelido ao ser perseguido por um monstro?

Como em Vi uma coisa medonha no céu, Carqueija reproduz passagens de obras fictícias para ambientar o leitor, mas o recurso não funciona e soa didático. O desfecho é inesperado, mas não afasta a sensação de que uma boa ideia foi desperdiçada num conto curto demais.

Para saber mais:
  1. Li e Comento: minhas breves considerações sobre contos, novelas e outras narrativas curtas.
  2. Li e Comento: Não é humano (Conto): minhas considerações sobre este bom conto de Miguel Carqueija, ambientado no universo de H. P. Lovecraft.
  3. O Estigma do Feiticeiro Negro: um dos livros mais recentes de Carqueija, produzido em coautoria com Melanie Evarino e lançado pela editora Ornitorrinco.
  4. Quem é Miguel Carqueija: entrevista com o escritor por Tibor Moricz no site É só outro blogue. Confira no artigo os links para vários trabalhos disponibilizados gratuitamente pelo autor, como a novela A face oculta da galáxia.
  5. O universo inominável de H.P. Lovecraft: episódio 321 do NerdCast dedicado inteiramente ao escritor.

Li e Comento: Vi uma coisa medonha no céu (Conto)

PenaPena

 

Saiba antes de ler: além de romances e livros sobre a arte da escrita, tenho o hábito de ler historietas avulsas por aí. Senti a vontade de comentar sobre esses textos breves, portanto, eu comentarei por aqui sobre contos, novelas e outras leituras mais enxutas. Note-se que este post não é uma resenha, mas um apanhado de considerações breves suscitadas após a leitura do texto.

Mais uma incursão de Miguel Carqueija pelo universo aterrorizante e enlouquecedor de H. P. Lovecraft, este conto foi publicado na edição 12 da revista Dragão Brasil ao lado de Os Pesadelos Atacam – trabalho do escritor que será comentado em outro post.

A história é apresentada como o relato de um personagem sem nome, um joão-ninguém cuja vida é abalada por um evento sinistro que deixa marcas tanto em suas lembranças quanto na interiorana Pedra Torta, cidadezinha em que reside.

A certa altura a narrativa adota a forma de uma matéria jornalística transcrita que é lida pelo protagonista. Particularmente, este recurso me incomoda um pouco, mas seu uso justifica-se neste caso, já que é um modo mais direto de expor ao leitor informações importantes para a conclusão do conto.

Vi uma coisa medonha no céu é uma leitura rápida e despretensiosa, nada mais.

Para saber mais:
  1. Li e Comento: minhas breves considerações sobre contos, novelas e outras narrativas curtas.
  2. Li e Comento: Não é humano (Conto): minhas considerações sobre este bom conto de Miguel Carqueija, ambientado no universo de H. P. Lovecraft.
  3. Miguel Carqueija: perfil do escritor no site Recanto das Letras.
  4. Miguel Carqueija no Portal Cranik: entrevista concedida ao editor Ademir Pascale em 2009.
  5. A vida e obra de H. P. Lovecraft: site em português que há 8 anos divulga os trabalhos deste cultuado escritor. Descubra os Mitos de Chtulhu!

Li e Comento: Não é humano (Conto)

PenaPenaPena

Saiba antes de ler: além de romances e livros sobre a arte da escrita, tenho o hábito de ler historietas avulsas por aí. Senti a vontade de comentar sobre esses textos breves, portanto, eu comentarei por aqui sobre contos, novelas e outras leituras mais enxutas. Note-se que este post não é uma resenha, mas um apanhado de considerações breves suscitadas após a leitura do texto.

Não é humano é a estreia profissional do escritor Miguel Carqueija. Originalmente publicado na antologia Dinossauria Tropicalia, o conto foi reproduzido na sexta edição da extinta revista Dragão Brasil.

Narrada por um velho e enfermo professor da cidadezinha de Pedra Torta, a história trata de um livro profano raríssimo encontrado na biblioteca local e das terríveis consequências de tal descoberta.

É explícita a inspiração nos trabalhos de H. P. Lovecraft, cultuado escritor norte-americano de horror e criador dos Mitos de Cthulhu. No entanto, o texto se destaca pela interessante ideia da ameaça de seres pré-históricos não tão extintos quanto se habituou a crer.

Incomodou-me o clichê do vilão que se revela por conta própria e compartilha todos os seus planos à pretensa vítima indefesa – uma maneira prática e objetiva, mas pobre, de expor informações ao leitor. Mesmo apresentando desfecho forçado, abrupto e até previsível, trata-se de um bom conto.

Para saber mais:

  1. Li e Comento: minhas breves considerações sobre contos, novelas e outras narrativas curtas.
  2. Quem é Miguel Carqueija: entrevista com o escritor por Tibor Moricz no site É só outro blogue. Confira no artigo os links para vários trabalhos disponibilizados gratuitamente pelo autor, como a novela A face oculta da galáxia.
  3. Dinossauria Tropicalia no Skoob: veja que outros autores tiveram seus contos publicados nesta antologia.
  4. A vida e obra de H. P. Lovecraft: site em português que há 8 anos divulga os trabalhos deste cultuado escritor. Descubra os Mitos de Chtulhu!
  5. O universo inominável de H.P. Lovecraft: episódio 321 do NerdCast (Jovem Nerd) dedicado inteiramente ao escritor.

13 microcontos

Como prometido, eis treze microcontos que publiquei em meu perfil no Twitter no passado. O leitor notará que há histórias de todos os tipos: fantasia, terror, ficção científica, contemporâneas. Algumas nasceram de modo inusitado (durante uma ida ao banheiro, por exemplo). Espero que gostem.

1

Saudades mil de minha paixão juvenil. Anda, mulher, não demora, não vê que o nosso filho acordado agora chora?

2

– Usei esta corda para me enforcar – disse a figura arroxeada.

– Bom. Que tal pô-la ao redor do pescoço? Perfeito! Agora diga “xis”!

3

– Nossos pais nunca abençoariam nosso amor. Matá-los e casarmo-nos uniu os reinos sob NOSSO poder e… argh!

– MEU poder, meu rei!.

4

06/2012, 66º tentativa de viajar no tempo: fracasso; portal danificado. Sem efeitos cola-

06/2012, 66º tentativa de viajar no tem…

5

Invejava o amigo e o matou; invejou a comoção da mídia e tramou a própria morte. Dado por desaparecido; foi enterrado como indigente.

6

– Ninguém vive aqui; o mestre é um morto-vivo! Tuas almas concederão vida a ele!

E os olhos deles se fecharam para nunca mais abrir.

7

Adoecido, não foi banido por ser herói da tribo; sobrevivente, não foi devorado pelo inimigo; fugido, morreu diante da vila portuguesa.

8

No banheiro.

– Com mais força, anda! Rápido!

– Se a esposa vê isso…

– Esfrega mais!

A porta se abre.

– Café na blusa de novo?

9

Descontente, demitiu-se, farreou, conheceu e transou com uma bela mulher e sua irmã, saltou de paraquedas e… acordou caindo da cama.

10

– Tua espada este corpo matará, mas em ti eu perdurarei!

Da prisão mental, testemunhou o massacre da vila por suas próprias mãos.

11

O Novo Mundo era a salvação; o bandeirismo a chance de aventura. Encontrou só morte e destruição, e na prisão chafurdou na amargura.

12

A cidade é dos invasores. Os tiros ecoam lá de baixo, os refugiados chegam em levas; no Morro todos estamos salvos, ao menos por ora.

13

– Expulsei os inimigos, defendi o reino, tornei-me campeão de nosso Deus! Eu sou a lei!

– Alimente os gatos.

– Sim, minha rainha.

Para saber mais:

  1. Contos para ler durante o cafezinho: artigo onde falo um pouco sobre microcontos (vale a pena conferir as muitas referências por lá).
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