Ontem fez um ano que fui convidado a escrever sobre meu processo criativo no 2 mil toques, projeto do amigo escritor André Timm. Tudo o que eu disse ali ainda é verdade, mas achei que valia a pena dar uma incrementada. Então vamos lá…
Você não leu o texto publicado no 2 mil toques? Confira meu processo criativo.
Saiba antes de ler: não sou crítico literário nem detentor da verdade absoluta. O texto abaixo relata as impressões que tive após a leitura deste livro e não traz quaisquer revelações quanto ao enredo.
Autor do elogiado romance O Alienado e de inúmeros contos, o fluminense Cirilo S. Lemos já demonstrou talento nato para desenvolver tramas e personagens fascinantes. Nesta criativa ficção científica retrofuturista, porém, Cirilo se supera. Publicado em formato físico e digital, E de Extermínio é uma das mais gratas surpresas editoriais de 2015.
Quem acompanha o Escriba Encapuzado deve ter notado que tanto o chefe quanto eu estamos sumidos daqui. O T.K. tem uma boa desculpa – férias na Tailândia, tá?! –, mas eu… bem, digamos que eu ando meio pra baixo com esse lance de escrita.
Como o drama de uns é pode ser a inspiração de outros, eu dei uma pesquisada por aí e montei essa listinha de atitudes positivas para escritores em crise. Não sei se vai resolver meu problema, mas vai que ajuda algum leitor, não é? Nunca se sabe.
Confira a seguir 8 dicas para ser um escritor mais feliz.
1 – Escreva
O escritor que não escreve definha. A abstinência de palavras machuca. Angústia, ansiedade, desorientação, frustração são alguns sintomas que podem se manifestar por dias, meses, anos. O tratamento é um só: escrever. Não importa se diário, artigo, crônica, conto, romance, roteiro ou uma bobagem qualquer que apenas os mais íntimos lerão. Preencha o vazio interior com palavras.
Escritor que escreve é mais feliz.
2 – Relaxe
Ao escrever, o escritor se esforça para fazer o melhor possível, sempre. Ele não está disposto a aceitar menos do que o melhor. Mas nem sempre isso é possível. Então, preocupe-se menos. Ninguém precisa acertar de primeira. Se o texto está ruim, bem diferente do que tinha em mente, relaxe e curta o processo de ver, pouco a pouco, um rascunho ruim se transformando em um material digno.
Não precisa ser zen, basta saber relaxar.
3 – Permita-se
O escritor deve ser leal aos seus desejos. Literatura de entretenimento é irrelevante? Contos não vendem? Ninguém lê poesia? Dane-se. Escreva o que quiser e como quiser. Não tente se adequar a padrões, a modinhas nem a nada que não lhe desperte paixão. A vida é curta, o tempo escasso, a carreira de escritor não remunera tão bem, portanto, permita-se.
Escreva o que você quiser escrever.
4 – Simplifique
Escrever o grande romance brasileiro, a trindade fantástica, a série adaptada para o cinema. Quem nunca sonhou com isso? Todo escritor é um pouco megalomaníaco. Não há nada demais nisso, mas é preciso cautela, certo grau de organização e bom senso. Para evitar frustrações, estabeleça metas realísticas, curtas e controláveis – “ter o original aceito por uma editora até…” é um ótimo contraexemplo.
Simplificação: você está fazendo isso errado!
5 – Foque
Conhecer as engrenagens do mercado editorial é útil? Sim. É preciso pautar seu trabalho por elas? Não deveria. Preocupe-se em escrever o que você quer escrever, dê o seu melhor. Somente quando tiver um produto em mãos (sim, o livro é arte, mas também é produto) veja como utilizar a máquina a seu favor. Como escritor seu foco deve ser sempre escrever; eventualmente a publicação virá.
Às vezes isolar-se do mundo é necessário.
6 – Desapegue
Não se preocupe com números: vendas, ranques, acessos, curtidas, compartilhamentos; um escritor em início de carreira não deveria condicionar sua felicidade a nada disso. O que é mais importante? Feedback. De que vale uma página com dezenas de milhares de seguidores que não se manifestam quando você publica ali um novo conto ao qual se dedicou tanto?
Caderno, lápis e uma ideia. Do que mais um escritor precisa?
7 – Motive-se
Dinheiro é importante? Óbvio! Ele deve ser seu objetivo final? Nunca. Todo escritor quer viver de seu ofício, mas não deixe que este desejo seja sua motivação para escrever. Escreva pelo gosto de contar histórias, para tornar o mundo melhor, por acreditar que tem algo a dizer, para não enlouquecer, escreva porque sim. Mas ame o ofício, não o dinheiro.
Café, uísque, tanto faz… recompense-se por um serviço bem feito.
8 – Termine
Começou? Vá até o fim. Não terminar é desistir, é ceder ao medo, à insegurança. Um escritor morre um pouco a cada texto abandonado: sonhos são sufocados, a alma é ferida por culpa, angústia, tristeza. Por pior que seja, um trabalho concluído te preenche de satisfação, te motiva a prosseguir, te deixa feliz. Afinal, nenhum texto será pior do que aquele que você nunca terminou.
Desenvolva, desde cedo, o hábito de terminar (ok, nem tanto).
E aí? Você é um escritor feliz? Quer acrescentar algo? Comente!
Chegamos a mais um 25 de maio, o Dia do Orgulho Nerd (e Geek)! Hora de prender um raminho de lilás na toalha, encarar uma mega maratona de “Star Wars”, espalhar piadas infames por aí e fuçar a internet em busca de produtos nerds em promoção!
Para facilitar a vida do leitor, vou listar aqui alguns livros à venda na Amazon por precinhos camaradas. Há muitos outros com descontos incríveis de até 70%, mas preferi pinçar (termo da moda, não?) só os que estão (mais ou menos) abaixo deR$ 20,00.
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Mais que um monstro mítico, Hydra é também uma constelação que atravessa a equador celestial, unindo os hemisférios celestiais norte e sul. Nada mais apropriado, portanto, que nomear assim um concurso que pretende unir os hemisférios norte e sul da ficção especulativa.
Promovido pela revista norte-americana Orson Scott Card’s Intergalactic Medicine Show (IGMS) e pelos websites brasileiros A Bandeira do Elefante e da Arara e Universo Insônia, o Concurso Hydra de Literatura Fantástica Brasileira objetiva levar o melhor da ficção especulativa brasileira para os leitores de língua inglesa de todo o mundo.
Premiando a Fantasia Nacional
Em sua terceira edição, o concurso selecionará, e traduzirá para o inglês, três contos de literatura fantástica publicados no Brasil em 2013 e 2014. Dentre os finalistas, um receberá publicação remunerada na IGMS – este grande vencedor será escolhido por ninguém menos que Orson Scott Card, um dos autores mais vendidos do mundo da ficção especulativa, e por Edmund R. Schubert, editor da IGMS.
Os vencedores das edições anteriores foram os paulistas Brontops Baruq com História com desenhoe diálogo (2012) e Camila Fernandes, com o conto A outra margem do rio (2014). O enigmático Brontops já passou aqui pelo Escriba Encapuzado com uma contribuição para a série 7 coisas que aprendi.
O Concurso Hydra é organizado por Tiago Castro, editor do site Universo Insônia, e por Christopher Kastensmidt, norte-americano radicado em Porto Alegre, autor da série A Bandeira do Elefante e da Arara e finalista dos prêmios Nebula, AGES e Argus – Kastensmidt é quem traduzirá os três contos para o inglês.
Como participar
As inscrições do Terceiro Concurso Hydra de Literatura Fantástica Brasileira estão abertas até 11 de novembro. Podem inscrever-se autores brasileiros com contos de literatura fantástica publicados pela primeira vez entre os anos de 2013 e 2014. Não há taxa de inscrição.
O regulamento do concurso está disponível no Universo Insônia e maiores informações podem ser obtidas com o Tiago Castro pelo e-mail: concurso.hydra@gmail.com
E aí, tá esperando o quê pra inscrever seu conto?
Fantasia à Brasileira:A Bandeira do Elefante e da Arara (The Elephant and Macaw Banner) é uma série internacionalmente premiada de fantasia situada no Brasil do século XVI. As histórias contam as aventuras de Gerard van Oost e Oludara, uma dupla improvável de heróis que se encontram em Salvador. No Brasil, a série foi publicada nos livros da série Dupla Fantasia Heróica pela Editora Devir.
Christopher Kastensmidt e as belas capas estrangeiras dos livros da série A Bandeira do Elefante e da Arara.
Diz um futuro provérbio: nunca faça acordos com um dragão. Mas o Escriba Encapuzado decidiu abrir uma exceção. A Editora Draco marca presença no mercado editorial nacional há mais de 5 anos e tem se destacado no incentivo à literatura produzida por aqui.
O catálogo da Draco é vasto e diversificado; encontram-se ali livros para todos os gostos: fantasia, ficção científica, terror, chick lit, policial, erótico, etc. Entre as fileiras de autores, há tanto nomes novos e promissores – Eric Novello, Cirilo S. Lemos, Kássia Monteiro – quanto figuras da velha guarda – Roberto de Souza Causo, Gerson Lodi-Ribeiro, Carlos Orsi.
Outra característica fantástica: a Editora Draco disponibiliza quase todo o seu acervo no Kindle Unlimited, programa de aluguel de livros da Amazon onde é possível ler vários livros pagando-se uma mensalidade módica de R$ 19,90.
Tesouros do Dragão
Daí o leitor se pergunta: quais são os benefícios dessa parceria para mim? Paciência, jovem padawan. Tenho ideias em mente, mas ainda preciso discuti-las com o cara do capuz, afinal, este espaço é dele. Por ora, o que faremos é divulgar também por aqui as ações da Editora Draco: eventos, lançamentos, promoções. Publicaremos algumas resenhas à medida que formos desbravando o catálogo: o chefe e eu temos vários livros da Editora Draco; com a parceria, eles serão priorizados em nossas listas de leitura.
Contos Gratuitos
E pra começar, a Editora Draco está disponibilizando de graça alguns eBooks dos Contos do Dragão, um acervo de histórias curtas e baratinhas, perfeitas para se ler durante o café (e a crise). Lembrando sempre que não é preciso ter Kindle para se ler os eBooks da Amazon: basta utilizar o Leitor em Nuvem.
Ninguém
Karen Alvares
Um jovem hacker passa seus dias à procura de horrores na Deep Web, até que o próprio Horror finalmente o encontra. E as consequências são piores que a morte. Da autora revelação no gênero de terror e do elogiado thriller Alameda dos Pesadelos.
The Schroedinger Show
Carlos Orsi
Quando a avançadíssima indústria cultural do futuro resolve explorar os paradoxos da mecânica quântica, toda a galáxia treme. Um conto de ficção científica de Carlos Orsi, autor de As Dez Torres de Sangue.
Saltimbanco
Marcelo A. Galvão
Ao fazer um pedido especial aos deuses, um jovem artista descobre que até mesmo as divindades têm um senso de humor peculiar. Conto de Marcelo A. Galvão, autor de Vida e morte do último astro pornô na Terra.
A toca das fadas
Clara Madrigano
Jack e seu irmão encontraram a toca das fadas. Ou é o que Jack acredita. Mas conforme sua obsessão cresce, as coisas deixam de ser divertidas, e as fadas talvez não sejam doces como o mel de que se alimentam.
Arcano XV
Ivan Mizanzuk
No Tarô, o Arcano XV é a carta do Diabo, que representa os perigos existentes em reprimirmos os impulsos naturais. Mas como sabemos o que é verdadeiro? Seria a natureza capaz de mentir? Prólogo para Até o Fim da Queda, romance de estreia de Ivan Mizanzuk.
Charlotte sometimes
Fábio Fernandes
Um homem, uma noite, um bar. O que ele faz ali? Entre os vapores do gelo seco e as névoas da amnésia, Júlio busca uma resposta para tantas dúvidas que o assombram. Mas ele pode não gostar do que vai encontrar entre os escombros da sua memória – ou será a memória de outra pessoa?
Eu gostaria de escrever todos os dias. Ainda não consegui. Ou melhor, não consegui escrever ficção. Não ficção é outra história, já que estou sempre produzindo algo: artigos, crônicas, notas irregulares de diário, desabafos (os quais você dificilmente lerá por aqui… ok, este é exceção). Escrever ficção é meu calcanhar de Aquiles.
Em novembro de 2012, eu tentei trabalhar diariamente por 30 dias em um livro de contos; não deu muito certo. Sim, eu estou falando da minha participação no NaNoWriMo (tá chegando, galera!); sim, eu sei que venci o desafio. Mas questão é que trapaceei: não passei o mês todo escrevendo e, por isso, meti-me em algumas maratonas de 4, 5 horas ininterruptas para compensar os dias (uns 6,7) em que fui totalmente relapso.
Em 2014 – é, dois anos depois! – eu comecei a reescrever o tal livro (e ainda o estou reescrevendo); de novo, teimei em fazê-lo todos os dias. Deu certo? Por um (brevíssimo) tempo, sim; nada diferente das inúmeras tentativas anteriores. O fôlego se perde, a vontade pulveriza, a agenda atrapalha, as estrelas desalinham, sei lá, vá entender.
Estabeleça metas, dizem por aí; comece pequeno e aumente aos poucos até pegar o ritmo, eles dizem. E não tentei de tudo? Escrever tantas palavras por dia, tantas páginas por semana, tantos contos ou capítulos por mês. Até utilizei o tal sistema do comediante Jerry Seinfeld (adaptado pelo Diego Schutt do Ficção em Tópicos), mas minha corrente de dias de escrita ficou repleta de falhas.
Toda tática que eu adoto, toda meta que estabeleço começa bem, mas no fim não gera nada além de frustração, ansiedade. Minto. Houve uma, a meta mais desafiadora que já encarei, que rendeu fruto, sim: escrever aquele livro de 50 mil palavras em apenas um mês. Ah, que misto de paraíso e inferno foi aquela época…
Sonho com o dia em que conseguirei escrever diariamente, nem que seja 1 horinha por dia. E não falo de artigos, e-mails de trabalho, desabafos como este, nem bobagens diversas; falo de ficção, de criar tramas, personagens, de contar histórias que mexam com os leitores. Afinal, é por isso que insisto nessa história maluca de ser escritor.
Quero te pedir um favor, meu caro, leitor: deixe-me saber se estou ou não sozinho em minha angustia compartilhando sua experiência nos comentários.
Como você lida com a questão de escrever ou não todos os dias?
Para saber mais:
Calendário do Escritor: você pode baixar um calendário de escrita gratuito no Ficção em Tópicos, site do parceiro Diego Schutt.